quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Terceiro Ano/ Noturno - Revolução Industrial

Queridos, antes de passarmos para o próximo tópico , seguem abaixo alguns links e vídeos que podem contribuir para os estudos de vocês. Não deixem para rever tudo na última hora!

Para retomar o que estudamos em sala, segue primeiro um vídeo do Guia do Estudante que faz um bom resumo do conteúdo.


Mas, para aprender mesmo, nada como a leitura. 
No site de Educação da uol, há um texto curto caracterizando a Primeira, a Segunda e a Terceira Revolução Industrial.
No site Brasil Escola há uma distinção entre o sistema doméstico, característico do período medieval na Europa, e do sistema fabril, que se desenvolve com a Revolução Industrial.
No site Planeta Educação, você encontra um texto curto descrevendo as condições de trabalho durante a Revolução Industrial.

Para quem quiser um filma que dá uma excelente ideia das condições de vida e luta dos trabalhadores do século XIX, eu sugiro o filme Germinal (1993), dirigido por Claude Berri, que pode ser encontrado legendado no YouTube em duas partes. O filme se baseia na obra de mesmo nome de Emile Zola e conta a história de um grupo de mineiros franceses, com ênfase na exploração a que eram submetidos os trabalhadores e na luta para conquistarem alguns direitos. Vocês podem assistir também pelo YouTube Oliver Twist (só tem legendada a última refilmagem, mas eu gosto mesmo é da de 1948) e Tempos Modernos, do Chaplin.




ATIVIDADES

O texto que você lerá adiante foi extraído de uma obra literária, Dombey and Son, escrita pelo inglês Charles DickensPara analisá-la, é importante ter alguma informação sobre seu autor: onde e quando viveu, que experiências marcaram sua vida, se era uma pessoa politicamente engajada, se tinha pretensões políticas em suas obras e quais eram elas, a que escola literária costuma ser identificado e que fatos históricos marcaram seu tempo. Faça essa pesquisa em sites da internet e livros sobre literatura, e registre as informações mais significativas em seu caderno.

A seguir, tendo em mente as questões abaixo, leia com atenção o texto e responda-as.
1. Que relações você consegue perceber entre o texto abaixo, a biografia de Dickens e a época em que ele viveu?
2.  Dickens descreve nesse trecho do livro Dombey and Son uma série de transformações que se operam na cidade. Sintetize-as.
3.  Qual é a inovação tecnológica que está no epicentro dessas transformações? Explique.
4. O texto que se segue testemunha a expansão do capitalismo na Inglaterra em meados do século XIX. Que elementos do texto demonstram essa expansão? Justifique.
5.  Em seu entendimento, Dickens parece apreciar as transformações que vê ou demonstra apreensão diante delas? Por quê?
6. A partir do trecho abaixo, comente de que maneira a Revolução Industrial afetou a percepção que os ingleses tinham do tempo e do espaço.

