terça-feira, 26 de novembro de 2013

Proposta para Recuperação do terceiro trimestre - 3º ano História

Os alunos de recuperação devem escolher pesquisar sobre:
a) O Iluminismo e as teorias políticas de John Locke, Montesquiei e Rousseau ou
b) O Iluminismo e o liberalismo econômico - Adam Smith, David Ricardo e Thomas Malthus

Com as informações pesquisadas, os alunos deverão preparar um dos dois produtos abaixo:
a) um rap
b) uma vídeo aula.

os vídeos gravados devem ser enviados para o e-mail anninhafig@uol.com.br até a segunda-feira, 02 de dezembro;

Proposta para Recuperação do terceiro trimestre - 2° ano História

Os alunos de recuperação devem criar um jogo de tabuleiro que se desenvolva num cenário medieval, mobilizando informações trabalhadas no trimestre acerca do sistema feudal. O jogo deve mobilizar pelo menos três informações refentes a cada um dos aspectos relacionados abaixo:
a) sociedade;
b) economia;
c) política;
d) cultura
O projeto do jogo deve ser entregue até quinta-feira pela e-mail anninhafig@uol.com.br e o jogo finalizado até segunda-feira.

Trabalho de recuperação de Filosofia - terceiro trimestre - 2º e 3ºanos.

Leia com atenção o texto abaixo. Ele foi extraído do site de Educação da UOL

Conforme o contexto histórico, social e político, a expressão "participação política" se presta a inúmeras interpretações. Se considerarmos apenas as sociedades ocidentais que consolidaram regimes democráticos, por si só, o conceito pode ser extremamente abrangente.

A participação política designa uma grande variedade de atividades, como votar, se candidatar a algum cargo eletivo, apoiar um candidato ou agremiação política, contribuir financeiramente para um partido político, participar de reuniões, manifestações ou comícios públicos, proceder à discussão de assuntos políticos etc.
Níveis de participação política
O conceito de participação política tem seu significado fortemente vinculado à conquista dos direitos de cidadania. Em particular, à extensão dos direitos políticos aos cidadãos adultos. Sob essa perspectiva os estudos de Giacomo Sani (citado em Bobbio - "Dicionário de Política") definem três níveis básicos de participação política.

O primeiro nível de participação pode ser denominado de presença. Trata-se da forma menos intensa de participação, pois engloba comportamentos tipicamente passivos, como, por exemplo, a participação em reuniões, ou meramente receptivos, como a exposição a mensagens e propagandas políticas.

O segundo nível de participação pode ser designado de ativação. Está relacionada com atividades voluntárias que os indivíduos desenvolvem dentro ou fora de uma organização política, podendo abranger participação em campanhas eleitorais, propaganda e militância partidária, além de participação em manifestações públicas.

O terceiro nível de participação política será representado pelo termo decisão. Trata-se da situação em que o indivíduo contribui direta ou indiretamente para uma decisão política, elegendo um representante político (delegação de poderes) ou se candidatando a um cargo governamental (legislativo ou executivo).
Ideal democrático
Tomando por base sociedades contemporâneas que consolidaram regimes democráticos representativos (países da Europa Ocidental, América do Norte e Japão), o ideal democrático que emergiu nessas sociedades supõe cidadãos tendentes a uma participação política cada vez maior. Contudo, numerosas pesquisas sociológicas na área apontam que não há correlação entre os três níveis de participação política considerados acima. Ademais, a participação política envolve apenas uma parcela mínima dos cidadãos.

A forma mais comum e abrangente de participação política está relacionada à participação eleitoral. É um engano, no entanto, supor que haja, com o passar dos anos, um crescimento ou elevação dos índices desse tipo de participação.

Mesmo em países de longa tradição democrática, o ato de abstenção (isto é, quando o cidadão deixa de votar) às vezes atinge índices elevados (os Estados Unidos são um bom exemplo). Em outros casos, porém, quando a participação nos processos eleitorais chega a alcançar altos índices de participação, isso não se traduz em aumento de outras formas de participação política (o caso da Itália é um bom exemplo).
Estruturas políticas
A participação política tal como foi conceituada é estritamente dependente da existência de estruturas políticas que sirvam para fornecer oportunidades e incentivos aos cidadãos. Em sistemas democráticos, as estruturas de participação política consideradas mais importantes estão relacionadas com o sufrágio universal (direito de voto) e os processos eleitorais competitivos em que forças políticas organizadas, sobretudo partidos políticos, disputam cargos eletivos.

Também é preciso salientar a importância das associações voluntárias, provenientes de uma sociedade civil de tipo pluralista. Essas entidades atuam como agentes de socialização política, servindo, portanto, de elo de conexão e recrutamento entre os cidadãos e as forças políticas organizadas.
Regimes autoritários e participação política
A inexistência de um regime democrático e, portanto, de estruturas de participação política não significa a completa anulação das formas de participação. O caso do Brasil do período da ditadura militar é, neste sentido, bastante paradoxal.

