domingo, 26 de abril de 2020

Material para a semana 27 a 30 de abril

Alunos, estamos para começar as férias antecipadas. Assim, nesse período de 20 dias, corrigirei e devolverei as centenas de atividades que estão em meu e-mail. Fiquem atentos às devolutivas. Para esses 20 dias, a orientação é aproveitar o tempo sem lição para fazer a leitura do livro O Mundo Assombrado pelo Demônios.
Para essa semana, vocês deverão assistir os vídeos abaixo (todos, do Primeiro ao Terceiro) e pensar (Você não precisará escrever nada para entregar, mas registre suas ideias para não se esquecer delas, pois faremos uma discussão sobre esses pontos):
1) Por que precisamos da Ciência?
2) É desejável um mundo sem dúvidas?
3) A produção e difusão intencional de notícia falsa deve ser criminalizada?





segunda-feira, 20 de abril de 2020

Atividades para a semana de 20 a 24 de abril (não enviem nada em PDF!!!)

Primeiro Ano

Na aula passada, vimos que Esparta e Atenas desenvolveram modelos políticos e econômicos diferentes. Embora nas duas poleis a agricultura fosse a atividade econômica mais valorizada, em Atenas o comércio prosperou bastante, enriquecendo uma camada de comerciantes. Em Atenas, os pequenos proprietários formavam a base dos exércitos hoplitas e eles mesmos produziam em suas terras. Já os grandes proprietários eram donos de escravos. Em Esparta, as terras eram controladas pelo Estado espartano e trabalhadas pelos hilotas, submetidos à servidão (alguns autores os consideram escravos do Estado). Com o tempo, o governo de Atenas se tornou democrático, e mesmo os homens livres pobres podiam participar das assembleias. Em Esparta, o governo foi sempre aristocrático, controlado pela elite militar espartana. Essa diferença de perfil entre as duas cidades também influenciou na educação dos jovens: Atenas dava especial atenção à educação intelectual a fim de preparar os jovens (principalmente os da aristocracia) para os debates em praça pública, ao passo que Esparta concentrava sua atenção na formação militar dos meninos e adolescentes. Quanto às meninas, gozavam de mais autonomia em Esparta do que em Atenas, onde viviam restritas ao espaço da vida doméstica.
Para saber mais sobre a democracia ateniense, leia o texto A máquina que zelava por democracia ‘justa’ em Atenas, publicada em janeiro desse ano no site de notícias da BBC.

Segundo Ano

A decadência do sistema feudal teve como marco importante o século XIV, quando a Europa viveu uma somatória de episódios que exerceram forte pressão sobre ele. Primeiro, foi nesse período que nobres franceses e ingleses se engalfinharam em um longo conflito chamado Guerra dos Cem Anos (e que na verdade durou mais de cem anos, se prolongando de 1337 a 1453),  e que foi importante para a constituição das identidades e dos territórios dos reinos da França e Inglaterra. Foi também no século XIV que uma série de eventos climáticos comprometeu várias safras agrícolas, causando picos de carestia e fome em muitas regiões da Europa. Como consequência, os senhores feudais aumentaram a exploração dos camponeses, causando revoltas violentas, conhecidas como Jacqueries. Mas como desgraça pouca é bobagem, esse século conheceu também uma das piores epidemias que se abateu sobre a população europeia: a peste negra. Se vc está achando difícil superar pelo convid-19, veja como foi enfrentar a peste negra:




Terceiro Ano

Nas aula passada vimos que ao chegarem às terras onde hoje é o Brasil, os portugueses não a encontraram deserta. Ao contrário, ela era habitada por diversos povos, com línguas e costumes diferentes. Em um primeiro momento, os recém-chegados não demonstraram muito interesse pelas novas terras, uma vez que não encontraram ouro nelas e estavam mais interessados na exploração do comércio com os mercados orientais, cujas mercadorias eram imensamente lucrativas. Nesse período, que vai do descobrimento até 1530, não houve de fato colonização. Por isso falamos em Período Pré-Colonial e já o estudamos no final do Segundo Ano. A partir da década de 1530, com a decadência do comércio com o Oriente, os portugueses trouxeram para a América suas técnicas de produção de açúcar. Foi nos engenhos de açúcar que a mão-de-obra escrava africana foi mais empregada. Para conhecer um engenho de açúcar, assista ao vídeo abaixo


HP

Estou aguardando o levantamento bibliográfico dos temas dos grupos. Por enquanto, recebi apenas de um grupo.

Atualidades

Por causa do feriado do dia 21, voltaremos à gincana na terça-feira, dia 28. Lembrem-se que essa é a notícia em... inglês!!!!! Todos terão de estar a postos e somar esforços para descobrir a resposta. Lembrando: o grupo da Thyná segue à frente com 2 pontos!!!!



segunda-feira, 13 de abril de 2020

HP: Leituras iniciais para os grupos de pesquisa



Na última aula virtual de HP combinamos que cada grupo receberia algumas indicações iniciais de texto (abaixo) e que cada aluno deveria selecionar mais um texto além dos indicados. Cada grupo deve escolher um coordenador e os integrantes devem passar para ele o link selecionado. Até 04 de maio, o coordenador deve postar na seção de comentários do blog todos os links do seu grupo.

Depois que eu validar os links, cada aluno deverá escolher um texto para fichar. Quando o texto tiver menos de 03 páginas, o aluno deverá escolher um segundo texto. Quando o texto tiver mais de 12 páginas, o fichamento pode ser dividido entre dois ou mais alunos (desde que cada um fique responsável pelo mínimo de 06 páginas).

As orientações para o fichamento seguem abaixo. Os fichamentos devem ser enviados todos juntos pelo coordenador do grupo, por e-mail, até o final de maio.

Questão 1:
Por que os meios de comunicação e os produtos culturais frequentemente apresentam uma imagem estereotipada da população LGBTQ+?
Representação de LGBTs na mídia: entre o silêncio e o estereótipo
A temática homossexual na publicidade de massa para público gay e não-gay: conflito entre representação e estereótipos

Questão 2:
Por que a arte periférica não goza do mesmo prestígio da arte elitizada?
Cultura de periferia na periferia
Arte e cultura mudam representações sobre a periferia
A literatura marginal/periférica: cultura híbrida, contra-hegemônica e a identidade cultural periférica

Questão 3:
Qual é o papel da Educação na inserção de um indivíduo na sociedade?
ONU diz que maior escolaridade de adultos reduziria pobreza pela metade
A EDUCAÇÃO COMO MEIO DE INCLUSÃO SOCIAL
Experiências da desigualdade: os sentidos da escolarização elaborados por jovens pobres

Questão 4:
Por que a população periférica e suas manifestações culturais são vistas como ameaça?
A política que barra negros e pobres e ameaça a democracia da areia no Rio
Jessé Souza: O rolê da ralé ameaça a fronteira de classes
A classe média no espelho

Questão 5:
Que fatores explicam a prática recorrente de abuso de autoridade e violência por parte dos policiais?
Entre as polícias de SP, 84% das denúncias sobre abuso de poder incluem PMs
A polícia dos pobres: violência policial em classes populares urbanas
'Pedagogia do sofrimento' em treinamento alimenta violência policial, diz capitão da PM

Questão 6:
Como a vida das mulheres vítimas de abuso e assédio é afetada pelo tratamento negligente das autoridades?
Saúde ainda negligencia violência de gênero
A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
O pessoal torna-se político: o papel do Estado no monitoramento da violência contra as mulheres

Como fazer o fichamento?