O lamentável terreno baldio, onde antigamente o lixo era despejado, foi engolido ou desapareceu; e em lugar daquela sujeira viam-se fileiras de armazéns cheios de produtos nobres e mercadorias dispendiosas. As velhas ruelas agora fervilhavam de passageiros e veículos de todos os tipos; as ruas novas que antes paravam, desanimadas, na lama e nas marcas de rodas de carroças, formavam agora cidades autônomas, gerando confortos e serviços que pertenciam a elas próprias, jamais experimentados nem sequer concebidos antes de surgirem. Pontes que antes não levavam a parte alguma agora davam acesso a solares, jardins, igrejas, salubres alamedas. Os esqueletos de casas e inícios de novas avenidas haviam brotado ao longo da ferrovia, com a velocidade do vapor, e disparavam em direção ao campo, num trem monstruoso.
Quanto ao bairro que de início relutara em aceitar a ferrovia, ele tornara-se ajuizado e penitente, como o faria qualquer cristão em tais circunstâncias, e agora gabava-se daquela sua parenta próspera e poderosa. Havia tecidos com estampas que imitavam trilhos nas lojas de fancaria, e periódicos ferroviários nas vitrines dos jornaleiros. Havia hotéis, escritórios, pensões ferroviárias; plantas, mapas, vistas, papéis de embrulho, garrafas, caixas de sanduíches e tabelas de horário da ferroviária; pontos de carruagens de aluguel perto da estação ferroviária; ônibus, ruas e prédios para servir a estação ferroviária; freqüentadores e parasitas da ferrovia, bem como bajuladores de todos os tipos. Havia até mesmo relógios que assinalavam os horários das ferrovias, como se o próprio sol tivesse se submetido a ela. Entre os conquistados contava-se o mestre limpador de chaminés, que já vimos descrente em Stagg’s Gardens, e agora morava numa casa de três andares, com acabamento de estuque, e apresentava-se, numa tabuleta envernizada cheia de floreios, como empreiteiro para limpeza à máquina de chaminés ferroviárias.
Dia e noite, sem parar, correntes humanas palpitantes iam e vinham do coração desta grande transformação, incessantemente, como sangue vital. Multidões de gente e montanhas de mercadorias, partindo e chegando dezenas de vezes a cada 24 horas, produziam uma fermentação naquele lugar sempre em atividade. Mesmo as casas pareciam prestes a fazer suas malas e viajar. Maravilhosos parlamentares, que pouco mais de vinte anos antes haviam se divertido com as teorias ferroviárias malucas dos engenheiros, atormentando-os em tantos interrogatórios, agora iam para o norte de relógio na mão, tendo antes mandar avisar, por meio do telégrafo elétrico, que estavam vindo. Dia e noite as locomotivas conquistadoras roncavam ao longe, ou, chegando, tranqüilas ao final da viagem, e deslizando como dragões mansos para dentro de seus abrigos milimetricamente calculados para recebê-las, lá ficavam, fervilhantes e trêmulas, fazendo paredes estremecerem, como se palpitassem com a consciência secreta de grandes poderes ainda insuspeitos e tremendos objetivos ainda não alcançados.

(Dickens, C. Dombey and Son. Citado in Williams, Raymond. O Campo e a Cidade. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 292-293.)



A Revolução Industrial dos séculos XVIII e XIX produziu transformações profundas nas sociedades por onde se difundiu. Foi responsável, por exemplo, pela aceleração do crescimento urbano, pela melhoria dos sistemas de transporte e de comunicação, pelo aumento da produtividade industrial e pela ativação dos negócios. Em função dessas inovações, muitos pensadores da época entenderam que a humanidade caminhava para o ápice de seu desenvolvimento, e o progresso científico e tecnológico produziriam, com o tempo, uma situação de abundância e conforto para todos os seres humanos do planeta.
Entretanto, esse otimismo contrastava com a dura realidade vivida pelos operários das indústrias, muitos deles crianças e mulheres submetidas a jornadas de trabalho extenuantes e a péssimas condições de vida e de trabalho. Não faltou, na ocasião, quem denunciasse essa situação e questionasse os benefícios trazidos pela industrialização. Escritores como o inglês Charles Dickens e o francês Emile Zola trataram, em romances como Oliver Twist e Germinal, das dificuldades vividas pelos trabalhadores europeus. Os pensadores Marx e Engels, por sua vez, concluíram que a industrialização potencializou a exploração da mão-de-obra assalariada pela burguesia. Afinal, o progresso significaria, em longo prazo, mais conforto para todos ou o aprofundamento das desigualdades sociais?
Ainda hoje, a discussão sobre o papel da tecnologia e os efeitos de seu desenvolvimento para as sociedades humanas e o meio ambiente é tema polêmico. Ele aparece de maneira explícita ou implícita na mídia, como pano de fundo de filmes, romances, peças de publicidade e em quadrinhos, como as tirinhas do cartunista curitibano Chico Felix exibidas acima.