A ditadura militar brasileira recorreu à violência repressiva, impôs severo controle sobre a sociedade civil e aboliu todas as formas de oposição política livre. A ausência de democracia fez, porém, com que surgissem novos canais de participação política. Neste aspecto, o movimento estudantil pode ser considerado o exemplo mais notável. A juventude universitária brasileira transformou o movimento estudantil no principal canal de participação política.

Dessa forma, grupos, partidos e organizações políticas clandestinas (na sua maioria adeptos das ideologias de esquerda) atuaram no âmbito do movimento estudantil universitário de modo a exercer um importante papel na resistência à ditadura militar e defesa das liberdades democráticas.
Renato Cancian, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação é cientista social, mestre em sociologia-política e doutorando em ciências sociais. É autor do livro "Comissão Justiça e Paz de São Paulo: Gênese e Atuação Política - 1972-1985".

Bibliografia

  • "Dicionário de Política", Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gian francopasquino. Imprensa Oficial/Editora UnB.

Com base no texto, faça o que se pede adiante.

1. Tendo em mente a explicação que o texto dá para "participação política", você se considera uma pessoa politicamente ativa? Justifique.
2. De acordo com o texto, quais são os níveis básicos de participação política?
3. Você considera que sua participação política se dá em qual (quais) dos níveis citados na sua resposta anterior? Por quê?
4. Pesquise: o que se entende por democracia representativa?
5. De acordo com o texto, nas modernas democracias, é grande o número de indivíduos que participam ativamente da vida política de seus países? Explique.
6. Em sua opinião, o voto no Brasil deveria deixar de ser obrigatório? Mobilize informações oferecidas pelo texto para legitimar sua opinião.
7. Tomando o texto como base e pensando na realidade do seu bairro e da sua cidade, cite três estruturas políticas que favoreçam a participação dos cidadãos brasileiros.
8. Faça uma pesquisa sobre o movimento estudantil no Brasil entre 1964 e 1984 e descreva a participação dos estudantes na vida política brasileira nesse período.
9. Com base em suas pesquisas, você concorda com o autor do texto acima quando ele afirma que "A ditadura militar brasileira recorreu à violência repressiva, impôs severo controle sobre a sociedade civil e aboliu todas as formas de oposição política livre. A ausência de democracia fez, porém, com que surgissem novos canais de participação política. Neste aspecto, o movimento estudantil pode ser considerado o exemplo mais notável. A juventude universitária brasileira transformou o movimento estudantil no principal canal de participação política"?  Por quê?
10. Atualmente, em sua opinião, o movimento estudantil desempenha um papel político importante no cenário nacional? Justifique sua resposta com base em dados concretos, pesquisado em sites e veículos impressos de notícia.

O trabalho deve ser enviado para o e-mail anninhafig@uol.com.br até a segunda-feira, dia 02 de dezembro, impreterivelmente, com cópia para a Lusia (lusia@colegiofriburgo.com.br).


domingo, 29 de setembro de 2013

Pessoal, segue o texto que será usado na atividade da próxima semana. Adiantem a leitura!!!
Maria Rita Kehl e Davi Kopenawa: Não quero mais morrer outra vez

