Seguimos aqui nossas aulas à distância, lembrando que a partir de hoje, dia 30 de março, teremos encontros semanais via Zoom. Às segundas, às 18h, atenderei o 1o ano e às 19h atenderei o 3o ano. Na terça, atenderei o 2o ano às 18h e o grupo de HP às 19h. A notícia da gincana de Atualidades será postada na terça via Whats App logo após a aula de HP (entre 19h40 e 20h)
Primeiro Ano
Leia o texto abaixo e faça as atividades que o acompanham:A formação das cidades-Estado gregas iniciou-se por volta do século VIII a.C., durante o Período Arcaico. Como já vimos no vídeo anterior, desde alguns séculos antes existiam na Grécia núcleos urbanos em cuja praça central, a ágora, a população se reunia para escutar os debates entre os aristocratas. Esses debates giravam em torno de assuntos que diziam respeito a toda a comunidade. Como o poder ficava controlado só pela seleta camada dos aristocratas, dizemos que o governo era, então, oligárquico (oligos = poucos/ arquia = poder, governo).
Porém, com o passar dos anos, esses núcleos cresceram e tornaram-se mais organizados, evoluindo para a polis grega. A polis integrava um centro urbano, a área rural e, quase sempre, uma faixa litorânea (havia cidades no interior do continente sem litoral). O centro urbano dividia-se entre a acrópole, ou cidade alta, que era uma colina fortificada onde estava construído o principal centro religioso da polis, e a ásty, a cidade baixa, onde erguiam-se os prédios públicos, as oficinas, as habitações urbanas e a ágora. A maior parte da população vivia em aldeias na área rural e dedicava-se à criação de cabras e ovelhas, e principalmente ao cultivo do trigo, da oliveira e da uva.
1. O desenho acima é uma representação daquilo que
seria o modelo da polis grega. Repare que as letras indicam cada uma de suas
partes. Com base nas informações oferecidas pelo parágrafo anterior, você
consegue identificá-las?
Ao mesmo tempo em que a polis crescia, o poder da aristocracia ampliava-se e, junto com ele, o domínio que esse grupo detinha sobre as terras. O resultado disso foi que as terras férteis - que já não eram muitas - acabaram concentradas nas mãos de poucas famílias. A medida que o número de pessoas vivendo nas comunidades também aumentava, as terras disponíveis ficavam mais escassas. Pequenos proprietários sem recursos acabavam endividados, perdiam suas terras e, não raramente, viam-se reduzidos à condição de escravos.
Por volta do ano 750 a.C. a gravidade da situação era tamanha, que os aristocratas perceberam a necessidade de tomar alguma providência para acalmar os ânimos da população insatisfeita. Assim, os governantes das polis começaram a promover expedições colonizadoras pelo Mediterrâneo, fundando dezenas de cidades em torno do Mar Negro, no norte da África e no sul da atual França e da Península Itálica. As novas cidades, como Bizâncio, Marselha e Nápoles, eram totalmente independentes das cidades-mãe, mas mantinham vínculos estreitos com elas. Isso foi importante para o mundo grego na medida em que estimulou a intensificação das trocas comerciais e os deslocamentos pela região que passaria a ser conhecido como Magna Grécia.
2. Que alcance tiveram essas reformas? Leia com cuidado o texto abaixo. Ele foi escrito em forma de poema pelo próprio reformador Sólon e nos revela um pouco de suas intenções:
Ao povo dei apenas tanto poder quanto o suficiente; não tirei seus direitos nem concedi mais. Quanto aos que tinham poder e eram honrados pela riqueza, procedi de igual maneira, para que não sofressem nada indecente. Levantei-me e proporcionei um forte escudo a ambas as partes e não permiti a ninguém uma vitória injusta.
(Sólon - Fragmento 3. Citado in: Rede, Marcelo - A Grécia Antiga. São Paulo: Saraiva; 1999, página 23)
Quando Sólon escreve que agiu de maneira a garantir que os poderosos e ricos não sofressem nada indecente, o que você acha que ele pretendia evitar que acontecesse com aquelas pessoas a quem ele se refere?
