Na recuperação de Filosofia, você
terá de retomar alguns pontos das discussões que fizemos no trimestre. Para
isso:
1.
Pesquise a biografia
de
·
Sigmund Freud
·
Michel Foucault
A biografia deve ser bem
resumida. Nela devem constar apenas os dados mais importantes: data e local de
nascimento, atividades desempenhadas na vida, principais obras e ideias que
destacaram o autor, e data e local de morte.
ATIVIDADE
1
Leia o texto indicado abaixo e
responda as questões que o acompanham
A mente
segundo a teoria de Sigmund Freud
(...) O que é psicanálise?
Em primeiro lugar, uma teoria que pretende explicar o funcionamento da mente
humana. Além disso, a partir dessa explicação, ela se transforma num método de
tratamento de diversos transtornos mentais.
São dois os fundamentos da teoria
psicanalítica: 1) Os processos psíquicos são em sua imensa maioria
inconscientes e a consciência não é mais do que uma fração de nossa vida
psíquica total; 2) os processos psíquicos inconscientes são dominados por
nossas tendências sexuais.
Sexo e
libido
(...) Freud buscou explicar a vida humana
(pessoal e individual, mas também pública e social) recorrendo a essas
tendências sexuais a que chamou de libido. Com esse termo, o pai da
psicanálise designou a energia sexual de maneira mais geral e indeterminada.
Assim, por exemplo, em suas primeiras manifestações, a libido liga-se a outras
funções vitais: no bebê que mama, o ato de sugar o seio materno provoca outro
prazer além do de obter alimento e esse prazer passa a ser buscado por si
mesmo.
Por isso, Freud afirma que a boca
é uma "zona erógena" e considera que o prazer provocado pelo ato de
sugar é sexual. Portanto, repare bem, a libido pode nada ter em comum com as
áreas genitais.
Posto isso, a psicanálise
compreende as grandes manifestações da psique como um conflito entre as
tendências sexuais ou libido e as fórmulas morais e limitações sociais impostas
ao indivíduo. Esses conflitos geram os sonhos,
que seriam, segundo a interpretação freudiana, as expressões deformadas ou
simbólicas de desejos reprimidos. Geram também os atos falhos ou lapsos,
distrações falsamente atribuídas ao acaso, mas que remetem ou revelam aqueles
mesmos desejos (...)
Id, ego e superego
Em 1923, no livro "O Ego e o
Id", Freud expôs uma divisão da mente humana em três partes: 1) o ego
que se identifica à nossa consciência; 2) o superego, que seria a nossa
consciência moral, ou seja, os princípios sociais e as proibições que nos são
inculcadas nos primeiros anos de vida e que nos acompanham de forma
inconsciente a vida inteira; 3) o id, isto é, os impulsos múltiplos da libido,
dirigidos sempre para o prazer. (...)
A influência que Freud exerceu em
várias correntes da ciência, da arte e da filosofia foi enorme. Mas não se deve
deixar de dizer que muitos filósofos, psicólogos e psiquiatras fazem sérias
objeções ao modo como o pai da psicanálise e seus discípulos apresentam seus
conceitos: como realidades absolutas e não como hipóteses ou instrumentos de
explicação que podem ser ultrapassados pela evolução científica e que, em
alguns casos, foram mesmo.
Disponível em http://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/psicanalise-a-mente-segundo-a-teoria-de-sigmund-freud.htm Acesso em 11 de setembro de 2013
a)
De acordo com o
texto, o que é a psicanálise?
b)
Quais são os dois
fundamentos centrais da psicanálise?
c)
Quando Freud se
refere à libido, ele está se referindo unicamente às práticas e desejos
relacionados ao coito? Explique.
d)
Para Freud, a nossa libido
pode se manifestar de maneira completamente livre e desimpedida? Explique.
e)
Segundo Freud quais
são as estruturas básicas da psique humana?
f)
“Nas primeiras
décadas do século 20, não havia regras bem definidas para internar as pessoas
em hospitais psiquiátricos. Muitas vezes, dependentes de bebidas alcóolicas ou
aqueles que tinham hábitos estranhos (como caminhar pelas ruas durante a
madrugada) eram considerados pessoas com problemas mentais e levados para os
hospitais. O tratamento psiquiátrico era assustador: os médicos usavam
aparelhos de eletrochoque e algemas, entre outros. Diante dessa terrível
situação, e com o objetivo de melhorar o relacionamento entre os pacientes, a
doutora Nise da Silveira propôs um tratamento alternativo. Ela montou no
hospital oficinas de artesanato, música, modelagem, jardinagem e pintura.”(trecho
extraído do site http://chc.cienciahoje.uol.com.br/a-arte-do-inconsciente/)
Conhecendo algumas ideias de
Freud e com base nelas, levante uma hipótese para explicar por que a arte tem
uma função importante no tratamento de pessoas com doenças mentais.
g)
Você já escutou falar
do artista Bispo do Rosário? Faça uma pesquisa sobre ele e depois selecione
pelo menos de duas de suas obras e comente-as.