Em agosto deste ano, visitei pela Comissão da Verdade uma aldeia ianomâmi, para investigar as violações sofridas pelos indígenas durante a abertura da estrada Perimetral Norte, a partir de 1974.
Ao final do testemunho de quatro anciãos, Davi Kopenawa, um dos mais influentes pajés da aldeia, concedeu o depoimento que se segue.
Os ianomâmis e irmãos indígenas irão a Brasília no dia 2 para protestar contra a proposta de emenda constitucional 215, que retira do Executivo o poder de demarcar terras indígenas, em favor dos congressistas.
"Eu não sabia que existia governo. Veio chegando de longe até nossa terra: são pensamentos diferentes de nós. Pensamentos de tirar mercadoria da terra: ouro, diamantes, cassiterita, madeira, pedras preciosas. Matam árvores, destroem a terra mãe, como o povo indígena fala. Ela é que cuida de nós. Ela nasceu, a natureza grande, para a gente usar.
Eu não sabia que o governo ia fazer estradas aqui. Autoridade não avisou antes de destruir nosso meio ambiente, antes de matar nosso povo. Não só os ianomâmi: o povo do Brasil. A estrada é um caminho de invasores, de garimpo, de agricultores, de pescadores. Tiram 'biopirataria' sem avisar nós. Estradas que o governo construiu começaram lá em Belém, depois Amapá, Manaus, Boa Vista. Mataram nossos parentes waimiri-atroari. É trabalho ilegal. O branco usa palavra ilegal.
A Funai, que era pra nos proteger, não nos ajudou nem avisou dos perigos. Hoje estamos reclamando. Só agora está acontecendo, em 2013, que vocês vieram aqui pedir pra gente contar a história. Quero dizer: eu não quero mais morrer outra vez.
O governo local e nacional, deputados, senadores, governadores, todos têm que pensar como o governo vai nos proteger e não deixar mais destruir matas e rios e fazer sofrer os ianomâmis e outros parentes, junto com a floresta. O ambiente sofre também, junto com o índio.
Minha ideia: eu ando no meu país, o Brasil. Sou filho da Amazônia brasileira, conto para quem não sabe o sofrimento do meu povo. Não queremos que a autoridade deixe estragar outra vez. Se o governo quer fazer estrada na terra ianomâmi, tem que entrar e conversar com nós, junto com o Ibama. O governo Dilma está aprontando para estragar outra vez. Nosso povo não quer.
A autoridade tem que respeitar a Constituinte que o governo passado criou. O que fala a OIT, no papel, não pode mudar, não. Tem que ser respeitado.
Querem mudar o artigo 231. O projeto [de lei complementar] 227 vai permitir matar nós, não vai mais deixar demarcar terras de nossos parentes. O governo tem que completar o trabalho e demarcar as terras dos povos que ainda estão lutando. Demarcar as terras de quem ainda falta demarcar.
Hoje em dia, nós, lideranças, sabemos reclamar! Também precisa falar com outros governos do mundo que mandam estrangeiros virem destruir a natureza de nosso país. Não queremos aprovação de projetos de mineração no Congresso. Vamos passar fome quando não tiver mais árvores, peixes, água limpa. Belo Monte é morte, não é uma palavra bonita. Vai matar árvores, rios, índios, vida da terra.
Os brancos pensam que a floresta foi posta em cima do chão sem nenhum motivo. Pensam que a floresta é uma coisa morta. Isso não é verdade. Ela só fica lá, quieta no chão, porque os espíritos dos xapiripe tomam conta dos seres maléficos e seguram a raiva dos seres da tempestade. Sem a floresta, não teria água na terra. As árvores da floresta são boas porque estão vivas, só morrem quando são cortadas. Mas daí elas nascem de novo. É assim. Nossa floresta é viva, e se os brancos acabarem com nosso povo e com as matas, eles não vão saber orar em nosso lugar, vão ficar pobres e acabar sofrendo de fome e sede.
Queremos que nossos filhos e netos possam crescer achando nela seus alimentos. Nossos antepassados foram cuidadosos com ela, por isso está até hoje com boa saúde. Foi o governo que tirou nossa floresta, nossos rios e a vida dos irmãos. Tem que pagar indenização. Porque nossa vida vale mais do que ouro."

MARIA RITA KEHL, 61, psicanalista, é integrante da Comissão Nacional da Verdade
DAVI KOPENAWA, 57, é pajé da aldeia ianomâmi Watoriki. Recebeu o prêmio Global 500 da ONU
Publicado no caderno 1 do jornal Folha de São Paulo, no dia 29 de setembro de 2013.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Material complementar de estudo para alunos em recuperação de História - Segundo Ano setembro 2013

Pessoal, seguem abaixo alguns links para ajuda-los no estudo dos conteúdos de recuperação

Segundo ano:
A formação das poleis gregas:
http://www.brasilescola.com/historiag/a-formacao-polis-grega.htm

Esparta e Atenas
http://noticias.terra.com.br/educacao/historia/grecia-esparta-e-atenas-como-modelos-de-educacao,b1080231a76da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html

Guerras Médicas
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/guerras-medicas---contexto-historico-dois-povos-e-dois-modos-de-lutar.htm

Guerra do Peloponeso
http://www.mundoeducacao.com/historiageral/guerra-peloponeso.htm

Origens de Roma
https://www.youtube.com/watch?v=fWM2iDYWAA8 Todos os 13 vídeos da sequencia podem ser vistos)

República Romana
https://www.youtube.com/watch?v=bDOgUdi_1wQ

Atividade de recuperação de Filosofia - setembro de 2013


Na recuperação de Filosofia, você terá de retomar alguns pontos das discussões que fizemos no trimestre. Para isso:


 1.    Pesquise a biografia de


·      Sigmund Freud


·      Michel Foucault


 A biografia deve ser bem resumida. Nela devem constar apenas os dados mais importantes: data e local de nascimento, atividades desempenhadas na vida, principais obras e ideias que destacaram o autor, e data e local de morte.


