segunda-feira, 30 de março de 2020

Atividades para dia 10 de abril

ATENÇÃO:
Seguimos aqui nossas aulas à distância, lembrando que a partir de hoje, dia 30 de março, teremos encontros semanais via Zoom. Às segundas, às 18h, atenderei o 1o ano e às 19h atenderei o 3o ano. Na terça, atenderei o 2o ano às 18h e o grupo de HP às 19h. A notícia da gincana de Atualidades será postada na terça via Whats App logo após a aula de HP (entre 19h40 e 20h)

Primeiro Ano

Leia o texto abaixo e faça as atividades que o acompanham:

A formação das cidades-Estado gregas iniciou-se por volta do século VIII a.C., durante o Período Arcaico. Como já vimos no vídeo anterior, desde alguns séculos antes existiam na Grécia núcleos urbanos em cuja praça central, a ágora, a população se reunia para escutar os debates entre os aristocratas. Esses debates giravam em torno de assuntos que diziam respeito a toda a comunidade. Como o poder ficava controlado só pela seleta camada dos aristocratas, dizemos que o governo era, então, oligárquico (oligos = poucos/ arquia = poder, governo).

Porém, com o passar dos anos, esses núcleos cresceram e tornaram-se mais organizados, evoluindo para a polis grega. A polis integrava um centro urbano, a área rural e, quase sempre, uma faixa litorânea (havia cidades no interior do continente sem litoral). O centro urbano dividia-se entre a acrópole, ou cidade alta, que era uma colina fortificada onde estava construído o principal centro religioso da polis, e a ásty, a cidade baixa, onde erguiam-se os prédios públicos, as oficinas, as habitações urbanas e a ágora. A maior parte da população vivia em aldeias na área rural e dedicava-se à criação de cabras e ovelhas, e principalmente ao cultivo do trigo, da oliveira e da uva.


1. O desenho acima é uma representação daquilo que seria o modelo da polis grega. Repare que as letras indicam cada uma de suas partes. Com base nas informações oferecidas pelo parágrafo anterior, você consegue identificá-las?

Ao mesmo tempo em que a polis crescia, o poder da aristocracia ampliava-se e, junto com ele, o domínio que esse grupo detinha sobre as terras. O resultado disso foi que as terras férteis - que já não eram muitas - acabaram concentradas nas mãos de poucas famílias. A medida que o número de pessoas vivendo nas comunidades também aumentava, as terras disponíveis ficavam mais escassas. Pequenos proprietários sem recursos acabavam endividados, perdiam suas terras e, não raramente, viam-se reduzidos à condição de escravos.
Por volta do ano 750 a.C. a gravidade da situação era tamanha, que os aristocratas perceberam a necessidade de tomar alguma providência para acalmar os ânimos da população insatisfeita. Assim, os governantes das polis começaram a promover expedições colonizadoras pelo Mediterrâneo, fundando dezenas de cidades em torno do Mar Negro, no norte da África e no sul da atual França e da Península Itálica. As novas cidades, como Bizâncio, Marselha e Nápoles, eram totalmente independentes das cidades-mãe, mas mantinham vínculos estreitos com elas. Isso foi importante para o mundo grego na medida em que estimulou a intensificação das trocas comerciais e os deslocamentos pela região que passaria a ser conhecido como Magna Grécia.


A colonização foi a saída encontrada pela maioria das cidades gregas para amenizar seus problemas sociais, mas não foi a única. Por exemplo, a belicosa Esparta achou mais interessante conquistar as terras de seus vizinhos no Peloponeso e submeter sua população, fazendo-a trabalhar para os espartanos. Em Atenas, a aristocracia escolheu alguns indivíduos muito prestigiados na sociedade para reformularem suas leis. No ano de 594 a.C., um desses homens, Sólon, decretou o cancelamento das dívidas e acabou com a escravidão por dívidas. Além disso, fez com que as leis fossem escritas para que a justiça aplicada sem que pairassem dúvidas sobre ela.

2. Que alcance tiveram essas reformas? Leia com cuidado o texto abaixo. Ele foi escrito em forma de poema pelo próprio reformador Sólon e nos revela um pouco de suas intenções:

Ao povo dei apenas tanto poder quanto o suficiente; não tirei seus direitos nem concedi mais. Quanto aos que tinham poder e eram honrados pela riqueza, procedi de igual maneira, para que não sofressem nada indecente. Levantei-me e proporcionei um forte escudo a ambas as partes e não permiti a ninguém uma vitória injusta.