1.   No topo de uma folha pautada ou ficha, identificar o texto que será fichado (título, autor, livro em que está etc.).

2.   Ler atentamente o texto, tirando dúvidas de vocabulário com ajuda de um dicionário (físico ou virtual) e grifando as ideias principais. Você pode registrar, à lápis, ideias-chave às margens do texto para facilitar o trabalho.

Atenção: você não precisa tirar TODAS as dúvidas de vocabulário. Avalie quando a compreensão de uma palavra é fundamental para você entender o sentido do texto.

3.   Ao longo da leitura, identificar as ideias principais de cada item ou subitem e anotá-las com suas palavras. Abra um item para cada ideia, fazendo uma lista de ideias.

Atenção: Você não precisa ter uma ideia importante por parágrafo. Às vezes, o autor escreverá vários parágrafos para transmitir uma ideia. Leia com a preocupação de entender um bloco de ideias. Lembre-se: a ideia central de um parágrafo ou conjunto de parágrafos é aquela estruturante. Exemplos, casos ilustrativos, detalhamento de ideias não são o eixo do texto.

4.   Além das ideias principais, você também pode anotar no seu fichamento conceitos importantes, questionamentos, comparações e outras informações suscitadas pelo texto.

5.   Registre ideias inteiras, com sujeito e predicado. Cada parágrafo anotado deve ser uma frase completa e não continuidade da frase anterior.

6.   Quando você desejar anotar uma frase exatamente como está no texto, use aspas para indicar que aquela ideia está nas palavras do autor. Sem fazer isso, você corre o risco de fazer plágio!

Para mais detalhes, assista ao viso abaixo



sábado, 11 de abril de 2020

Semana de 13 a 17 de abril

TODOS:
1. Lembrem-se de que nessa semana temos aula pelo Zoom. Anotem suas dúvidas para que eu possa ajudá-los e a aula ser proveitosa. 
2. As atividades aqui propostas devem ser enviadas por e-mail até dia 04 de maio. 
3. No próximo sábado, dia 25 de abril, às 18h, para quem quiser, faremos uma breve exercício de respiração e meditação para ajudá-los a controlar a ansiedade.

Primeiro Ano

Já estudamos as origens da civilização grega ao estudar os Períodos Homérico e Arcaico. Vimos como se formaram e que características tinham as cidades-Estado gregas. Na aula de hoje, vamos diferenciar dois modelos de cidade-Estado: as democráticas, como Atenas, e as aristocráticas (ou oligárquicas), como Esparta. 
Depois de assistir ao vídeo abaixo, faça uma tabela comparativa, indicando as principais diferenças entre esses dois modelos.


Segundo Ano

Nas aulas passadas, estudamos a formação do Feudalismo, com a formação dos reinos bárbaros e sua cristianização. A seguir, vimos as principais características do sistema, listadas abaixo de maneira resumida:

1) Descentralização do poder político: havia reis, mas o poder de fato era exercido pelos senhores feudais, responsáveis pela proteção militar, administração e aplicação da justiça nos feudos.
2) Os feudos eram principalmente terras (mas poderiam ser castelos, pedágios ou até certa quantidade de riqueza) que um nobre recebia de outro em troca de sua lealdade e apoio militar. O nobre que recebia o feudo era chamado de vassalo e aquele que cedia o feudo era o suserano.
3) As relações feudo-vassálicas eram pessoais, firmadas sempre entre dois nobres.
4) Quem trabalhava a terra eram os camponeses. Esses podiam ser livres (vilões) ou estarem submetidos à servidão. Nesse caso, estavam presos à terra onde viviam e à uma série de obrigações para com seu senhor.
5) Entre as obrigações feudais, estavam a corveia (trabalho compulsório no manso senhorial), a talha (parte da produção realizada no manso servil), a banalidade (obrigação paga pelo uso dos equipamentos do feudo, como formo e moinho), entre outras. Os camponeses também pagavam o dízimo para a Igreja.
6) A base da economia era agropastoril. O feudo produzia quase tudo o que era necessário para o sustento de seus habitantes. Não havia produção de excedente e a atividade comercial era inconstante e irregular. A moeda circulava pouco pela Europa ocidental, predominando as trocas naturais.
7) A sociedade era de tipo estamental, não havendo mobilidade social. Basicamente, a sociedade se dividia em três ordens ou estados: a nobreza, o clero e os trabalhadores. Os dois primeiros estados gozavam de privilégios.
8) A Igreja era a mais importante instituição feudal. Ela tinha grande influência em todas as esferas da vida medieval na Europa Ocidental, inclusive monopolizando o conhecimento erudito.

O sistema feudal se formou na Alta Idade Média e começou a entrar em crise na Baixa Idade Média.

Para entender como se deu a desagregação do sistema feudal, assista aos vídeos abaixo. Enquanto o assiste, elabore uma lista com as ideias principais oferecidas por eles, no mesmo modelo da lista acima, mas sem repetir informações que já estejam nela. 




Terceiro Ano

Vimos anteriormente como foram as relações dos portugueses com os reinos africanos durante o processo de Expansão Marítima. Também estudamos como se estabeleceu o negócio do tráfico negreiro na costa da África e dos impactos que causou nos reinos africanos. E como será que viviam os povos que viviam no Brasil antes da chegada dos portugueses? Assista ao vídeo abaixo e faça um desenho representando ao menos 5 (cinco) características da cultura Tupi que você julgou mais interessantes. Identifique-as com uma legenda e para cada uma escreva um parágrafo explicando por que você considerou essa característica merecedora de destaque.



segunda-feira, 6 de abril de 2020

Semana doa 04 a dia 08 de abril

ATENÇÃO: em reconhecimento às dificuldades que os alunos vêm tendo para fazer todas as atividades, aquelas propostas para serem entregues até dia 10 ficam prorrogadas para serem entregues ATÉ dia 17.

Os vídeos abaixo são complementares. Como não podemos fazer reuniões semanais pelo Zoom, usarei as reuniões a cada duas semanas PARA TIRAR DÚVIDAS (revezarei com a Andréa). Assistam aos vídeos, leiam os textos e registrem aquilo que querem esclarecer.

Próximos encontros:
05/04 - com um representante por grupo de HP pelo menos (19h)
05/04 - Atualidades/ Gincana 3o ano (20h)
11/04 - aula de História com 1o ano às 18h
11/04 - aula de História com o 3o ano às 19h
12/04 - aula de História com o 2o ano às 18h
12/04 - Gincana Atualidades às 20h
AGUARDEM ORIENTAÇÕES para as aulas de HP. Eu, a Ana e a Andéa estamos tentando organizar algo juntas.

Primeiro Ano:


Segundo Ano:



Terceiro Ano:




terça-feira, 31 de março de 2020

Propostas de pesquisa - HP

Galera do curso de HP, abaixo estão os problemas propostos a partir do curta Pixo pelos alunos presentes no encontro de hoje. Cada aluno deve escolher até a próxima terça uma das questões abaixo para ser objeto de investigação.



Questão 1:
Por que os meios de comunicação e os produtos culturais frequentemente apresentam uma imagem estereotipada da população LGBTQ+?

Questão 2:
Por que a arte periférica não goza do mesmo prestígio da arte elitizada?

Questão 3:
Qual é o papel da Educação na inserção de um indivíduo na sociedade?