Tais mudanças foram ainda acompanhadas de outras duas inovações importantes: o surgimento da moeda e a criação do exército hoplita.
A moeda começou a ser usada na Grécia como marca de autonomia da cidade. Também servia para pagar o soldo dos mercenários (soldados estrangeiros contratados para lutar junto com o exército grego) uma vez que o pagamento habitual dos soldados, em terras, era proibido aos estrangeiros. Só mais tarde a moeda seria usada em larga escala no comércio, contribuindo para a expansão dessa atividade
Quanto ao exército hoplita, ele substituiu o heroísmo individual pela disciplina coletiva. Ou seja, o soldado não podia mais sair fazendo o que quisesse no campo de batalhas, mas precisava agir de maneira sincronizada com seus companheiros. A técnica de falange e os armamentos mais simples dos soldados hoplitas permitiram que agricultores sem sangue aristocrata também ingressassem no exército. Para muitos autores, isso contribuiu para que o direito à participação política fosse estendido até eles.
Para os gregos, não podia haver melhor soldado do que o agricultor, já que tendo vínculos com a terra onde vivia, ele teria melhores razões para defendê-la. Além disso, os trabalhos no campo davam vigor e saúde, melhorando a disposição física para a guerra. Por essa razão, a agricultura era considerada a única atividade digna de um homem livre e era a principal ocupação da maioria dos cidadãos. Contudo, não custa lembrar: muitos gregos eram donos de terras, mas não pegavam na enxada. Quem fazia o trabalho pesado eram outros homens, muito pobres, ou escravos. Para os gregos, em geral, o trabalho era desmerecedor do homem livre e deveria ser passado para aqueles que, na cabeça deles, eram inferiores.
Segundo Ano
Assista ao vídeo abaixo:
Estabeleça três relações entre as informações do vídeo acima e o filme O senhor da guerra (ou seja, identifique três informações do vídeo acima que você reconhece no filme que assistiu anteriormente)
Terceiro Ano
Leia o texto abaixo e faça o que se pede adiante:
Vimos anteriormente que a escravidão já existia na África muito antes da chegada dos primeiros europeus ao continente. Prisioneiros de guerra e de razias, mulheres e crianças sequestradas, criminosos e pessoas endividadas ou vitimadas pela miséria e, portanto, incapazes de proverem o próprio sustento, geralmente tinham como destino a escravização.
Nesse tipo tradicional de escravidão, a maioria dos homens jovens costumava ser vendida para terras distantes, uma vez que eram eles que apresentavam maior predisposição para fugir ou iniciar uma rebelião. Já as mulheres e crianças, mais facilmente controláveis, compunham o grosso dos escravos mantidos pelos seus captores para ajudarem nos trabalhos cotidianos e para multiplicarem o número de dependentes do seu amo, aumentando-lhe a riqueza. A manutenção de escravos era um dos meios pelos quais um chefe de família podia ganhar prestígio e poder numa sociedade onde a importância de um homem era medida pelo tamanho da sua parentela e de seus dependentes, e pela riqueza produzida pelo seu grupo familiar.
Homens, mulheres e crianças cativos que não eram aproveitados pela aldeia ou pelo reino que os havia aprisionado tinham como destino o mercado de escravos, que até a chegada dos europeus à costa atlântica foi controlado por árabes ou berberes islamizados. Além de servirem como importante moeda de troca nas transações comerciais feitas entre as diferentes regiões africanas, os escravos – sobretudo eunucos e mulheres jovens e belas – eram bens valiosos na Índia, na Pérsia e principalmente na Península Arábica, para onde eram exportados.
A chegada dos europeus na costa ocidental da África fez com que o comércio de escravos deixasse de ser um negócio dentre outros e se tornasse uma das atividades econômicas mais importantes do continente.