(Sólon - Fragmento 3. Citado in: Rede, Marcelo - A Grécia Antiga. São Paulo: Saraiva; 1999, página 23)

Quando Sólon escreve que agiu de maneira a garantir que os poderosos e ricos não sofressem nada indecente, o que você acha que ele pretendia evitar que acontecesse com aquelas pessoas a quem ele se refere?


Tais mudanças foram ainda acompanhadas de outras duas inovações importantes: o surgimento da moeda e a criação do exército hoplita.

A moeda começou a ser usada na Grécia como marca de autonomia da cidade. Também servia para pagar o soldo dos mercenários (soldados estrangeiros contratados para lutar junto com o exército grego) uma vez que o pagamento habitual dos soldados, em terras, era proibido aos estrangeiros. Só mais tarde a moeda seria usada em larga escala no comércio, contribuindo para a expansão dessa atividade

Quanto ao exército hoplita, ele substituiu o heroísmo individual pela disciplina coletiva. Ou seja, o soldado não podia mais sair fazendo o que quisesse no campo de batalhas, mas precisava agir de maneira sincronizada com seus companheiros. A técnica de falange e os armamentos mais simples dos soldados hoplitas permitiram que agricultores sem sangue aristocrata também ingressassem no exército. Para muitos autores, isso contribuiu para que o direito à participação política fosse estendido até eles.



     Para os gregos, não podia haver melhor soldado do que o agricultor, já que tendo vínculos com a terra onde vivia, ele teria melhores razões para defendê-la. Além disso, os trabalhos no campo davam vigor e saúde, melhorando a disposição física para a guerra. Por essa razão, a agricultura era considerada a única atividade digna de um homem livre e era a principal ocupação da maioria dos cidadãos. Contudo, não custa lembrar: muitos gregos eram donos de terras, mas não pegavam na enxada. Quem fazia o trabalho pesado eram outros homens, muito pobres, ou escravos. Para os gregos, em geral, o trabalho era desmerecedor do homem livre e deveria ser passado para aqueles que, na cabeça deles, eram inferiores.

Segundo Ano

Assista ao vídeo abaixo:


Estabeleça três relações entre as informações do vídeo acima e o filme O senhor da guerra (ou seja, identifique três informações do vídeo acima que você reconhece no filme que assistiu anteriormente)

Terceiro Ano

Leia o texto abaixo e faça o que se pede adiante:

     Vimos anteriormente que a escravidão já existia na África muito antes da chegada dos primeiros europeus ao continente. Prisioneiros de guerra e de razias, mulheres e crianças sequestradas, criminosos e pessoas endividadas ou vitimadas pela miséria e, portanto, incapazes de proverem o próprio sustento, geralmente tinham como destino a escravização.
      Nesse tipo tradicional de escravidão, a maioria dos homens jovens costumava ser vendida para terras distantes, uma vez que eram eles que apresentavam maior predisposição para fugir ou iniciar uma rebelião. Já as mulheres e crianças, mais facilmente controláveis, compunham o grosso dos escravos mantidos pelos seus captores para ajudarem nos trabalhos cotidianos e para multiplicarem o número de dependentes do seu amo, aumentando-lhe a riqueza. A manutenção de escravos era um dos meios pelos quais um chefe de família podia ganhar prestígio e poder numa sociedade onde a importância de um homem era medida pelo tamanho da sua parentela e de seus dependentes, e pela riqueza produzida pelo seu grupo familiar.
      Homens, mulheres e crianças cativos que não eram aproveitados pela aldeia ou pelo reino que os havia aprisionado tinham como destino o mercado de escravos, que até a chegada dos europeus à costa atlântica foi controlado por árabes ou berberes islamizados. Além de servirem como importante moeda de troca nas transações comerciais feitas entre as diferentes regiões africanas, os escravos – sobretudo eunucos e mulheres jovens e belas – eram bens valiosos na Índia, na Pérsia e principalmente na Península Arábica, para onde eram exportados.
      A chegada dos europeus na costa ocidental da África fez com que o comércio de escravos deixasse de ser um negócio dentre outros e se tornasse uma das atividades econômicas mais importantes do continente.
      Até o século XVI, o interesse dos comerciantes europeus não esteve voltado prioritariamente para o negócio de seres humanos. Ouro, marfim e outros produtos africanos atraíam o interesse de mercadores que se dirigiam para as Índias Orientais pela rota do Atlântico e eram adquiridas nas feitorias instaladas em diversos pontos da costa africana.
       Assim, no período que se estende de 1450 a 1600, o número de escravos capturados para alimentar o comércio transatlântico seria de 409 mil indivíduos, provenientes em sua grande maioria da região da Alta Guiné. Estes escravos eram distribuídos pelo próprio continente africano, pelas ilhas atlânticas, pela Europa - onde eram utilizados, sobretudo, no serviço doméstico - e pelas colônias espanholas na América, especialmente para trabalharem nas minas de prata do Peru.
        Porém, a partir do século XVII, o crescimento do tráfico de escravos pelo Atlântico tendeu a crescer de maneira vertiginosa. Seriam 1.348.000 cativos entre 1601 e 1700, e 6.090.000 no século seguinte. No total, estima-se que mais de 11 milhões de pessoas foram arrancadas de sua aldeia e de suas famílias na África para alimentarem o tráfico num período de cerca de 400 anos. Os pontos de venda ampliaram-se e o comércio humano em larga escala passou a ser feito também de Luanda, de Costa da Mina e da Zambézia. Um número expressivo desse total foi trazido para portos do litoral brasileiro, principalmente o porto de Salvador e o do Rio de Janeiro.