Questão 4:
Por que a população periférica e suas manifestações +culturais são vistas como ameaça?

Questão 5:
Que fatores explicam a prática recorrente de abuso de autoridade e violência por parte dos policiais?

Questão 6:
Como a vida das mulheres vítimas de abuso e assédio é afetada pelo tratamento negligente das autoridades?

Questão 7:
Qual é o limite de aceitação social de um indivíduo que tenha praticado um crime (a prática de crime hediondo impede um indivíduo de ser aceito de volta na sociedade)?


segunda-feira, 30 de março de 2020

Atividades para dia 10 de abril

ATENÇÃO:
Seguimos aqui nossas aulas à distância, lembrando que a partir de hoje, dia 30 de março, teremos encontros semanais via Zoom. Às segundas, às 18h, atenderei o 1o ano e às 19h atenderei o 3o ano. Na terça, atenderei o 2o ano às 18h e o grupo de HP às 19h. A notícia da gincana de Atualidades será postada na terça via Whats App logo após a aula de HP (entre 19h40 e 20h)

Primeiro Ano

Leia o texto abaixo e faça as atividades que o acompanham:

A formação das cidades-Estado gregas iniciou-se por volta do século VIII a.C., durante o Período Arcaico. Como já vimos no vídeo anterior, desde alguns séculos antes existiam na Grécia núcleos urbanos em cuja praça central, a ágora, a população se reunia para escutar os debates entre os aristocratas. Esses debates giravam em torno de assuntos que diziam respeito a toda a comunidade. Como o poder ficava controlado só pela seleta camada dos aristocratas, dizemos que o governo era, então, oligárquico (oligos = poucos/ arquia = poder, governo).

Porém, com o passar dos anos, esses núcleos cresceram e tornaram-se mais organizados, evoluindo para a polis grega. A polis integrava um centro urbano, a área rural e, quase sempre, uma faixa litorânea (havia cidades no interior do continente sem litoral). O centro urbano dividia-se entre a acrópole, ou cidade alta, que era uma colina fortificada onde estava construído o principal centro religioso da polis, e a ásty, a cidade baixa, onde erguiam-se os prédios públicos, as oficinas, as habitações urbanas e a ágora. A maior parte da população vivia em aldeias na área rural e dedicava-se à criação de cabras e ovelhas, e principalmente ao cultivo do trigo, da oliveira e da uva.


1. O desenho acima é uma representação daquilo que seria o modelo da polis grega. Repare que as letras indicam cada uma de suas partes. Com base nas informações oferecidas pelo parágrafo anterior, você consegue identificá-las?

Ao mesmo tempo em que a polis crescia, o poder da aristocracia ampliava-se e, junto com ele, o domínio que esse grupo detinha sobre as terras. O resultado disso foi que as terras férteis - que já não eram muitas - acabaram concentradas nas mãos de poucas famílias. A medida que o número de pessoas vivendo nas comunidades também aumentava, as terras disponíveis ficavam mais escassas. Pequenos proprietários sem recursos acabavam endividados, perdiam suas terras e, não raramente, viam-se reduzidos à condição de escravos.
Por volta do ano 750 a.C. a gravidade da situação era tamanha, que os aristocratas perceberam a necessidade de tomar alguma providência para acalmar os ânimos da população insatisfeita. Assim, os governantes das polis começaram a promover expedições colonizadoras pelo Mediterrâneo, fundando dezenas de cidades em torno do Mar Negro, no norte da África e no sul da atual França e da Península Itálica. As novas cidades, como Bizâncio, Marselha e Nápoles, eram totalmente independentes das cidades-mãe, mas mantinham vínculos estreitos com elas. Isso foi importante para o mundo grego na medida em que estimulou a intensificação das trocas comerciais e os deslocamentos pela região que passaria a ser conhecido como Magna Grécia.


A colonização foi a saída encontrada pela maioria das cidades gregas para amenizar seus problemas sociais, mas não foi a única. Por exemplo, a belicosa Esparta achou mais interessante conquistar as terras de seus vizinhos no Peloponeso e submeter sua população, fazendo-a trabalhar para os espartanos. Em Atenas, a aristocracia escolheu alguns indivíduos muito prestigiados na sociedade para reformularem suas leis. No ano de 594 a.C., um desses homens, Sólon, decretou o cancelamento das dívidas e acabou com a escravidão por dívidas. Além disso, fez com que as leis fossem escritas para que a justiça aplicada sem que pairassem dúvidas sobre ela.

2. Que alcance tiveram essas reformas? Leia com cuidado o texto abaixo. Ele foi escrito em forma de poema pelo próprio reformador Sólon e nos revela um pouco de suas intenções:

Ao povo dei apenas tanto poder quanto o suficiente; não tirei seus direitos nem concedi mais. Quanto aos que tinham poder e eram honrados pela riqueza, procedi de igual maneira, para que não sofressem nada indecente. Levantei-me e proporcionei um forte escudo a ambas as partes e não permiti a ninguém uma vitória injusta.

(Sólon - Fragmento 3. Citado in: Rede, Marcelo - A Grécia Antiga. São Paulo: Saraiva; 1999, página 23)

Quando Sólon escreve que agiu de maneira a garantir que os poderosos e ricos não sofressem nada indecente, o que você acha que ele pretendia evitar que acontecesse com aquelas pessoas a quem ele se refere?


Tais mudanças foram ainda acompanhadas de outras duas inovações importantes: o surgimento da moeda e a criação do exército hoplita.

A moeda começou a ser usada na Grécia como marca de autonomia da cidade. Também servia para pagar o soldo dos mercenários (soldados estrangeiros contratados para lutar junto com o exército grego) uma vez que o pagamento habitual dos soldados, em terras, era proibido aos estrangeiros. Só mais tarde a moeda seria usada em larga escala no comércio, contribuindo para a expansão dessa atividade

Quanto ao exército hoplita, ele substituiu o heroísmo individual pela disciplina coletiva. Ou seja, o soldado não podia mais sair fazendo o que quisesse no campo de batalhas, mas precisava agir de maneira sincronizada com seus companheiros. A técnica de falange e os armamentos mais simples dos soldados hoplitas permitiram que agricultores sem sangue aristocrata também ingressassem no exército. Para muitos autores, isso contribuiu para que o direito à participação política fosse estendido até eles.



     Para os gregos, não podia haver melhor soldado do que o agricultor, já que tendo vínculos com a terra onde vivia, ele teria melhores razões para defendê-la. Além disso, os trabalhos no campo davam vigor e saúde, melhorando a disposição física para a guerra. Por essa razão, a agricultura era considerada a única atividade digna de um homem livre e era a principal ocupação da maioria dos cidadãos. Contudo, não custa lembrar: muitos gregos eram donos de terras, mas não pegavam na enxada. Quem fazia o trabalho pesado eram outros homens, muito pobres, ou escravos. Para os gregos, em geral, o trabalho era desmerecedor do homem livre e deveria ser passado para aqueles que, na cabeça deles, eram inferiores.

