Nesse
segundo período, continuamos com o estudo das Revoluções Burguesas: A Revolução
Inglesa, a Revolução Industrial, a Independência dos Estados Unidos e a
Revolução Francesa (que ainda não concluímos). Estudamos também os 21 anos de
Ditadura Militar no Brasil. Nessa Recuperação, você retomará os elementos mais
importantes para que possa dar seguimento aos seus estudos no último período.
ATENÇÃO:
1) A recuperação
pode ser digitada, mas caso seja feita à mão, deve estar escrita à caneta preta
ou azul, organizada e com letra legível;
2) Todas
as folhas da Recuperação devem estar grampeadas, tendo à frente esta ficha com
as propostas, devidamente identificada com o nome completo do(a) aluno(a).
3) O
trabalho deve ser entregue até o dia determinado pela coordenação;
4) QUALQUER
INDÍCIO DE MERA CÓPIA de outros trabalhos ou de sites da internet implicará a
anulação completa da questão e até da Recuperação inteira.
1.
Existem diferenças marcantes entre cada um dos
acontecimentos que classificamos como Revoluções Burguesas. No entanto, existe
entre eles algo em comum, que os aproxima e oferece a mais importante marca dos
séculos XVII-XVIII na Europa. Para entender que “elo” é esse, leia o texto
abaixo e responda as questões que o acompanham.
As
revoluções burguesas
GERALDO
TERUYA
especial
para a Folha de S.Paulo
A primeira revolução burguesa foi a inglesa
-puritana e gloriosa-, do séc. 17, que legou o parlamentarismo, a garantia dos
direitos individuais, a liberdade de expressão e a tolerância religiosa
asseguradas pela declaração dos direitos ("Bill of Rights").
A herança da Revolução Inglesa, as contradições
entre Absolutismo e capitalismo, a sociedade de ordens e privilégios, a
intolerância e o fanatismo religioso geraram no século 18 o Iluminismo,
movimento filosófico, de caráter racional, antiabsolutista e anticlerical, que
defendeu o fim do Absolutismo e sua substituição por governos liberais. O projeto
iluminista-liberal influenciou a independência das colônias e as revoluções
liberais burguesas dos séculos 18 e 19.
Com base no ideário iluminista, a Revolução
Francesa substituiu o Absolutismo e o mercantilismo pelo liberalismo político e
econômico, a aristocracia pela burguesia no poder. Conquistou a liberdade de
imprensa, de expressão e de cultos. Ao estabelecer a igualdade perante a lei,
trocou o nascimento pela riqueza como critério de divisão social.
A Revolução Industrial implantou a fábrica mecanizada,
criou uma nova classe social, o proletariado, submetida à rígida disciplina e à
intensa divisão do trabalho, gerando a fragmentação do conhecimento e a perda
da criatividade pelo trabalhador. O sistema fabril desenvolveu o corpo em
detrimento da mente; estimulou o progresso, mas agravou a exploração;
fragmentou o trabalho, mas promoveu a concentração urbana e operária.
As revoluções Francesa e Industrial
consolidaram o capitalismo e, com ele, produziu-se uma série de contradições.
Com a transformação da riqueza, do dinheiro e da propriedade nas bases da nova
sociedade, os setores populares foram excluídos. Sob as promessas de autonomia
individual, foram impostas a massificação e a disciplina operária; sob os
ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, impôs-se a propriedade privada,
o individualismo, o culto do "ter" em detrimento do "ser".
Essas contradições que provocaram greves, protestos dos trabalhadores e o
surgimento de novas ideologias como o socialismo e o anarquismo no século 19.
a)
Que
mudanças a Revolução Inglesa produziu no cenário político inglês do século
XVII?
b)
O
que caracterizou o Iluminismo, movimento filosófico e cultural que se seguiu à
Revolução Inglesa e marcou profundamente a intelectualidade europeia do século
XVIII?
c)
A
Revolução Francesa aconteceu sob inspiração do pensamento iluminista. Associe-as
às transformações produzidas pela Revolução na França.
d)
De
acordo com o texto, o Iluminismo afetou a organização econômica e política
americana? Explique.
e)
Por
que a Revolução Industrial é considerada uma Revolução Burguesa?
f)
Tendo
em mente suas respostas anteriores, procure formular uma conceituação de
Revolução Burguesa.
2.