 


ATIVIDADE 1

Leia o texto indicado abaixo e responda as questões que o acompanham

 


A mente segundo a teoria de Sigmund Freud

 (...) O que é psicanálise? Em primeiro lugar, uma teoria que pretende explicar o funcionamento da mente humana. Além disso, a partir dessa explicação, ela se transforma num método de tratamento de diversos transtornos mentais.


São dois os fundamentos da teoria psicanalítica: 1) Os processos psíquicos são em sua imensa maioria inconscientes e a consciência não é mais do que uma fração de nossa vida psíquica total; 2) os processos psíquicos inconscientes são dominados por nossas tendências sexuais.


 Sexo e libido

(...) Freud buscou explicar a vida humana (pessoal e individual, mas também pública e social) recorrendo a essas tendências sexuais a que chamou de libido. Com esse termo, o pai da psicanálise designou a energia sexual de maneira mais geral e indeterminada. Assim, por exemplo, em suas primeiras manifestações, a libido liga-se a outras funções vitais: no bebê que mama, o ato de sugar o seio materno provoca outro prazer além do de obter alimento e esse prazer passa a ser buscado por si mesmo.


Por isso, Freud afirma que a boca é uma "zona erógena" e considera que o prazer provocado pelo ato de sugar é sexual. Portanto, repare bem, a libido pode nada ter em comum com as áreas genitais.


Posto isso, a psicanálise compreende as grandes manifestações da psique como um conflito entre as tendências sexuais ou libido e as fórmulas morais e limitações sociais impostas ao indivíduo. Esses conflitos geram os sonhos, que seriam, segundo a interpretação freudiana, as expressões deformadas ou simbólicas de desejos reprimidos. Geram também os atos falhos ou lapsos, distrações falsamente atribuídas ao acaso, mas que remetem ou revelam aqueles mesmos desejos (...)


 Id, ego e superego

Em 1923, no livro "O Ego e o Id", Freud expôs uma divisão da mente humana em três partes: 1) o ego que se identifica à nossa consciência; 2) o superego, que seria a nossa consciência moral, ou seja, os princípios sociais e as proibições que nos são inculcadas nos primeiros anos de vida e que nos acompanham de forma inconsciente a vida inteira; 3) o id, isto é, os impulsos múltiplos da libido, dirigidos sempre para o prazer. (...)


A influência que Freud exerceu em várias correntes da ciência, da arte e da filosofia foi enorme. Mas não se deve deixar de dizer que muitos filósofos, psicólogos e psiquiatras fazem sérias objeções ao modo como o pai da psicanálise e seus discípulos apresentam seus conceitos: como realidades absolutas e não como hipóteses ou instrumentos de explicação que podem ser ultrapassados pela evolução científica e que, em alguns casos, foram mesmo.

Disponível em http://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/psicanalise-a-mente-segundo-a-teoria-de-sigmund-freud.htm Acesso em 11 de setembro de 2013

 


a)     De acordo com o texto, o que é a psicanálise?

b)    Quais são os dois fundamentos centrais da psicanálise?

c)     Quando Freud se refere à libido, ele está se referindo unicamente às práticas e desejos relacionados ao coito? Explique.

d)    Para Freud, a nossa libido pode se manifestar de maneira completamente livre e desimpedida? Explique.

e)     Segundo Freud quais são as estruturas básicas da psique humana?

f)     “Nas primeiras décadas do século 20, não havia regras bem definidas para internar as pessoas em hospitais psiquiátricos. Muitas vezes, dependentes de bebidas alcóolicas ou aqueles que tinham hábitos estranhos (como caminhar pelas ruas durante a madrugada) eram considerados pessoas com problemas mentais e levados para os hospitais. O tratamento psiquiátrico era assustador: os médicos usavam aparelhos de eletrochoque e algemas, entre outros. Diante dessa terrível situação, e com o objetivo de melhorar o relacionamento entre os pacientes, a doutora Nise da Silveira propôs um tratamento alternativo. Ela montou no hospital oficinas de artesanato, música, modelagem, jardinagem e pintura.”(trecho extraído do site http://chc.cienciahoje.uol.com.br/a-arte-do-inconsciente/)


Conhecendo algumas ideias de Freud e com base nelas, levante uma hipótese para explicar por que a arte tem uma função importante no tratamento de pessoas com doenças mentais.

g)    Você já escutou falar do artista Bispo do Rosário? Faça uma pesquisa sobre ele e depois selecione pelo menos de duas de suas obras e comente-as.

 

 

ATIVIDADE 2

 

A genealogia dos micropoderes

José Renato Salatiel

(...) Antes de Foucault, a teoria política concebia o poder como algo que uns tem, outros não, além de estar associado, mais comumente, à figura da Igreja ou do Estado. Toda teoria política clássica, de Maquiavel e os contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau) até Marx, discutia-se como legitimar o poder de uns poucos sobre muitos, e assim, manter (ou subverter, no caso de Marx) a ordem social.