Segundo Ano

Assista ao vídeo abaixo:


Estabeleça três relações entre as informações do vídeo acima e o filme O senhor da guerra (ou seja, identifique três informações do vídeo acima que você reconhece no filme que assistiu anteriormente)

Terceiro Ano

Leia o texto abaixo e faça o que se pede adiante:

     Vimos anteriormente que a escravidão já existia na África muito antes da chegada dos primeiros europeus ao continente. Prisioneiros de guerra e de razias, mulheres e crianças sequestradas, criminosos e pessoas endividadas ou vitimadas pela miséria e, portanto, incapazes de proverem o próprio sustento, geralmente tinham como destino a escravização.
      Nesse tipo tradicional de escravidão, a maioria dos homens jovens costumava ser vendida para terras distantes, uma vez que eram eles que apresentavam maior predisposição para fugir ou iniciar uma rebelião. Já as mulheres e crianças, mais facilmente controláveis, compunham o grosso dos escravos mantidos pelos seus captores para ajudarem nos trabalhos cotidianos e para multiplicarem o número de dependentes do seu amo, aumentando-lhe a riqueza. A manutenção de escravos era um dos meios pelos quais um chefe de família podia ganhar prestígio e poder numa sociedade onde a importância de um homem era medida pelo tamanho da sua parentela e de seus dependentes, e pela riqueza produzida pelo seu grupo familiar.
      Homens, mulheres e crianças cativos que não eram aproveitados pela aldeia ou pelo reino que os havia aprisionado tinham como destino o mercado de escravos, que até a chegada dos europeus à costa atlântica foi controlado por árabes ou berberes islamizados. Além de servirem como importante moeda de troca nas transações comerciais feitas entre as diferentes regiões africanas, os escravos – sobretudo eunucos e mulheres jovens e belas – eram bens valiosos na Índia, na Pérsia e principalmente na Península Arábica, para onde eram exportados.
      A chegada dos europeus na costa ocidental da África fez com que o comércio de escravos deixasse de ser um negócio dentre outros e se tornasse uma das atividades econômicas mais importantes do continente.
      Até o século XVI, o interesse dos comerciantes europeus não esteve voltado prioritariamente para o negócio de seres humanos. Ouro, marfim e outros produtos africanos atraíam o interesse de mercadores que se dirigiam para as Índias Orientais pela rota do Atlântico e eram adquiridas nas feitorias instaladas em diversos pontos da costa africana.
       Assim, no período que se estende de 1450 a 1600, o número de escravos capturados para alimentar o comércio transatlântico seria de 409 mil indivíduos, provenientes em sua grande maioria da região da Alta Guiné. Estes escravos eram distribuídos pelo próprio continente africano, pelas ilhas atlânticas, pela Europa - onde eram utilizados, sobretudo, no serviço doméstico - e pelas colônias espanholas na América, especialmente para trabalharem nas minas de prata do Peru.
        Porém, a partir do século XVII, o crescimento do tráfico de escravos pelo Atlântico tendeu a crescer de maneira vertiginosa. Seriam 1.348.000 cativos entre 1601 e 1700, e 6.090.000 no século seguinte. No total, estima-se que mais de 11 milhões de pessoas foram arrancadas de sua aldeia e de suas famílias na África para alimentarem o tráfico num período de cerca de 400 anos. Os pontos de venda ampliaram-se e o comércio humano em larga escala passou a ser feito também de Luanda, de Costa da Mina e da Zambézia. Um número expressivo desse total foi trazido para portos do litoral brasileiro, principalmente o porto de Salvador e o do Rio de Janeiro.


No continente africano, o comércio de escravos era feito em três níveis: o local, entre aldeias e reinos próximos; o regional, no qual escravos capturados no interior do continente eram levados para mercados situados, em geral, no norte e nas costas oriental e ocidental da África; e o transoceânico, responsável pelo comércio de cativos para terras do além-mar, como as Américas, a Índia e a península Arábica.

1. Observe o mapa acima e fique atento à legenda (se necessário, use um dicionário).
a. De acordo com o mapa, qual foi a origem da grande maioria dos escravos trazidos para a América?
b. Que regiões da América receberam mais escravos? Em que atividade estes escravos eram usados?
c. Escolha três portos americanos de grande desembarque de escravos. A seguir, faça uma pesquisa pela internet ou em almanaques sobre a porcentagem de negros, brancos e pardos existentes hoje nessas regiões. A seguir responda: existe ainda uma relação entre o tráfico de escravos ocorrido entre os séculos XVI e XIX, e o perfil das populações da América? Sustente sua resposta com base nos dados coletados.

    
Durante todo o tempo em que o tráfico de escravos teve lugar na costa atlântica da África, os comerciantes europeus contaram com a colaboração de chefes e reis africanos nos seus negócios. Esse envolvimento ora foi mais ativos, ora menos, mas em nenhum momento os traficantes puderam prescindir dele. 
     Os portugueses foram os primeiros europeus a estabelecerem contatos com os africanos da costa ocidental da África. No início, os tratos entre eles aconteciam a bordo das naus, onde era realizado o escambo de artigos trazidos de além-mar pelos produtos da terra. Com o passar do tempo, construíram barracões e feitorias fortificadas em ilhas próximas à costa ou no litoral africano, sempre mediante a anuência dos reis ou chefes locais. 
     Desde o final do século XVI, franceses e ingleses passam a disputar o comércio atlântico com Portugal, buscando estabelecer também pontos de ocupação no litoral da África. Nessa concorrência pelo comércio do qual os seres humanos eram a mercadoria mais lucrativa, acabaram por participar das rivalidades internas dos reis e famílias africanos, alterando o equilíbrio de forças entre eles. A fixação dos estrangeiros no litoral da África dependia de uma série de negociações com os mandatários locais, que incluía a troca de presentes, a aceitação das regras impostas pelos chefes africanos e o pagamento de taxas e tributos. Aos europeus era quase sempre vetado o cultivo do solo, e proibido ou dificultado o avanço para o interior do continente. Por essa razão, o abastecimento daqueles que viviam nas feitorias dependia da colaboração das autoridades africanas. Caso ficassem insatisfeitas, elas podiam simplesmente interromper a oferta de escravos para os estrangeiros ou até cortar-lhes a água e o alimento indispensáveis à sobrevivência. E se porventura decidissem expulsá-los das fortificações, eram capazes de reunir exércitos numerosos e bem equipados, contra os quais mesmo as poderosas armas de fogo dos europeus não tinham vez. Por essa razão, os europeus buscaram quase sempre estabelecer contatos amistosos e alianças políticas e militares com reis e chefes africanos.
    No entanto, os efeitos da escravização em massa e da mercantilização do tráfico acabou por enfraquecer os estados africanos que, já na passagem do século XVII para o XVIII, se tornavam incapazes de impor suas regras aos estrangeiros. Estes, cada vez mais, foram se assenhoreando da situação até assumirem o controle dos negócios, ao lado dos comerciantes africanos, enriquecidos e alçados à condição de poderosos senhores. No início do século XIX, poucos eram os governantes africanos que ainda conseguiam impedir o avanço dos europeus sobre suas terras.

sábado, 21 de março de 2020

Aulas à distância para a semana de 24 a 28 de março

PRIMEIRO ANO

1. Certamente você já escutou falar da civilização grega. Muitas das nossas instituições e padrões foram herdados dela. Para conhecê-la, assista ao vídeo abaixo. Depois, faça uma lista das informações que considerou mais importantes.