Em um evento acontecido no dia 15 de junho, em Santa Maria,
no Rio Grande do Sul, o presidente Bolsonaro fez a seguinte fala:
"Nossa
vida tem valor, mas tem algo com muito mais valoroso do que a nossa vida, que é
a nossa liberdade. Além das Forças Armadas, defendo o armamento individual para
o nosso povo, para que tentações não passem na cabeça de governantes para
assumir o poder de forma absoluta. Temos exemplo na América Latina. Não
queremos repeti-los. Confiando no povo, confiando nas Forças Armadas, esse mal
cada vez mais se afasta de nós"
O
argumento para defender o armamento da população foi inspirado na ideologia
armamentista estadunidense.
a)
Mobilizando
seus conhecimentos de História, explique por que razão nos EUA existe uma
valorização tão marcante do direito de portar armas.
b)
Destaque
com marca texto o trecho da Declaração de Independência dos Estados Unidos em
que os colonos defendem o direito de resistir aos governantes. Depois,
responda: de acordo com a declaração, que atitudes da Coroa inglesa levaram os
colonos à decisão radical de romper com a metrópole? Responda com suas
palavras, de maneira sintética, sem copiar trechos da Declaração.
c)
Você
estudou em Sociologia as ideias políticas de John Locke. Explique as ideias
desse pensador que serviram de fundamentação para a Carta de Independência dos
Estados Unidos.
Declaração
de Independência dos Estados Unidos:
“Quando,
no curso dos acontecimentos humanos, se torna necessário a um povo dissolver os
laços políticos que o ligavam a outro, e assumir, entre os poderes da Terra,
posição igual e separada, a que lhe dão direito as leis da natureza e as do
Deus da natureza, o respeito digno para com as opiniões dos homens exige que se
declarem as causas que os levam a essa separação.
Consideramos
estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados
iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes
estão a vida, a liberdade e a procura da felicidade. Que a fim de assegurar
esses direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seus justos
poderes do consentimento dos governados; que, sempre que qualquer forma de
governo se torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alterá-la
ou aboli-la e instituir novo governo, baseando-o em tais princípios e
organizando-lhe os poderes pela forma que lhe pareça mais conveniente para
realizar-lhe a segurança e a felicidade. Na realidade, a prudência recomenda
que não se mudem os governos instituídos há muito tempo por motivos leves e
passageiros; e, assim sendo, toda experiência tem mostrado que os homens estão
mais dispostos a sofrer, enquanto os males são suportáveis, do que a se desagravar,
abolindo as formas a que se acostumaram. Mas quando uma longa série de abusos e
usurpações, perseguindo invariavelmente o mesmo objeto, indica o desígnio de
reduzi-los ao despotismo absoluto, assistem-lhes o direito, bem como o dever,
de abolir tais governos e instituir novos Guardiães para sua futura segurança.
Tal tem sido o sofrimento paciente destas colónias e tal agora a necessidade
que as força a alterar os sistemas anteriores de governo. A história do atual
Rei da Grã-Bretanha compõe-se de repetidas injúrias e usurpações, tendo todos
por objetivo direto o estabelecimento da tirania absoluta sobre estes Estados.
Para prová-lo, permitam-nos submeter os factos a um mundo cândido.
Recusou
assentimento a leis das mais salutares e necessárias ao bem público.
Proibiu
aos governadores a promulgação de leis de importância imediata e urgente, a
menos que a aplicação fosse suspensa até que se obtivesse o seu assentimento, e,
uma vez suspensas, deixou inteiramente de dispensar-lhes atenção.
Recusou
promulgar outras leis para o bem-estar de grandes distritos de povo, a menos
que abandonassem o direito de representação no legislativo, direito inestimável
para eles e temível apenas para os tiranos.
Convocou
os corpos legislativos a lugares não usuais, sem conforto e distantes dos
locais em que se encontram os arquivos públicos, com o único fito de
arrancar-lhes, pela fadiga, o assentimento às medidas que lhe conviessem.
Dissolveu
Câmaras de Representantes repetidamente porque se opunham com máscula firmeza
às invasões dos direitos do povo.
Recusou
por muito tempo, depois de tais dissoluções, fazer com que outros fossem
eleitos; em virtude do que os poderes legislativos incapazes de aniquilação
voltaram ao povo em geral para que os exercesse; ficando durante esse tempo o
Estado exposto a todos os perigos de invasão externa ou convulsão interna.
Procurou
impedir o povoamento destes estados, obstruindo para esse fim as leis de
naturalização de estrangeiros, recusando promulgar outras que animassem as
migrações para cá e complicando as condições para novas apropriações de terras.
Dificultou
a administração da justiça pela recusa de assentimento a leis que estabeleciam
poderes judiciários.
Tornou
os juízes dependentes apenas da vontade dele para gozo do cargo e valor e
pagamento dos respectivos salários.
Criou
uma multidão de novos cargos e para eles enviou enxames de funcionários para
perseguir o povo e devorar-nos a substância.
Manteve
entre nós, em tempo de paz, exércitos permanentes sem o consentimento dos
nossos corpos legislativos.
Tentou
tornar o militar independente do poder civil e a ele superior.