Para refletir...
7.     Observe com atenção as tirinhas dessa página. Compare o primeiro e o segundo quadrinhos.
a)    Para o cartunista, a situação dos trabalhadores sofreu alguma alteração entre o início do século XIX e o presente? Explique.
b)    A tirinha acima nos autoriza a dizer que o cartunista Chico Félix concorda com a visão otimista de que o desenvolvimento tecnológico beneficia a humanidade como um todo? Por quê?
8.     Repare que os operários representados nas tirinhas aparentemente são crianças. Consulte o Estatuto da Criança e do Adolescente e responda: a situação representada pelo quadrinho pode acontecer, no Brasil, de maneira legal? Justifique sua resposta com base nos artigos do Estatuto.
9. O Congresso Nacional está em vias de realizar uma grande reforma das leis trabalhistas no país. Você sabe o que deve mudar com ela? Pesquise e comente.


Segundo Ano/ Noturno: links para a revisão de Feudalismo

Pessoas, como prometi, seguem alguns materiais complementares para que vocês possam estudar para a atividade de segunda-feira, dia 20/02.

Aqui você encontra um resumo bem sintético do Guia do Estdante, apresentado em forma de slide. Serve para aquela lidinha de última hora, para lembrar o básico;

Nesse outro link você acessa a página de Educação da uol, onde há um texto um pouco mais explicativo, mas também sintético. Note que no fim da página há outros verbetes que podem ser lidos.

Para quem quer uma obra consistente, a fim de se aprofundar, pode consultar aqui o livro completo do Professor Hilário Franco Jr, A Idade Média, o nascimento do Ocidente, em pdf

E para quem prefere usar material audiovisual, pode assistir abaixo uma vídeo-aula (vídeo 1) e um documentário sobre a vida na Idade Média, que ajuda a imaginar melhor como era esse período (vídeo 2).

vídeo 1



vídeo 2



Primeiro Ano Noturno - História: A evolução humana (correspondente às aulas da semana de 13/02 )

Em sala de aula, vimos que os seres humanos que hoje habitam todo o planeta Terra não brotaram do chão, mas resultaram de um longo e complexo processo de evolução. É muito difícil reconstituir exatamente o percurso evolutivo do qual somos resultado, mas temos algumas pistas.
Em primeiro lugar, não é exato dizer que evoluímos do macaco. No passado muito distante de nossa árvore genealógica (entre 6 e 7 milhões de anos) está possivelmente uma espécie de primata primitivo, o Sahelanthropus tchadensis, de quem também os grandes primatas descendem. Essa espécie tinha ainda um cérebro bem pequeno, menor do que o de um chimpanzé.
Cerca de três milhões de anos se passariam até que evoluíssem até os Australopithecus e que esse gênero se espalhassem pela África, único continente onde viveram então hominídeos bípedes. Havia várias espécies de Australopithecus, com características bem variadas, muitas vezes vivendo muito próximas umas das outras. Essas criaturas tinham pouco mais de um metro de altura, mas um cérebro maior do que de outros primatas. Eram capazes de usar pedras e ossos como ferramentas, mas não as produziam. Foi exatamente a capacidade de fabricar ferramentas que os cientistas usaram como referência para separar o gênero Australopithecus do gênero Homo.
O primeiro antepassado dos homens e mulheres de hoje a produzir intencionalmente ferramentas foi o Homo habilis, espécie que existiu entre 2,1 e 1,5 milhões de anos. Esses hominídeos ainda eram pequenos em comparação com os humanos atuais (mediam entre 1,5 e 1,2 m de altura), mas já tinham características anatômicas parecidas com as nossas e eram mais inteligentes do que os Australopithecus.
A difusão dos hominídeos para fora da África só aconteceria há um milhão de anos, com a evolução do Homo erectus. Essa espécie era capaz de planejar as ferramentas que fabricava, conseguiu dominar o fogo e, provavelmente, desenvolveu a capacidade de fala. Assista o vídeo abaixo para acompanhar a incrível evolução de nossa espécie!