2. O vídeo que você acabou de assistir abrange dois períodos da História grega: o Período Homérico e o Período Arcaico. Vamos começar a entender o primeiro deles. 
O Período Homérico recebe esse nome porque boa parte das informações que temos sobre ele tem como fonte dois poemas épicos que são atribuídos ao poeta Homero. Assista o próximo vídeo e responda as questões que o acompanham. Lembre-se de construir frases completas, e seja claro em suas respostas, escolhendo bem as palavras pelas quais se expressa:


a. Quais são os poemas atribuídos a Homero que servem de fonte para os historiadores entenderem os primórdios da civilização grega?
b. Como os poemas homéricos foram transmitidos ao longo do tempo?
c. Que acontecimentos estavam em curso na região do Mediterrâneo na época de Homero?
d. As informações veiculadas pelos poemas homéricos são contemporâneas à vida de Homero (se é que ele existiu)?
e. Em que medida os mitos podem ser considerados verdadeiros?


Envie as duas atividades por e-mail para mim até dia 28 (caso você não tenha ainda meu e-mail, peça-o ao representante de sala).

SEGUNDO ANO
1. O segundo ano deve rever os vídeos indicados para a lição do dia 02 de março, responder as questões que os acompanham e me enviar por e-mail até o dia 28 de março.
2. Assista ao filme O Senhor da Guerra e, a partir dele, caracterize a sociedade feudal quanto a economia, sociedade e política, sempre indicando as passagens do filme que o ajudaram a fazer a caracterização.

As duas tarefas deverão ser entregues até o dia 28, por e-mail.


TERCEIRO ANO:

1. Quando interrompemos as aulas presenciais, estávamos estudando a África no tempo das Grandes Navegações e íamos começar a falra da história e da cultura iorubá. Achei muito pouca coisa disponível. Ou os textos são muito superficiais ou muito complexos. Deem uma lida nesse texto e depois no segundo capítulo desse outro texto, que foram os dois materiais mais adequados que encontrei. A partir dessas leituras, faça um mapa mental da história e características dos iorubás. O mapa pode ser digital ou feito a mão e fotografado. 

2. Assista ao vídeo abaixo:


A seguir escreva uma dissertação de 15 a 20 linhas avaliando a importância do candomblé para a preservação da identidade dos africanos escravizados trazidos para o Brasil e a importância da mulher na tradição africana.

As duas tarefas devem ser enviadas para meu e-mail até o dia 28 de março.

domingo, 15 de março de 2020

Aulas dos dias 16 e 17 - TODOS

Alunos, como vocês sabem, nossas atividades logo estarão suspensas por tempo indeterminado. Provavelmente não será pouco. Em outros países, o tempo de remissão da doença tem sido de mais de 50 dias. No entanto, ainda há muitas dúvidas sobre o comportamento do vírus no hemisfério Sul, de modo que é cedo para fazer previsões. Por enquanto, ainda estamos discutindo a estratégia para lidar com a situação, que é excepcional. Um dia por vez. Contudo, seguem alguns pequenos toques aqui:

1. Se vc estiver resfriado/gripado ou em contato com alguém doente, fique em casa. Ninguém terá falta nessa semana.
2. Se vc realmente for à aula nessa semana, se puder, use luvas de silicone no transporte público. Elas te lembrarão que vc não deve tocar seu rosto antes de chegar à escola ou de volta à sua casa e lavar as mãos.
3. Evite ficar muito perto de outras pessoas no transporte público. Eu sei. É quase impossível. Então, se vc puder, cubra nariz e boca com um lenço de trama bem fechada. Fique longe de gente espirrando ou tossindo. Não converse com o rosto perto das pessoas.
4. Na escola, nada de abraços e beijos. Mantenha distância física dos colegas e professores.
5. Evite comer coisas na rua. Leve de casa e não divida copos, garrafinhas e talheres com outras pessoas. Não ofereça pacotes de salgadinhos e bolachas para outras pessoas para evitar essa coisa de mão+alimentos.
6. Informem-se em fonte segura e ajudem seus pais, tios, avós e amigos a entenderem o que acontece. Há muitas correntes de redes sociais absolutamente loucas e é preciso esforço coletivo para evitar que o pior aconteça.
7. Daqui em diante, o blog será nosso principal canal de comunicação e troca. Provavelmente, ele terá papel fundamental nas aulas à distância. Quem tem meu FB e Whats pode me contatar por lá também, além da seção de comentários aqui. Eu logo estarei usando outras ferramentas, mas estou escolhendo quais. Aguardem.
8. A SUSPENSÃO DE AULAS NÃO É PARA VOCÊ IR AO SHOPPING! TENHA RESPONSABILIDADE! VOCÊ DEVE MANTER O MÁXIMO DE ISOLAMENTO SOCIAL! FIQUE EM CASA!!!! Lembre-se: você pode não ser grupo de risco, mas seus pais e avós são; seu priminho asmático é; sua amiga lutando contra o câncer também. E se não amenizarmos a curva epidêmica, se vc sofrer um acidente e precisar de internação, você não terá leito. Entendeu? Então fique em casa o máximo de tempo. NADA DE BALADA!!!!
9. Aproveite para fazer a leitura de O mundo assombrado pelos demônios, cada vez mais necessário para sobrevivermos nesse mundo de louco que se nos apresenta hoje.

Independentemente de vc ir ou não às aulas dessa semana, leia os textos abaixo e assista aos vídeos indicados.

Vagas em UTI e respiradores artificiais: as exigências do coronavírus
Pandemias são interrompidas pela ciência. E só por ela.
Um gráfico explica a pandemia
E quando o coronavírus chegar às periferias?




E se quiserem se manter bem informados, sigam pelo YouTube o canal do Atila Imanarino (aliás, se inscrevam também no canal Nerdologia do qual ele participa pq é muito bom para estudar vários temas de Ciências e História). Ajude seus familiares a acompanharem também.


quarta-feira, 4 de março de 2020

Terceiro Ano - Lição África


1. Leia o texto e responda as questões que o acompanham
Os árabes e o mercado de escravos na África
Quando os árabes islamizados começaram a se espalhar pelo continente africano, já existia ali uma forma de escravidão tradicional de tipo doméstico. Nesse sistema, o escravo, que em geral era um prisioneiro de guerra, não era capturado para ser uma mercadoria, embora pudesse ser vendido. O objetivo era aumentar a força de trabalho da família e o prestígio ao senhor. O cativo desempenhava as mesmas atividades que a família e, com o tempo, integrava-se à comunidade, podendo, inclusive, se casar com uma pessoa livre. Seus descendentes não herdavam a condição de escravos e, com o tempo, nada mais os distinguia dos outros habitantes da tribo ou reino. Também não era submetido a tratamento degradante ou violento, e se fosse fiel ao se senhor, poderia assumir funções importantes. Os africanos costumavam dar preferência às mulheres e às crianças, pois estas se adaptavam mais facilmente. Em geral, os guerreiros capturados em guerras eram vendidos para longe.
A escravidão também era praticada no mundo árabe. Os escravos eram, como em outros lugares, prisioneiros de guerra e usados como força de trabalho. Meninos e jovens adultos recebiam treinamento para se tornarem soldados. Mulheres e meninas poderiam ainda ser raptadas para servirem como dançarinas, músicas ou para integrarem o harém do sultão. Se o escravo se convertesse ao islamismo, ganhava a liberdade porque a religião proibia a escravização de um irmão de fé.
Com a expansão árabe a partir do século VII e o aumento do número de cativos capturados em guerra, o mercado de escravos experimentou grande impulso, convertendo-se em um negócio muito rentável. Com isso, cresceu também a demanda por cativos, estimulando os reinos africanos a promoverem guerras com o propósito de fazer prisioneiros para serem vendidos como escravos para os mercadores árabes.

a. Em que aspecto(s) a escravidão tradicional africana diferia da escravidão praticada pelos árabes? 
b. Qual foi o impacto da introdução do comércio árabe de escravos na África subsaariana?
c. Embora a escravidão, como sistema legal, tenha sido abolida em toda parte desde o século XIX, com alguma frequência ainda são reveladas situações em que seres humanos são reduzidos, clandestinamente, à condição de escravos. Faça uma pesquisa pela internet e levante dados estatísticos sobre o emprego de mão-de-obra em situação análoga à escravidão no Brasil atual.