Combinou
com outros sujeitar-nos a uma jurisdição estranha à nossa Constituição e não
reconhecida pelas nossas leis, dando assentimento aos seus actos de pretensa
legislação:
para
aquartelar grandes corpos de tropas entre nós;
para
protegê-las por meio de julgamentos simulados, de punição por assassinatos que
viessem a cometer contra os habitantes destes estados;
para
fazer cessar o nosso comércio com todas as partes do mundo;
por
lançar impostos sem nosso consentimento;
por
privar-nos, em muitos casos, dos benefícios do julgamento pelo júri;
por
transportar-nos por mar para julgamento por pretensas ofensas;
por
abolir o sistema livre de leis inglesas em província vizinha, aí estabelecendo
governo arbitrário e ampliando-lhe os limites, de sorte a torná-lo, de
imediato, exemplo e instrumento apropriado para a introdução do mesmo domínio
absoluto nestas colónias;
por
tirar-nos nossas cartas, abolindo as nossas leis mais valiosas e alterando
fundamentalmente a forma do nosso governo;
por
suspender os nossos corpos legislativos, declarando-se investido do poder de
legislar para nós em todos e quaisquer casos.
Abdicou
do governo aqui por declarar-nos fora de sua proteção e fazendo-nos guerra.
Saqueou
os nossos mares, devastou as nossas costas, incendiou as nossas cidades e
destruiu a vida do nosso povo.
Está,
agora mesmo, a transportar grandes exércitos de mercenários estrangeiros para
completar a obra de morte, desolação e tirania, já iniciada em circunstâncias
de crueldade e perfídia raramente igualadas nas idades mais bárbaras e
totalmente indignas do chefe de uma nação civilizada.
Obrigou
os nossos concidadãos aprisionados no mar alto a tomarem armas contra a própria
pátria, para que se tornassem algozes dos amigos e irmãos ou para que caíssem
em suas mãos.
Provocou
insurreições internas entre nós e procurou trazer contra os habitantes das
fronteiras os índios selvagens e impiedosos, cuja regra sabida de guerra é a
destruição sem distinção de idade, sexo e condições.
Em
cada fase dessas opressões solicitamos reparação nos termos mais humildes;
responderam a nossas petições apenas com repetido agravo. Um príncipe cujo
carácter se assinala deste modo por todos os atos capazes de definir um tirano
não está em condições de governar um povo livre.
Tampouco
deixamos de chamar a atenção de nossos irmãos britânicos. De tempos em tempos,
os advertimos sobre as tentativas do Legislativo deles de estender sobre nós
uma jurisdição insustentável. Lembramos-lhes das circunstâncias de nossa
migração e estabelecimento aqui. Apelamos para a justiça natural e para a
magnanimidade, e conjuramo-los, pelos laços de nosso parentesco comum, a
repudiarem essas usurpações que interromperiam, inevitavelmente, nossas
ligações e a nossa correspondência. Permaneceram também surdos à voz da justiça
e da consanguinidade. Temos, portanto de aceitar a necessidade de denunciar
nossa separação e considerá-los, como consideramos o restante dos homens,
inimigos na guerra e amigos na paz.
Nós,
por conseguinte, representantes dos ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, reunidos em
CONGRESSO GERAL, apelando para o Juiz Supremo do mundo pela retidão das nossas
intenções, em nome e por autoridade do bom povo destas colónias, publicamos e
declaramos solenemente: que estas colónias unidas são e de direito têm de ser
ESTADOS LIVRES E INDEPENDENTES; que estão desobrigados de qualquer vassalagem
para com a Coroa Britânica, e que todo vínculo político entre elas e a
Grã-Bretanha está e deve ficar totalmente dissolvido; e que, como ESTADOS
LIVRES E INDEPENDENTES, têm inteiro poder para declarar a guerra, concluir a
paz, contrair alianças, estabelecer comércio e praticar todos os atos e ações a
que têm direito os estados independentes. E em apoio desta declaração, plenos
de firme confiança na proteção da Divina Providência, empenhamos mutuamente
nossas vidas, nossas fortunas e nossa sagrada honra.”
3. Durante o último mês,
estudamos desde os fatores que levaram à instauração de uma ditadura militar no
Brasil até as causas de seu declínio e derrocada. Consulte seus registros,
pesquise mais sobre o Período e escolha um (apenas um) dos documentários
abaixo (todos disponíveis no YouTube) para assistir e responder as questões
que se seguem.
DOCUMENTÁRIO 1:
Cidadão Boilesen (Dir. Chaim Litewski, Brasil,
2009)
DOCUMENTÁRIO 2:
Caparaó (Dir. Flávio Frederico, Brasil, 2006)
DOCUMENTÁRIO 3:
O dia que durou 21 anos (Dir. Camilo Tavares, Brasil,
2013)
Propostas:
a)
Localize
exatamente o lugar e tempo/ período de tempo em que a narrativa é ambientada;
b)
Faça
um relato do que acontecia no Brasil e no mundo ocidental no período abordado
pelo documentário.
c)
Explique
de que maneira a história narrada se insere no contexto histórico.
d)
Elabore
uma resenha crítica do filme, empregando corretamente os conceitos de “revolução”,
“resistência”, “ditadura” e “repressão”.