E lembre-se: nós não fomos nunca o "destino" da humanidade! A evolução não caminhou linearmente, mas foi bastante tortuosa e cheia de ramificações. Antes da evolução do homem moderno, "outros homens" existiram por aqui duraram muito e muito tempo, e poderiam, quem sabe, ter evoluído em outras direções sob outras condições naturais. Portanto, esqueça aquele desenho clássico da linha evolutiva humana! daqui em diante, imagine nossa evolução como uma árvore cheia de galhos!!









Trecho de Pato Donald no mundo da Matemágica usado na aula de Filosofia (fevereiro/ 2017)

Queridos, infelizmente o sistema de som da sala não funcionou na semana, então deixo aqui o vídeo com som que está no ppoint
Lembrando que o trecho tem relação com a relação entre Beleza e harmonia sobre a qual falamos em aula.


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Primeiro, Segundo e Terceiros Anos - Filosofia: Textos para estimular o debate na semana de 06/02 a 10/02/2017 (aula sobre Estética)

TEXTO 1
CONTRASSENSO E IGNORÂNCIA
Acredito que as medidas do prefeito João Doria em relação à arte de rua como a criação de "grafitódromos" e a pintura sobre grafites da av. 23 de Maio não foram tomadas por má-fé, mas por ignorância em relação a uma cultura de rua que é fortíssima na cidade de São Paulo e reconhecida no mundo todo.
O prefeito, como quase todo filho da aristocracia, cresceu em uma bolha, vendo a rua como mero espaço de deslocamento, sempre de carro, entre sua casa e os lugares de seu interesse, e não como espaço de convivência, descoberta e sociabilidade.
Esse lapso de formação típico dos filhos da elite paulistana fez com que ele desenvolvesse conceitos distorcidos que podem ser inofensivos para uma pessoa comum, mas desastrosos quando esse cidadão chega à prefeitura da cidade.
É consenso entre os urbanistas que uma cidade segura é aquela que tem as ruas ocupadas por pessoas, fortalecendo o senso de comunidade. Recomendo ao prefeito a leitura de "Morte e vida de grandes cidades", de Jane Jacobs, para que entenda que cercadinhos como o "grafitódromo" e a Virada Cultural em Interlagos estimulam a "shoppingcenterização" da cidade e fazem com que as ruas fiquem cada vez mais vazias e inseguras, matando aos poucos a cidade.
O prefeito precisa entender que a essência do grafite e da pichação está na ilegalidade. Para que um desenho no muro possa ser chamado de grafite, o artista tem que escolher o muro que quiser e fazer o desenho que bem entender, correndo o risco de ser pego pela policia e submetido ao rigor da lei. Faz parte do jogo. Quando o grafite é aceito pela sociedade, transforma-se em um outro tipo de arte, não menos valioso, mas diferente.
A palavra "grafitódromo" é por si um contrassenso, pois quando um artista recebe autorização e cachê para pintar, ele passa a ter um cliente e não pode fazer o que lhe der na telha. O grafite em sua essência não pode ser regulado pelo poder público.
Outro erro do prefeito está na confusão entre o combate ao que ele considera grafite e a pichação. Quando o grafite foi aceito e domesticado pela sociedade, a pichação herdou seu espaço contestador. Pichadores buscam sempre o enfrentamento com o poder público. Declarar guerra à a pichação de forma midiática pode trazer votos, mas é tudo o que os pichadores mais querem e terá um efeito devastador para a cidade, pois a reação será fortíssima.
A pichação é um crime e deve ser combatida, mas é também uma forma de comunicação sofisticada, criada para que seus autores se comuniquem com seus pares e, ao mesmo tempo, agridam a sociedade que os oprime. Vejo nas pichações a mais perfeita tradução estética de São Paulo, um reflexo de seu caos arquitetônico, dos emaranhados de fios, do egoísmo e da vaidade que imperam na cidade.
Ao pichar, jovens periféricos que são invisíveis à sociedade provocam o ódio e passam a ser notados. É melhor ser odiado do que ignorado, e quando o prefeito da cidade te odeia, ele reconhece que você existe, e não há prazer maior do que esse para os pichadores.
Em Nova York, no final dos anos 1970, quando o grafite surgiu como um braço do movimento hip hop, os índices de criminalidade eram altíssimos e a policia tinha assuntos mais sérios a resolver. Só após a gestão Rudolph Giuliani (1994-2001), quando a criminalidade caiu, a policia pôde combater de forma efetiva crimes menores como o grafite.
São Paulo está hoje no mesmo estágio de Nova York nos anos 1980 e só vai ser capaz de enfrentar a pichação de verdade quando resolver uma série de problemas gravíssimos que devem ser prioritários. Pichação se resolve com escola de qualidade e não com tinta cinza e bravatas na televisão.