Calcula-se que entre o século VII e os XIX, 5 milhões de escravos tenham sido comprados pelos árabes, contribuindo para o enriquecimento de reinos como o Mali, Gana e Congo.



2. Leia o texto e responda as questões que o acompanham

 O que ocorre, na verdade, é que na África tradicional a concepção de mundo é uma concepção de relação de forças naturais, sobrenaturais, humanas e cósmicas. Tudo que está presente para o homem tem uma força relativa à força humana, que é o princípio da ‘força vital’, ou do axé — expressão iorubá usada no Brasil. As árvores, as pedras, as montanhas, os astros e planetas exercem influência sobre a Terra e a vida dos humanos, e vice-versa. Enquanto os europeus queriam dominar as coisas indiscriminadamente, os africanos davam importância a elas, pois tinham consciência de que elas faziam parte de um ecossistema necessário à sua própria sobrevivência. As preces e orações feitas a uma árvore, antes de ela ser derrubada, eram uma atitude simbólica de respeito à existência daquela árvore, e não a manifestação de uma crença de que ela tinha um espírito como o dos humanos. [...]
SALUM, Marta Heloísa Leuba. África: culturas e sociedades, 2005. Disponível em www.arteafricana.usp.br/codigos/textos_didaticos/002/africa_culturas_e_sociedades.html. Acesso em 10 ago. 2015.
a) Qual é a relação que as sociedades tradicionais africanas estabelecem com a Natureza?
b) As sociedades europeias se relacionavam com a Natureza de maneira semelhante às sociedades africanas? Justifique.

Prova - 3o ano- Março 2020

A nossa prova de março será curta, mas é importante rever os conteúdos estudados. Acompanhe o roteiro abaixo:
1) A expansão Marítima
2) África: preconceitos e estereótipos.
3) A África mediterrânica e o mundo antigo
4) O reino de Axum
5) O reino de Gana

Vídeos:






Links

Prova - 2o ano - Março 2020

Pessoas, a prova de março retomará conteúdos do final do ano passado, mas se concentrará no conteúdo visto no começo desse ano. Segue o roteiro de estudos. Dar atenção especial ao que estiver em negrito:
1. Roma Monárquica e Republicana:
a) A organização social romana (estratos sociais)
b) Definição de República.
c) As principais instituições romanas e seu funcionamento.
d) As lutas plebeias e suas conquistas.
e) As Guerras Púnicas e suas consequências.
f) A crise do sistema republicano e as propostas dos irmãos Graco
g) As guerras civis e os Triunviratos
h) A escravidão romana

2. Roma Império:
a) As transformações políticas com a fundação do Império
b) O governo de Otávio Augusto e a Pax Romana
c) Jesus, o cristianismo e o crescimento da igreja cristã
d) Fatores da crise do Império
e) As invasões bárbaras

Vídeos:


Links:
Resumo Roma Antiga
slides Roma Antiga
Pax Romana
Pão e Circo
O cristianismo no Império Romano
invasões bárbaras


Prova 1o ano - março 2020

Alunos,  abaixo vocês encontram um roteiro de estudos, com aquilo para que devem dar mais atenção, e alguns links e vídeos onde podem estudar.

1. Períodos da História: ser capaz de nomear os períodos históricos e ter alguma noção de quando começa e termina cada um;
2. Antiguidade Oriental (Egito e os reinos/impérios da Mesopotâmia)
a) Identificar as regiões do mundo onde se desenvolveram as primeiras grandes civilizações antigas, com cidades e Estado organizado.
b) Entender a importância dos grandes rios para as civilizações do Antigo Oriente.
c) Conceituar civilização hidráulica.
d) Compreender o papel da religião nas sociedades da Antiguidade Oriental.
e) Conceitual teocracia e compreender como política e religião estavam relacionadas nas sociedades orientais antigas.
f) Relacionar os governos teocráticos orientais antigos à servidão coletiva.
g) Caracterizar as sociedades do Antigo Oriente.

Vídeos:



links:

Civilizações hidráulicas - Mesopotâmia
Egito Antigo
Hammurabi e o código



segunda-feira, 2 de março de 2020

Primeiro Ano - lição de casa para dia 09 de março

1. Escreva um parágrafo sobre as civilizações hidráulicas da Antiguidade, tratando dos seguintes tópicos:
  • A importância dos grandes rios perenes para as primeiras civilizações do oriente;
  • A servidão coletiva e a construção das obras hidráulicas;
  • A centralização política e os governos teocráticos.
2. Leia o texto abaixo, escrito pelo historiador das religiões Mircea Eliade e responda as questões que o acompanham.

(…) foram a religião, e, sobretudo, o dogma da divindade do Faraó, que contribuíram, desde o início, para modelar a estrutura da civilização egípcia. Segundo a tradição, a unificação do país e a fundação do Estado foram obra do primeiro soberano, conhecido pelo nome de Menés. (...)

A fundação do Estado unificado equivalia a uma cosmogonia. O Faraó, deus-encarnado, instaurou um mundo novo, uma civilização infinitamente mais complexa, e superior à das aldeias neolíticas. O essencial era assegurar o modelo divino; em outras palavras, evitar as crises suscetíveis de abalar os alicerces do novo mundo. A divindade do Faraó constituía a melhor garantia. Uma vez que o Faraó era imortal, a sua morte significava somente sua transladação ao Céu. A continuidade de um deus-encarnado para um outro deus-encarnado e, conseqüentemente, a continuidade da ordem cósmica e social, estava assegurada.

(...) O Faraó é a encarnação da ma’at, termo que se traduz por “verdade”, mas cuja significação geral é “a boa ordem” e, conseqüentemente, “o direito”, “a justiça”. A ma’at pertence à Criação original: ela reflete, portanto, a perfeição da Idade do Ouro (...)

Enquanto encarnação da ma’at, o Faraó constitui o modelo exemplar para todos seus súditos. (...) A obra do Faraó assegura a estabilidade do Cosmo e do Estado e, por conseguinte, a continuidade da vida.


(Adaptado de Eliade, Mircea. História das crenças e das idéias religiosas. Tomo I, volume 1. Rio de Janeiro: Zahar editores, 1978, p. 109 a 117)

a. De acordo com as crenças religiosas egípcias expostas no texto acima, qual era o papel principal do Faraó?

b. Por que a morte do Faraó não abria uma crise política no Egito?