Foucault entende o poder não como um objeto natural, mas uma prática social expressa por um conjunto de relações. Temos que pensar o poder não como uma "coisa" que uns tem e outros não, como, por exemplo, o pai e o filho, o rei e seus súditos, o presidente e seus governados, etc., mas como uma relação que se exerce, que opera entre os pares: o filho que negocia com o pai, os súditos que reivindicam ao rei, os governados que usam dispositivos legais para fiscalizar o presidente, etc.

Deste ponto de vista, poder não se restringe ao governo, mas espalha-se pela sociedade em um conjunto de práticas, a maioria delas essencial à manutenção do Estado. O poder é uma espécie de rede formada por mecanismos e dispositivos que se espraiam por todo cotidiano - uma rede da qual ninguém pode escapar. Ele molda nossos comportamentos, atitudes e discursos.

Para descobrir como o poder funciona, Foucault vai usar o método genealógico, empregado por Nietzsche para contar a "história secreta" dos valores. Vamos ver alguns exemplos disso.

 Corpos dóceis

Uma manifestação externa desses poderes que Foucault analisa diz respeito aos seus efeitos sobre nossos corpos, que ele chama de poder disciplinar e que caracterizou determinadas sociedades no século 20.

Foucault argumenta que nenhum poder que fosse somente repressor poderia se sustentar por muito tempo, porque uma hora as pessoas iriam se rebelar. Portanto, seu segredo é que, ao mesmo tempo em que reprime, gera conhecimento e corpos produtivos para o trabalho.

Era comum, e ainda é nos dias atuais, encontrarmos pátios escolares em que se formam filas com crianças para entrar nas salas de aula. Depois, na sala de aula, era preciso que as crianças controlassem suas vontades corporais (fome, vontade de fazer xixi, etc.) até que tocasse o sinal. Este é um exemplo da domesticação de corpos de que fala o filósofo.

Mais tarde, na Igreja, no Exército e nas fábricas, esse indivíduo viveria a mesma rotina de adestramento corporal. O objetivo? Segundo Foucault, maximizar a utilidade econômica de nossos corpos, para o trabalho, e diminuir a força política e criativa, de contestação, que temos também, criaturas cheias de desejos que somos.

Afinal de contas, imagine o que seria de uma sociedade, livre de mecanismos de poder, em que quiséssemos trabalhar ou estudar na hora em que desse na telha e resolvêssemos passar a maior parte do nosso tempo namorando, jogando futebol ou simplesmente não fazendo nada? E, para dar o exemplo para aqueles que são considerados corpos improdutivos para a sociedade, diz Foucault, foram criados asilos para os loucos e prisões para os ladrões. Desse encarceramento surgem áreas de conhecimento como a psiquiatria e a criminologia.

 Resistências locais

O ponto em que a teoria de poder de Foucault converge com o pós-modernismo é que, da mesma maneira que lidamos com o fim das visões totalizantes de mundo, o poder também se pulveriza em micropoderes. E, consequentemente, a resistência aos poderes passa a ser local, em ações cada vez mais regionalizadas.

Não adianta investir contra o Estado, achando que ele é a causa de todos os males. Ele é apenas uma das representações desse poder que se exerce em uma série de mecanismos, que reproduzimos todos os dias sem ao menos nos darmos conta disso. Por exemplo, quando tratamos com autoritarismo nossos filhos, namoradas ou pais.

E onde Foucault identifica estes focos de resistências locais aos poderes? Nos movimentos ativistas pelos direitos humanos, além de gays, negros, feministas, ecologistas e outras minorias que se organizaram como polos de contra-poder, principalmente a partir da década de 1960, quando emerge o pós-modernismo.

Neste nosso mundo pós-moderno, fica cada dia mais difícil saber quem é o vilão e quem é o mocinho. Os super-heróis estão cada vez mais humanos. Ou, como diria Nietzsche, demasiadamente humanos.

Disponível em http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/filosofia-pos-moderna---michel-foucault-a-genealogia-dos-micropoderes.htm Acesso em 11 de setembro de 2013

 

a)   Qual foi a grande contribuição de Michel Foucault para os estudos em torno do tema do poder?

b)   Para Foucault, a prática da repressão e o uso da violência podem assegurar o poder por tempos prolongados? Explique.

c)   Que relação Foucault estabelece entre a disciplina e a necessidade que o sistema capitalista tem de fazer aumentar a produtividade das pessoas (produzir mais em menos tempo)?

d)   Se Foucault fosse vivo, você considera que ele veria com otimismo as atuais manifestações que acontecem no Brasil contra o Estado? Justifique.

e)   A propaganda abaixo é estadunidense e data de 1961. Nela está escrito:

 

"O Chef faz tudo, menos cozinhar - mas é para isso que servem as esposas!"

 

 

 Analise a peça de propaganda usando como base para isso as ideias de Foucault.

 


 

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Trabalho História para segundo e terceiros anos

Povo, depois de pensar em alguma coisa que não fosse muito chata para ser feita nas férias, achei que vocês encarariam sem muito trauma a elaboração de um infográfico.
Para construir o infográfico, sigam as instruções adiantes. São as mesmas para todas as séries. O que muda é o tema.
Para os terceiros anos, os temas são os seguintes (escolha apenas UM):

  • A vida em São Vicente no século XVI
  • O tráfico negreiro
  • A mão-de-obra escrava nos engenhos do nordeste
  • A noite de São Bartolomeu
  • A publicação das 95 teses de Lutero
Para os segundos, os temas são (escolher apenas UM):
  • Revoltas plebeias em Roma
  • A guerra contra Cartago
  • Roma e suas províncias
  • A arena romana
  • Os bárbaros invadem o Império Romano
Para fazer o infográfico:


O infográfico
“Infografia ou infográficos são representações visuais de informação. Esses gráficos são usados onde a informação precisa ser explicada de forma mais dinâmica, como em mapas, jornalismo e manuais técnicos, educativos ou científicos. Pode utilizar a combinação de fotografia, desenho texto.”

e ainda,

Tudo deve ser explicado, esclarecido e detalhado - de forma concisa e exata, numa linguagem tanto coloquial e direta quanto possível [...] O didatismo deve estender-se também à disposição visual do que é editado. [...] A apreensão pelo leitor deve ser fácil, clara e rápida. [...] A rigor, tudo o que puder ser dito sob a forma de quadro, mapa, gráfico ou tabela não deve ser dito sob a forma de texto.

chttp://penta2.ufrgs.br/edu/ImagemEduc/o_infogrfico.htmlientíficos. Pode utilizar a combinação de fotografia, desenho e texto”






1.   O infográfico deve ser feito em uma cartolina. 
2.  Os infográficos podem ser feitos usando-se desenhos ou recortes, mas a composição geral deve ser original, criada pelo aluno (não copiar ideias de infográficos de revistas nem de internet). Os textos devem ser curtos e objetivos, digitados e colados em associação com as imagens às quais fazem referência (ver como os textos estão dispostos nos exemplos acima).
3.  Os alunos terão até dia 09 de gosto para finalizar o trabalho. Nesse dia, os cartazes devem estar prontos para serem exibidos e avaliados.
4.     Os cartazes serão avaliados segundo os seguintes critérios:
a)     Correção das informações históricas;
b) Pontualidade na entrega;
c)     Qualidade gráfica/ artística do trabalho.
d)     Clareza e objetividade das informações.

Qualquer dúvida, entrar em contato comigo pelo e-mail, pelos comentários do blog ou pelo face.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Trabalho de Filosofia - Segundo e Terceiro Anos

1.Para realizar o presente trabalho, você deverá assistir aos vídeos abaixo e ler o texto que se segue adiante.
2. Depois de ter feito o que foi solicitado, escolha um dos temas abaixo e desenvolva uma dissertação sobre ele.
3. A dissertação deve usar como referência as ideias do filósofo Michel Foucault.
4. Lembre-se que seu texto deve ter:
a) Uma introdução. Nela, você apresentará ao leitor o problema do qual se propôs a tratar. Coloque seu leitor a par do problema, estimule nele o interesse pela questão.
b) A argumentação. Aqui você vai desenvolver seus argumentos para convencer o leitor do seu ponto de vista. O texto deve ser cuidadosamente "bordado" para que as ideias se sucedam com lógica. Não pule nenhuma etapa do seu pensamento. Lembre-se de ir usando as ideias de Foucault para sustentar sua posição. Evite frases muito longas, pois é comum o aluno perder nelas o fluxo das ideias. Construa seu pensamento como se estivesse subindo uma escada: um degrau por vez. Cuidado com o vocabulário: evite "escrever difícil". Use palavras que você conheça bem e se tiver dúvida sobre o significado de alguma, use dicionário.
c) Conclusão. Na conclusão você deve "fechar" a discussão, chegando em algum lugar. Aqui deve estar claro para onde o leitor foi conduzido pelo seu raciocínio.
5. Ao terminar sua dissertação, releia o que escreveu e faça os ajustes necessários. Lembre-se de fazer isso só um ou dois dias depois de ter escrito a dissertação. O "teste da gaveta" é fundamental, OK?






O surgimento dos homossexuais (adaptado)
Michel Foucault aborda o problema de se partir de um conceito biológico para explicar o gosto por pessoas do mesmo sexo, a diferença entre homossexual e gay e a importância da militância que vai além dos direitos partidários

(...)  Um dos pontos mais provocativos da obra de Foucault está em sua afirmação de que “o homossexual” enquanto categoria tem data de nascimento: 1870, com o artigo de Carl Westphal (1833-1890), As Sensações Sexuais Contrárias. Aqui, é importante salientar o que Foucault não disse, a fim de dirimir eventuais mal entendidos: ao dizer que o “homossexual” tem data de nascimento, isto não significa que homens não faziam sexo com homens antes de 1870. A diferença fundamental é que, a partir do século XIX, o discurso vigente falava a respeito de “uma espécie”, “uma categoria” de criaturas a quem chamamos de “o homossexual”. Antes de 1870 havia a recriminação contra atos homossexuais, mas supostamente não se aventava que existisse algo como o homossexual substantivado. Um indivíduo que praticasse o coito homoerótico não era rotulado como pertencente a uma subclasse específica da humanidade, e bastava a ele que – após o ato confessional – se redimisse a partir de algumas práticas que o “purificariam” do ato. O sujeito não era algo, ele tinha feito algo. O investimento das instituições de poder vigentes (a Igreja, mais especificamente) nesta direção se limitava a prescrever orações como forma de redenção contra o ato dito “pecaminoso” (embora nos séculos XVI e XVII muitos tenham sido mortos pela Inquisição, por conta de práticas homossexuais). A partir de 1870, ocorre uma mudança de paradigma, nasce o conceito de “o homossexual”, uma entidade singular essencialmente determinada, alguém com uma diferenciação de desejo que abarcava toda a inteireza de seu ser.

Hoje, a questão da homossexualidade vai além do desejo, e se vincula a uma ideologia que gira em torno de interesses de um grupo, criando uma identidade universal para os homossexuais
Quando Foucault afirma que “o homossexual” é construído, ele não está afirmando que as pessoas se tornam homossexuais por conta de influências ambientais. O fato é que se descobrir desejando o mesmo sexo a partir da década de 1870 passou a ter uma implicação diferenciada: o sujeito não estava apenas tendo um desejo, mas ele se descobria parte de um subconjunto da humanidade. Esta marca, este estigma, recaía sobre o sujeito como um ferro de marcar gado. Afinal, ele pertencia a uma classe que havia se tornado alvo de estudo científico. Não era ele quem dizia de si, de seu desejo, e sim as autoridades.
O começo do século XX foi marcado pelo surgimento de diversas “tecnologias do sexo” e “ciências da sexualidade”, que se encontravam assaz comprometidas com o objetivo de preservar e promover a força laboral produtiva e procriadora, servidora de um sistema capitalista em desenvolvimento cujo centro fundamental era a família burguesa. Deste modo, homossexuais evidentemente incomodavam por constituírem uma anomalia no sistema que exigia a procriação. O homossexual foi transformado numa “espécie” ameaçadora da máquina – como se uma minoria que não se reproduz ao praticar sexo fosse realmente induzir a humanidade à extinção!
Com a psiquiatrização da homossexualidade no fim do século XIX, surgiu o pensamento equivocado de que tudo no homossexual se resume ao sexo, ele está imerso em sua própria sexualidade e, deste modo, as identidades são construídas a partir desta crença. Tudo se resume a este pequeno detalhe. Conforme diz Foucault:
“O homossexual do século XIX torna-se um personagem: um passado, uma história, uma infância, um caráter, uma forma de vida; também é morfologia, com uma anatomia indiscreta e, talvez, uma fisiologia misteriosa. Nada daquilo que ele é, no fim das contas, escapa à sua sexualidade. Ela está presente nele todo: subjacente a todas as suas condutas, já que ele é o princípio insidioso e infinitamente ativo das mesmas; inscrita sem pudor na sua face e no seu corpo já que é um segredo que se trai sempre. É-lhe consubstancial, não tanto como pecado habitual, porém como natureza singular.”
Foucault não nega eventuais indícios biológicos para as preferências sexuais. Ele jamais afirma que não existe um fator biológico; o que ele rejeita é a militância pautada e justificada na Biologia. A questão é: a que serve este conhecimento? Com qual ideologia ela está implicada? São perguntas que não permitem uma atitude ingênua.
(...)