No continente africano, o comércio de escravos era feito em três níveis: o local, entre aldeias e reinos próximos; o regional, no qual escravos capturados no interior do continente eram levados para mercados situados, em geral, no norte e nas costas oriental e ocidental da África; e o transoceânico, responsável pelo comércio de cativos para terras do além-mar, como as Américas, a Índia e a península Arábica.

1. Observe o mapa acima e fique atento à legenda (se necessário, use um dicionário).
a. De acordo com o mapa, qual foi a origem da grande maioria dos escravos trazidos para a América?
b. Que regiões da América receberam mais escravos? Em que atividade estes escravos eram usados?
c. Escolha três portos americanos de grande desembarque de escravos. A seguir, faça uma pesquisa pela internet ou em almanaques sobre a porcentagem de negros, brancos e pardos existentes hoje nessas regiões. A seguir responda: existe ainda uma relação entre o tráfico de escravos ocorrido entre os séculos XVI e XIX, e o perfil das populações da América? Sustente sua resposta com base nos dados coletados.

    
Durante todo o tempo em que o tráfico de escravos teve lugar na costa atlântica da África, os comerciantes europeus contaram com a colaboração de chefes e reis africanos nos seus negócios. Esse envolvimento ora foi mais ativos, ora menos, mas em nenhum momento os traficantes puderam prescindir dele. 
     Os portugueses foram os primeiros europeus a estabelecerem contatos com os africanos da costa ocidental da África. No início, os tratos entre eles aconteciam a bordo das naus, onde era realizado o escambo de artigos trazidos de além-mar pelos produtos da terra. Com o passar do tempo, construíram barracões e feitorias fortificadas em ilhas próximas à costa ou no litoral africano, sempre mediante a anuência dos reis ou chefes locais. 
     Desde o final do século XVI, franceses e ingleses passam a disputar o comércio atlântico com Portugal, buscando estabelecer também pontos de ocupação no litoral da África. Nessa concorrência pelo comércio do qual os seres humanos eram a mercadoria mais lucrativa, acabaram por participar das rivalidades internas dos reis e famílias africanos, alterando o equilíbrio de forças entre eles. A fixação dos estrangeiros no litoral da África dependia de uma série de negociações com os mandatários locais, que incluía a troca de presentes, a aceitação das regras impostas pelos chefes africanos e o pagamento de taxas e tributos. Aos europeus era quase sempre vetado o cultivo do solo, e proibido ou dificultado o avanço para o interior do continente. Por essa razão, o abastecimento daqueles que viviam nas feitorias dependia da colaboração das autoridades africanas. Caso ficassem insatisfeitas, elas podiam simplesmente interromper a oferta de escravos para os estrangeiros ou até cortar-lhes a água e o alimento indispensáveis à sobrevivência. E se porventura decidissem expulsá-los das fortificações, eram capazes de reunir exércitos numerosos e bem equipados, contra os quais mesmo as poderosas armas de fogo dos europeus não tinham vez. Por essa razão, os europeus buscaram quase sempre estabelecer contatos amistosos e alianças políticas e militares com reis e chefes africanos.
    No entanto, os efeitos da escravização em massa e da mercantilização do tráfico acabou por enfraquecer os estados africanos que, já na passagem do século XVII para o XVIII, se tornavam incapazes de impor suas regras aos estrangeiros. Estes, cada vez mais, foram se assenhoreando da situação até assumirem o controle dos negócios, ao lado dos comerciantes africanos, enriquecidos e alçados à condição de poderosos senhores. No início do século XIX, poucos eram os governantes africanos que ainda conseguiam impedir o avanço dos europeus sobre suas terras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário