1. Leia o texto e responda as questões que o acompanham
Os árabes e o mercado de escravos na África
Quando os árabes islamizados começaram a se espalhar pelo continente
africano, já existia ali uma forma de escravidão tradicional de tipo doméstico.
Nesse sistema, o escravo, que em geral era um prisioneiro de guerra, não era
capturado para ser uma mercadoria, embora pudesse ser vendido. O objetivo era
aumentar a força de trabalho da família e o prestígio ao senhor. O cativo
desempenhava as mesmas atividades que a família e, com o tempo, integrava-se à
comunidade, podendo, inclusive, se casar com uma pessoa livre. Seus
descendentes não herdavam a condição de escravos e, com o tempo, nada mais os
distinguia dos outros habitantes da tribo ou reino. Também não era submetido a
tratamento degradante ou violento, e se fosse fiel ao se senhor, poderia
assumir funções importantes. Os africanos costumavam dar preferência às
mulheres e às crianças, pois estas se adaptavam mais facilmente. Em geral, os
guerreiros capturados em guerras eram vendidos para longe.
A escravidão também era praticada no mundo árabe. Os escravos eram, como
em outros lugares, prisioneiros de guerra e usados como força de trabalho.
Meninos e jovens adultos recebiam treinamento para se tornarem soldados. Mulheres
e meninas poderiam ainda ser raptadas para servirem como dançarinas, músicas ou
para integrarem o harém do sultão. Se o escravo se convertesse ao islamismo,
ganhava a liberdade porque a religião proibia a escravização de um irmão de fé.
Com a expansão árabe a partir do século VII e o aumento do número de cativos capturados em guerra, o mercado de escravos experimentou grande impulso, convertendo-se em um negócio muito rentável. Com isso, cresceu também a demanda por cativos, estimulando os reinos africanos a promoverem guerras com o propósito de fazer prisioneiros para serem vendidos como escravos para os mercadores árabes.
a. Em que aspecto(s) a escravidão tradicional africana diferia da escravidão praticada pelos árabes?
Calcula-se que entre o século VII e os XIX, 5 milhões de escravos tenham sido comprados pelos árabes, contribuindo para o enriquecimento de reinos como o Mali, Gana e Congo.
2. Leia o texto e responda as questões que o acompanham
O
que ocorre, na verdade, é que na África tradicional a concepção de mundo é uma
concepção de relação de forças naturais, sobrenaturais, humanas e cósmicas.
Tudo que está presente para o homem tem uma força relativa à força humana, que
é o princípio da ‘força vital’, ou do axé — expressão iorubá usada no
Brasil. As árvores, as pedras, as montanhas, os astros e planetas exercem
influência sobre a Terra e a vida dos humanos, e vice-versa. Enquanto os
europeus queriam dominar as coisas indiscriminadamente, os africanos davam
importância a elas, pois tinham consciência de que elas faziam parte de um
ecossistema necessário à sua própria sobrevivência. As preces e orações feitas
a uma árvore, antes de ela ser derrubada, eram uma atitude simbólica de
respeito à existência daquela árvore, e não a manifestação de uma crença de que
ela tinha um espírito como o dos humanos. [...]
SALUM,
Marta Heloísa Leuba. África: culturas e sociedades, 2005. Disponível em www.arteafricana.usp.br/codigos/textos_didaticos/002/africa_culturas_e_sociedades.html.
Acesso em 10 ago. 2015.
a) Qual é a relação que as sociedades tradicionais africanas estabelecem com a Natureza?
b) As sociedades europeias se relacionavam com a Natureza de maneira semelhante às sociedades africanas? Justifique.
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