HOMOSSEXUAL VERSUS GAY
“Homossexual”, conforme já vimos, é um termo que surge no contexto do final do século XIX, e ilustra uma suposta categoria de indivíduos portadores de uma doença misteriosa. A construção conceitual “colou” com tamanha força, que apenas no final do século XX a homossexualidade foi retirada do rol de distúrbios listados pelo Catálogo Internacional de Doenças. Até a década de 1960, “homossexual” foi o termo utilizado, carregado de implicações médicas, legais, psicológicas.
Mas, nos anos 1960, paulatinamente alguns homens e mulheres passaram a se referir a si mesmos como gays, do inglês “alegre”, o que provocou consternação em muitas pessoas de sexualidade dita “normal”, uma vez que um vocábulo comum tinha sido “sequestrado” por um assim dito “grupo pervertido”. A diferença mais substancial entre os termos “gay” e “homossexual” está no fato de que, enquanto a categoria “homossexual” era um objeto de conhecimento das biociências, os gays eram um grupo específico que afirmava ostensivamente um posicionamento político. Um grupo que lutava por seus direitos, pela descriminalização, um grupo que lutava em prol do respeito às diferenças. “Ser gay”, portanto, seria questão de orgulho, e não de patologia. Seria uma postura de resistência contra as normatividades, uma resistência na qual o sujeito, dizendo-se gay, está a dizer: sou feliz desejando o que desejo, e não me sinto mal por isso. Do mesmo modo que os movimentos feministas conquistaram espaço para as mulheres ao longo dos mesmos anos 1960, os movimentos gays se negaram a assumir para si a representação de sujeitos portadores de uma patologia. A partir deste ponto de vista, nem toda pessoa que deseja o próprio sexo é gay. Ela é alguém que deseja o próprio sexo, e apenas isso: um homossexual. Mas ser gay é uma conquista pessoal, é assumir uma postura política, é lutar por um mundo em que as diferenças são respeitadas. Para Foucault, nem todo homossexual é gay, e não o será enquanto permanecer paralisado em sentimentos de culpa e submisso a um discurso patológico.

Para Foucault, ser gay está além de simplesmente ser ativista e lutar pelo seu espaço. Mas é aproveitar a sua diferença para criar diferentes estilos de viver a vida e novas relações
Ao longo de Ditos e Escritos, Foucault aponta para o fato de que é preciso procurar ser gay, ou seja, assumir uma postura ativista, militante, que luta por um lugar ao sol. Mais do que simplesmente copiar os modelos heteronormativos, “ser gay”, segundo Foucault, é se aproveitar de sua diferença a fim de criar novas formas de relação, inventar novos estilos de vida. “Ser gay” não se resumiria, portanto, a batalhar por uma inserção no estado vigente das coisas, e sim uma forma de alterar este estado vigente. O filósofo, em momento algum, pretende limitar sua abordagem à conquista de direitos existentes, como o direito ao casamento entre homossexuais, mas como uma militância sem fim, que vai além do que existe atualmente. Sobre a questão do casamento gay, por exemplo, Foucault reconhece que tal conquista é importante, mas que limitar a luta à mera reprodução do modelo conjugal heteronormativo seria um empobrecimento, uma perda de oportunidade de realizar mudanças significativas. O que ele propõe é algo muito mais revolucionário do que muitos militantes gays poderiam sequer aventar: a utilização da própria condição marginal como uma forma de não apenas ser aceito pela sociedade, mas como uma forma de transformar a estrutura da sociedade.



Temas para a dissertação:

1. O corpo desobediente dos loucos
2. A penetração das relações de poder na intimidade
3. A violência escancarada e a violência dissimulada
4. Vigiar ou punir? 


segunda-feira, 1 de abril de 2013

Atividade para o segundo ano. Para dia 09 de abril de 2013


1. Para o historiador Finley, a fragmentação política da Antiga Grécia em centenas de pólis “só pode ser explicada como um hábito resultante de uma profunda e enraizada convicção a respeito de como resolver o viver junto”.

a) Defina pólis.
b) Por que Finley afirma que a convicção dos gregos a respeito de como resolver e “viver junto” teria impedido a formação de um Estado unificado na Grécia?
2. Explique como ocorreu o estabelecimento das tiranias na Grécia Antiga (séculos VIII a.C – VI a.C.) e relacione-as ao desenvolvimento da democracia em Atenas.

3. O texto abaixo se refere à vida do cidadão espartano. Leia-o atentamente e depois faça o que se pede:

Os cidadãos de Esparta estão convencidos de sua superioridade, mas têm direitos limitados e muitos deveres. Como todo trabalho manual lhes é proibido, eles vivem das rendas de seus dotes de terra e devem, dos 20 aos 60 anos, estar sempre à disposição da cidade para participar dos treinamentos militares em equipe e, eventualmente, ir para a guerra. Os cidadãos iguais vivem, desde a adolescência, num coletivismo radical.

(MAFFRE, Jean-Jacques. “A educação linha-dura dos espartanos” in: História Viva. São Paulo: Duetto, n.3, p. 17, 2004. Edição especial temática) 

a) Se os cidadãos espartanos não trabalhavam, quem era responsável pela produção agrícola em Esparta? Explique. 
b) Em que aspecto a formação de um cidadão ateniense diferia da formação de um cidadão espartano?