ATIVIDADE
2
A
genealogia dos micropoderes
José Renato Salatiel
(...) Antes de Foucault, a teoria
política concebia o poder como algo que uns tem, outros não, além de estar
associado, mais comumente, à figura da Igreja ou do Estado. Toda teoria
política clássica, de Maquiavel
e os contratualistas (Hobbes,
Locke
e Rousseau)
até Marx, discutia-se como legitimar o poder de uns poucos sobre muitos, e assim,
manter (ou subverter, no caso de Marx) a ordem social.
Foucault entende o poder não como
um objeto natural, mas uma prática social expressa por um conjunto de relações.
Temos que pensar o poder não como uma "coisa" que uns tem e outros
não, como, por exemplo, o pai e o filho, o rei e seus súditos, o presidente e
seus governados, etc., mas como uma relação que se exerce, que opera entre os
pares: o filho que negocia com o pai, os súditos que reivindicam ao rei, os
governados que usam dispositivos legais para fiscalizar o presidente, etc.
Deste ponto de vista, poder não
se restringe ao governo, mas espalha-se pela sociedade em um conjunto de
práticas, a maioria delas essencial à manutenção do Estado. O poder é uma
espécie de rede formada por mecanismos e dispositivos que se espraiam por todo
cotidiano - uma rede da qual ninguém pode escapar. Ele molda nossos comportamentos,
atitudes e discursos.
Para descobrir como o poder
funciona, Foucault vai usar o método genealógico, empregado por Nietzsche
para contar a "história secreta" dos
valores. Vamos ver alguns exemplos disso.
Corpos
dóceis
Uma manifestação externa desses
poderes que Foucault analisa diz respeito aos seus efeitos sobre nossos corpos,
que ele chama de poder disciplinar e que caracterizou determinadas sociedades
no século 20.
Foucault argumenta que nenhum
poder que fosse somente repressor poderia se sustentar por muito tempo, porque
uma hora as pessoas iriam se rebelar. Portanto, seu segredo é que, ao mesmo
tempo em que reprime, gera conhecimento e corpos produtivos para o trabalho.
Era comum, e ainda é nos dias
atuais, encontrarmos pátios escolares em que se formam filas com crianças para
entrar nas salas de aula. Depois, na sala de aula, era preciso que as crianças
controlassem suas vontades corporais (fome, vontade de fazer xixi, etc.) até
que tocasse o sinal. Este é um exemplo da domesticação de corpos de que fala o
filósofo.
Mais tarde, na Igreja, no
Exército e nas fábricas, esse indivíduo viveria a mesma rotina de adestramento
corporal. O objetivo? Segundo Foucault, maximizar a utilidade econômica de
nossos corpos, para o trabalho, e diminuir a força política e criativa, de
contestação, que temos também, criaturas cheias de desejos que somos.
Afinal de contas, imagine o que
seria de uma sociedade, livre de mecanismos de poder, em que quiséssemos
trabalhar ou estudar na hora em que desse na telha e resolvêssemos passar a
maior parte do nosso tempo namorando, jogando futebol ou simplesmente não
fazendo nada? E, para dar o exemplo para aqueles que são considerados corpos
improdutivos para a sociedade, diz Foucault, foram criados asilos para os
loucos e prisões para os ladrões. Desse encarceramento surgem áreas de
conhecimento como a psiquiatria e a criminologia.
Resistências
locais
O ponto em que a teoria de poder
de Foucault converge com o pós-modernismo é que, da mesma maneira que lidamos
com o fim das visões totalizantes de mundo, o poder também se pulveriza em
micropoderes. E, consequentemente, a resistência aos poderes passa a ser local,
em ações cada vez mais regionalizadas.
Não adianta investir contra o
Estado, achando que ele é a causa de todos os males. Ele é apenas uma das
representações desse poder que se exerce em uma série de mecanismos, que
reproduzimos todos os dias sem ao menos nos darmos conta disso. Por exemplo,
quando tratamos com autoritarismo nossos filhos, namoradas ou pais.
E onde Foucault identifica estes
focos de resistências locais aos poderes? Nos movimentos ativistas pelos
direitos humanos, além de gays, negros, feministas, ecologistas e outras
minorias que se organizaram como polos de contra-poder, principalmente a partir
da década de 1960, quando emerge o pós-modernismo.
Neste nosso mundo pós-moderno,
fica cada dia mais difícil saber quem é o vilão e quem é o mocinho. Os
super-heróis estão cada vez mais humanos. Ou, como diria Nietzsche,
demasiadamente humanos.
a) Qual foi a grande contribuição de
Michel Foucault para os estudos em torno do tema do poder?
b) Para Foucault, a prática da
repressão e o uso da violência podem assegurar o poder por tempos prolongados?
Explique.
c) Que relação Foucault estabelece
entre a disciplina e a necessidade que o sistema capitalista tem de fazer
aumentar a produtividade das pessoas (produzir mais em menos tempo)?
d) Se Foucault fosse vivo, você
considera que ele veria com otimismo as atuais manifestações que acontecem no
Brasil contra o Estado? Justifique.
e) A propaganda abaixo é
estadunidense e data de 1961. Nela está escrito:
"O Chef faz tudo, menos
cozinhar - mas é para isso que servem as esposas!"
Analise a peça de propaganda
usando como base para isso as ideias de Foucault.
Cadê as respostas?
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