Segundo Ano: a formação dos reinos bárbaros

Para a aula do dia 09,  leiam esse texto sobre os reinos bárbaros e assistam aos vídeos abaixo:

VÍDEO 1


VÍDEO 2

Em seu caderno, registre:
1. Quem eram os bárbaros?
2. Como e quando os bárbaros penetraram no Império Romano?
3. O que aconteceu com o Império Romano depois da invasão dos bárbaros?
4. Quem eram os francos?
5. Qual foi o resultado da aliança entre os reis francos e a Igreja Católica?
6. Identifique características da sociedade feudal que foram herdadas da sociedade germânica.





segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Segundo Ano: seminário sobre Renascimento

Roteiro:
1. O que foi o Renascimento;
2. Origem do nome Renascimento;
3. As relações do renascimento cultural com o renascimento comercial e o surgimento da burguesia
4. As referências artísticas e intelectuais do Renascimento;
5. Características do renascimento;
6. Fases do Renascimento e alguns nomes importantes na Arte, Literatura, Arquitetura e Ciência.

Livros:
Johnson, Paul. O Renascimento. Ed. Objetiva. coleção História Essencial
Proença, Graça. O Renascimento. Ed. Moderna, coleção História em Movimento
Sevcenko, Nicolau. O Renascimento. Ed. Atual, coleção Discutindo a História
Theodoro, Janice. Descobrimentos e Renascimento. Ed. Contexto, coleção Pensando a História

Sites:

Vídeo-aulas:





Terceiro ano: seminário sobre Mercantilismo e Absolutismo

Roteiro:
1. Definição de Absolutismo;
2. Estados absolutistas na Europa (comparar dois exemplos)
3. As teorias que deram sustentação ao absolutismo: a Teoria do Direito Divino dos reis, O Príncipe, de Maquiavel, e O Leviatã, de Thomas Hobbes;
4. O que foi o mercantilismo;
5. A relação entre absolutismo e mercantilismo;
6. Práticas econômicas do mercantilismo

Fontes de pesquisa:

Paradidáticos
1. Bovo, Elisabeth (coord.) - O Absolutismo. Ed. Folio
2. Deyon, Pierre - O Mercantilismo. Ed. Perspectiva, coleção Khronos.
3. Prodanov, Cléber. C - O Mercantilismo e a América. Ed. Contexto, coleção Repensando a História
4. Ribeiro, Renato Janine. - A etiqueta no Antigo Regime: do sangue à doce vida. Ed. Brasiliense, coleção Tudo é História

Sites:
História do Mundo
Uol Educação
Ensinar História
Uoel Educação - o caso francês
Resenha do Linhagens do Estado Absolutista, de Perry Anderson
blog do Enem
Pro Enem

Vídeo-aulas







Terceiro e Segundo Anos: SEMINÁRIOS - Orientações gerais

Olá, povo! Abaixo seguem as orientações  para a apresentação dos seminários dos Segundos e Terceiros Anos. Essas são as orientações gerais, que servem para todos os temas e grupos. leiam com atenção!

Sobre os seminários:
1. Todos os grupos deverão localizar seu tema no tempo e espaço. Quer dizer, se o tema for Absolutismo, por exemplo, devem dizer onde e quando esse sistema político existiu.
2. As apresentações ocuparão cerca de 20 minutos. Para conseguirem objetividade, sigam à risca os roteiros postados aqui no blog.
3. Todos os grupos deverão escolher a analisar uma fonte primária (pode ser um documento escrito, como carta, tratado, trecho de obra literária etc, uma fonte iconográfica, como pintura ou gravura, um monumento, uma obra arquitetônica, uma escultura etc). Caso tenham dificuldade nesse item, procurem-me para instruí-los.
4. Todos os alunos do grupo deverão participar da apresentação. Não será permitido fazer leitura da apresentação e a postura física e fala do aluno serão avaliadas individualmente (além da avaliação do conjunto do seminário).
5. As apresentações devem ser acompanhadas de slides (PPT ou Prezi). Atenção para os critérios de avaliação abaixo:

a) os slides devem conter pouco texto, mas não podem ser demasiadamente vagos. Lembrem-se: eles são servem de guia para quem apresenta e para quem acompanha, e por isso devem comunicar só o essencial.
b) os slides não podem conter erros de ortografia e gramática;
c) os slides só devem conter imagens se elas forem fundamentais para comunicar alguma coisa além do texto.

Ao final da apresentação, o grupo será sabatinado com perguntas e todos os alunos deverão estar preparados para responder as questões que lhe forem direcionadas sobre qualquer ponto da apresentação.

Critérios de avaliação do grupo (6.0):
a) objetividade (1.0)
b) correção das informações (3.0)
c) qualidade dos slides (1.0)
d) qualidade da análise da fonte primária selecionada (1.0)

Critérios de avaliação individual (4.0):
a) domínio do conteúdo informativo e capacidade de raciocínio quando inquerido (2.0)
b) desenvoltura e adequação da apresentação (2.0)


domingo, 9 de fevereiro de 2020

PRIMEIRO ANO - Civilizações do Antigo Oriente/ civilizações hidráulicas

Na aula do dia 10, relembramos os períodos históricos e começamos a estudar as características das civilizações do Antigo Oriente. Localize-as na linha do tempo e no mapa abaixo:



Como você pode ver, as primeiras grandes civilizações a organizarem Estados e desenvolverem sistemas de escrita surgiram no Oriente, às margens de grandes rios perenes e tiveram sua economia baseada na prática da agricultura.

Os mapas conceituais abaixo devem ajudá-lo a se lembrar das nossas aulas:



Para saber mais sobre o nascimento das primeiras cidades da História, consulte o texto desse blog aqui

SEGUNDO ANO: Atividade Roma


1. No mercado editorial ocidental, o romance histórico sempre atraiu um número significativo de leitores. Autores importantes como Umberto Eco (O Nome da Rosa), Marguerite Youcenar (Memórias de Adriano) e Gore Vidal (Criação), entre outros, viram nesse gênero literário uma excelente oportunidade para levar reflexões de cunho filosófico e/ou político ao grande público. Historiadores, como o francês Patrick Girard, também buscaram divulgar teses acadêmicas por meio da literatura. Girard é o autor de três romances históricos, traduzidos no Brasil em 2001, narrando as Guerras Púnicas a partir do ponto de vista cartaginês. Numa entrevista concedida em 2002 ao jornal O Estado de São Paulo, encontramos o seguinte diálogo:

Estadão: O senhor acredita que eles [Aníbal, Amílcar e Asdrúbal] tenham sido heróis?

Girard: Acho que foram heróis, mas penso que temos a visão do vencedor, quer dizer, a visão de Roma. E eu quis dar a visão do vencido, quer dizer, dos cartagineses. O que dizem os romanos sobre os cartagineses é assustador. Eles são, para os romanos, para todos os historiadores romanos, seres cruéis, que praticam o sacrifício humano, bárbaros, etc. Quis ver se isto correspondia efetivamente à realidade. A visão que temos quando postos do lado do vencido é muito diferente daquela do lado do vencedor; houve a mesma coisa na América; tem-se a visão do conquistador. Eu quis ver como os cartagineses eram e não como os romanos puderam descrevê-los. Por exemplo: os romanos dizem que eram horríveis aqueles cartagineses, que sacrificam crianças etc.; e quando da chegada de Aníbal à muralha de Roma, para conjurar a má sorte e o perigo, os próprios romanos enterram vivos um grego e um gaulês, sob o mercado: é um tipo de selvageria. Em todo caso é também uma questão particular, já que vivi muito tempo na Tunísia, em Cartago. (...)

Estadão: Em seus livros há muitas descrições de lugares e da vida das pessoas. Quais foram os documentos que o senhor utilizou?