Até o século XVI, o interesse dos comerciantes europeus não esteve voltado prioritariamente para o negócio de seres humanos. Ouro, marfim e outros produtos africanos atraíam o interesse de mercadores que se dirigiam para as Índias Orientais pela rota do Atlântico e eram adquiridas nas feitorias instaladas em diversos pontos da costa africana.
Assim, no período que se estende de 1450 a 1600, o número de escravos capturados para alimentar o comércio transatlântico seria de 409 mil indivíduos, provenientes em sua grande maioria da região da Alta Guiné. Estes escravos eram distribuídos pelo próprio continente africano, pelas ilhas atlânticas, pela Europa - onde eram utilizados, sobretudo, no serviço doméstico - e pelas colônias espanholas na América, especialmente para trabalharem nas minas de prata do Peru.
Porém, a partir do século XVII, o crescimento do tráfico de escravos pelo Atlântico tendeu a crescer de maneira vertiginosa. Seriam 1.348.000 cativos entre 1601 e 1700, e 6.090.000 no século seguinte. No total, estima-se que mais de 11 milhões de pessoas foram arrancadas de sua aldeia e de suas famílias na África para alimentarem o tráfico num período de cerca de 400 anos. Os pontos de venda ampliaram-se e o comércio humano em larga escala passou a ser feito também de Luanda, de Costa da Mina e da Zambézia. Um número expressivo desse total foi trazido para portos do litoral brasileiro, principalmente o porto de Salvador e o do Rio de Janeiro.
Nesse tipo tradicional de escravidão, a maioria dos homens jovens costumava ser vendida para terras distantes, uma vez que eram eles que apresentavam maior predisposição para fugir ou iniciar uma rebelião. Já as mulheres e crianças, mais facilmente controláveis, compunham o grosso dos escravos mantidos pelos seus captores para ajudarem nos trabalhos cotidianos e para multiplicarem o número de dependentes do seu amo, aumentando-lhe a riqueza. A manutenção de escravos era um dos meios pelos quais um chefe de família podia ganhar prestígio e poder numa sociedade onde a importância de um homem era medida pelo tamanho da sua parentela e de seus dependentes, e pela riqueza produzida pelo seu grupo familiar.
Homens, mulheres e crianças cativos que não eram aproveitados pela aldeia ou pelo reino que os havia aprisionado tinham como destino o mercado de escravos, que até a chegada dos europeus à costa atlântica foi controlado por árabes ou berberes islamizados. Além de servirem como importante moeda de troca nas transações comerciais feitas entre as diferentes regiões africanas, os escravos – sobretudo eunucos e mulheres jovens e belas – eram bens valiosos na Índia, na Pérsia e principalmente na Península Arábica, para onde eram exportados.
A chegada dos europeus na costa ocidental da África fez com que o comércio de escravos deixasse de ser um negócio dentre outros e se tornasse uma das atividades econômicas mais importantes do continente.
Até o século XVI, o interesse dos comerciantes europeus não esteve voltado prioritariamente para o negócio de seres humanos. Ouro, marfim e outros produtos africanos atraíam o interesse de mercadores que se dirigiam para as Índias Orientais pela rota do Atlântico e eram adquiridas nas feitorias instaladas em diversos pontos da costa africana.
Assim, no período que se estende de 1450 a 1600, o número de escravos capturados para alimentar o comércio transatlântico seria de 409 mil indivíduos, provenientes em sua grande maioria da região da Alta Guiné. Estes escravos eram distribuídos pelo próprio continente africano, pelas ilhas atlânticas, pela Europa - onde eram utilizados, sobretudo, no serviço doméstico - e pelas colônias espanholas na América, especialmente para trabalharem nas minas de prata do Peru.
Porém, a partir do século XVII, o crescimento do tráfico de escravos pelo Atlântico tendeu a crescer de maneira vertiginosa. Seriam 1.348.000 cativos entre 1601 e 1700, e 6.090.000 no século seguinte. No total, estima-se que mais de 11 milhões de pessoas foram arrancadas de sua aldeia e de suas famílias na África para alimentarem o tráfico num período de cerca de 400 anos. Os pontos de venda ampliaram-se e o comércio humano em larga escala passou a ser feito também de Luanda, de Costa da Mina e da Zambézia. Um número expressivo desse total foi trazido para portos do litoral brasileiro, principalmente o porto de Salvador e o do Rio de Janeiro.
No
continente africano, o comércio de escravos era feito em três níveis: o local,
entre aldeias e reinos próximos; o regional, no qual escravos capturados no
interior do continente eram levados para mercados situados, em geral, no norte
e nas costas oriental e ocidental da África; e o transoceânico, responsável
pelo comércio de cativos para terras do além-mar, como as Américas, a Índia e a
península Arábica.
1. Observe o mapa acima e fique atento à legenda (se necessário, use um dicionário).
b. Que regiões da América receberam mais escravos? Em que atividade estes escravos eram usados?
c. Escolha três portos americanos de grande desembarque de escravos. A seguir, faça uma pesquisa pela internet ou em almanaques sobre a porcentagem de negros, brancos e pardos existentes hoje nessas regiões. A seguir responda: existe ainda uma relação entre o tráfico de escravos ocorrido entre os séculos XVI e XIX, e o perfil das populações da América? Sustente sua resposta com base nos dados coletados.
Durante todo o tempo em que o tráfico de escravos teve lugar na costa atlântica da África, os comerciantes europeus contaram com a colaboração de chefes e reis africanos nos seus negócios. Esse envolvimento ora foi mais ativos, ora menos, mas em nenhum momento os traficantes puderam prescindir dele.
Os portugueses foram os primeiros europeus a estabelecerem contatos com os africanos da costa ocidental da África. No início, os tratos entre eles aconteciam a bordo das naus, onde era realizado o escambo de artigos trazidos de além-mar pelos produtos da terra. Com o passar do tempo, construíram barracões e feitorias fortificadas em ilhas próximas à costa ou no litoral africano, sempre mediante a anuência dos reis ou chefes locais.
Desde o final do século XVI, franceses e ingleses passam a disputar o comércio atlântico com Portugal, buscando estabelecer também pontos de ocupação no litoral da África. Nessa concorrência pelo comércio do qual os seres humanos eram a mercadoria mais lucrativa, acabaram por participar das rivalidades internas dos reis e famílias africanos, alterando o equilíbrio de forças entre eles. A fixação dos estrangeiros no litoral da África dependia de uma série de negociações com os mandatários locais, que incluía a troca de presentes, a aceitação das regras impostas pelos chefes africanos e o pagamento de taxas e tributos. Aos europeus era quase sempre vetado o cultivo do solo, e proibido ou dificultado o avanço para o interior do continente. Por essa razão, o abastecimento daqueles que viviam nas feitorias dependia da colaboração das autoridades africanas. Caso ficassem insatisfeitas, elas podiam simplesmente interromper a oferta de escravos para os estrangeiros ou até cortar-lhes a água e o alimento indispensáveis à sobrevivência. E se porventura decidissem expulsá-los das fortificações, eram capazes de reunir exércitos numerosos e bem equipados, contra os quais mesmo as poderosas armas de fogo dos europeus não tinham vez. Por essa razão, os europeus buscaram quase sempre estabelecer contatos amistosos e alianças políticas e militares com reis e chefes africanos.
No entanto, os efeitos da escravização em massa e da mercantilização do tráfico acabou por enfraquecer os estados africanos que, já na passagem do século XVII para o XVIII, se tornavam incapazes de impor suas regras aos estrangeiros. Estes, cada vez mais, foram se assenhoreando da situação até assumirem o controle dos negócios, ao lado dos comerciantes africanos, enriquecidos e alçados à condição de poderosos senhores. No início do século XIX, poucos eram os governantes africanos que ainda conseguiam impedir o avanço dos europeus sobre suas terras.
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