Girard: Há muitos livros que descrevem Cartago. Assim, temos um bom conhecimento da civilização cartaginesa. Há um certo número de historiadores, há toda uma escola na Tunísia, a Escola de Arqueologia de Cartago, que permitiu reconstituir a vida na cidade. Muitas escavações foram feitas, desde os anos 50, na Tunísia, e permitiram reconstituir a Cartago antiga, a cidade dos fenícios e dos púnicos. Portanto, foi bastante fácil. É verdade que o que caracterizava Cartago era uma civilização essencialmente urbana e com pessoas de um grande domínio no exterior, mas que viviam essencialmente na cidade e esta era uma verdadeira colmeia com praças e ruas bem iluminadas. Isso verdadeiramente diferenciava Cartago de Roma. Os romanos, deve-se dizer, na época eram camponeses grosseiros em relação à civilização cartaginesa, bem mais refinada. Roma era uma pequena potência e foi efetivamente depois da ordem dada sobre Cartago que pôde se estender por todo o Mediterrâneo e tornar-se senhora do mundo. Caso contrário, se Aníbal tivesse ganhado sua aposta, Roma jamais teria se tornado Roma. Mas Cartago não tinha verdadeiras intenções imperialistas. Fazia comércio, mas não tinha a ideia de conquistar o mundo. Aníbal não queria destruir Roma, Roma queria destruir Cartago e Aníbal, eis a diferença.

(trecho de entrevista extraída do site www.estadao.com.br/ext/frances/patrickp.htm )

Considerando a entrevista acima e seus conhecimentos sobre a história de Roma, responda:
a. Como é possível explicar a transformação dos cartagineses em bárbaros feita pelos documentos romanos? Reflita sobre a entrevista acima e utilize seus conhecimentos de História para construir uma argumentação que sustente sua explicação.
b. Explique a seguinte afirmação do historiador francês: “se Aníbal tivesse ganhado sua aposta, Roma jamais teria se tornado Roma”.
2. Na peça Julio César, o dramaturgo inglês William Shakespeare imagina uma das cenas mais marcantes da história do teatro. Na segunda cena II do terceiro ato, Brutus e Marco Antonio discursam diante do povo, enquanto o corpo ensanguentado de César jaz ao chão. Nessa passagem, podemos perceber como se desenvolve em Roma o jogo político às vésperas do estabelecimento do Império. Leia com atenção os trechos selecionados abaixo e depois responda as questões propostas.

 
BRUTO — (...) Romanos, concidadãos e amigos! Ouvi a exposição da minha causa e fazei silêncio, para que possais ouvir. (...) Se houver alguém nesta reunião, algum amigo afetuoso de César, dir-lhe-ei que o amor que Bruto dedicava a César não era menor do que o dele. E se esse amigo, então, perguntar por que motivo Bruto se levantou contra César, eis minhas resposta: não foi por amar menos a César, mas por amar mais a Roma. Que teríeis preferido: que César continuasse com vida e vós todos morrêsseis como escravos, ou que ele morresse, para que todos vivêsseis como homens livres? Por me haver amado César, pranteio-o; por ter sido ele feliz, alegro-me; por ter sido valente, honro-o; mas por ter sido ambicioso, matei-o. Logo: lágrimas para a sua amizade, alegria para sua fortuna, honra para o seu valor e morte para a sua ambição. Haverá aqui, neste momento, alguém tão vil que deseje ser escravo? Se houver alguém nessas condições, que fale, porque o ofendi. Haverá alguém tão grosseiro para não querer ser romano? Se houver, que fale, porque o ofendi. Haverá alguém tão desprezível, que não ame sua pátria? Se houver, que fale, porque o ofendi. Faço uma pausa, para que me respondam.

CIDADÃOS — Ninguém, Bruto; ninguém.

BRUTO — Nesse caso, não ofendi ninguém. Não fiz a César se não o que faríeis a Bruto. O inquérito sobre sua morte se acha depositado no Capitólio; sua glória não foi depreciada, com referência aos seus merecimentos, não tendo sido, também, exagerados os crimes pelos quais veio a sucumbir. (Entram Antônio e outros, com o corpo de César.) Aí vem o seu corpo, chorado por Marco Antônio, que, muito embora não houvesse tomado parte em sua morte, será beneficiado por ela, pois passará a ocupar um cargo na República. Quem de vós, também, não ocupará um cargo? Despeço-me com isto: assim como matei o meu melhor amigo por amor de Roma, assim também conservarei o mesmo punhal para mim próprio, quando minha pátria necessitar que eu morra.

CIDADÃOS — Viva Bruto! Viva! Viva! (...)

PRIMEIRO CIDADÃO — Que tirano foi esse César!

TERCEIRO CIDADÃO — Justo. Para Roma, foi grande bênção ficar livre dele.

SEGUNDO CIDADÃO — Ficai quietos! Ouçamos Marco Antônio! (...)

ANTÔNIO — Concidadãos, romanos, bons amigos, concedei-me atenção. Vim para o enterro fazer de César, não para elogiá-lo. Aos homens sobrevive o mal que fazem, mas o bem quase sempre com seus ossos fica enterrado. Seja assim com César. O nobre Bruto vos contou que César era ambicioso. Se ele o foi, realmente, grave falta era a sua, tendo-a César gravemente expiado. Aqui me encontro por permissão de Bruto e dos restantes — Bruto é homem honrado, como os outros; todos, homens honrados — aqui me acho para falar nos funerais de César. César foi meu amigo, fiel e justo; mas Bruto disse que ele era ambicioso, e Bruto é muito honrado. César trouxe numerosos cativos para Roma, cujos resgates o tesouro encheram. Nisso se mostrou César ambicioso? Para os gritos dos pobres tinha lágrimas. A ambição deve ser de algo mais duro. Mas Bruto disse que ele era ambicioso, e Bruto é muito honrado. Vós o vistes nas Lupercais: três vezes recusou-se a aceitar a coroa que eu lhe dava. Ambição será isso? No entretanto, Bruto disse que ele era ambicioso, sendo certo que Bruto é muito honrado. Contestar não pretendo o nobre Bruto; só vim dizer-vos o que sei, realmente. Todos antes o amáveis, não sem causa. Que é então que vos impede de chorá-lo? O julgamento! Foste para o meio dos brutos animais, tendo os humanos o uso perdido da razão. Perdoai-me; mas tenho o coração, neste momento, no ataúde de César; é preciso calar até que ao peito ele me volte.

PRIMEIRO CIDADÃO — Penso que em sua fala há muito senso.

SEGUNDO CIDADÃO — Se bem considerardes, procederam muito mal contra César.

TERCEIRO CIDADÃO — Sim, amigos? Temo que em seu lugar venha outro pior.

QUARTO CIDADÃO — Prestastes atenção no que ele disse? Recusou a coroa. Logo, é certo não ter sido ambicioso.

PRIMEIRO CIDADÃO — Isso provado, muita gente terá de pagar caro.

SEGUNDO CIDADÃO — Pobre alma! Tinha os olhos como fogo, à força de chorar.

TERCEIRO CIDADÃO — Em toda Roma não há ninguém mais nobre do que Antônio.

(Shakespeare, W. Julio César. Extraído do site www.ebooksbrasil.org/eLibris/cesar.html)

a. Explique que razões tinham os senadores para tramar o assassinato de César.

b. Em Júlio César, Shakespeare nos oferece uma visão crítica do papel desempenhado pelos cidadãos romanos ao final do período republicano. Relacione esse papel ao fortalecimento da política do pão e circo durante o período seguinte.