JOÃO WAINER, jornalista e cineasta, foi diretor da "TV Folha" e repórter especial do jornal. Dirigiu o documentário "Pixo" (2010)

TEXTO 2
A ARTE E O CIDADÃO
Quem anda a pé por São Paulo já se deparou inúmeras vezes com placas instaladas em frente a residências e comércios com o texto: "senhor pichador, o dinheiro economizado com a limpeza das paredes é doado a uma instituição de caridade conforme comprovante anexado".
O recado dado educadamente representa a ação de um cidadão comum que, cansado de ter prejuízos financeiros em pintar suas fachadas frequentemente, vê-se obrigado a pagar uma taxa extraoficial –mesmo que beneficente– para fazer-se respeitar.
Em cidades como Tóquio e Paris, a legislação é dura com a pichação, considerada crime. Assim como nessas metrópoles, São Paulo também precisa ter uma política cultural e de zeladoria para o grafite, que valorize essa expressão artística e que a diferencie da pichação.
Apenas com uma política cultural toda a população vai poder realmente reconhecer e valorizar o grafite. Toda a população.
Um grafiteiro que teve um mural apagado na avenida 23 de Maio publicou em redes sociais uma mensagem que vem repercutindo bastante: "É uma arte efêmera! Boa enquanto durou e que se renova!". 
Renovar a cidade é um desejo da gestão Doria, que está colocando em prática o programa Cidade Linda, no qual, além de ações de limpeza, organização e infraestrutura, vem apagando pichações e apagou alguns grafites, como o mural do artista citado acima. 
Convido a todos a refletir que gerir uma cidade requer ouvidos atentos a opiniões diversas e que nem sempre estão representadas em nossas redes sociais.
Embora cada vez mais a gente acredite que a parte representada por nossos amigos corresponde ao todo, nesse primeiro mês como secretário da Cultura, a realidade que estou conhecendo em visitas aos mais diversos bairros é mais complexa e contraditória do que podemos supor a partir das visões particulares de nossas rodas mais próximas.
Para que possamos juntos construir um diálogo propositivo, alguns esclarecimentos são necessários.
O "status" de arte atribuído ao grafite é algo recente. Por isso, ele é tópico de discussões e questionamentos em diversas cidades. Boa parte dos grafites nova-iorquinos dos anos 1970 só pode ser vista hoje por meio do suporte da fotografia e do cinema, não mais ao vivo.
Um bom exemplo disso será a mostra de Jean-Michel Basquiat (1960-1988), um dos ícones do movimento da arte de rua dos anos 1970. Em 2018, o Masp exibirá gravuras e desenhos do artista. Ou seja, quando a obra de um grafiteiro consagrado nos muros das cidades "viaja" a outros países, isso acontece em outros suportes (telas, papéis, fotografia, cinema) que não as paredes da cidade.
A pedido do prefeito, ainda durante a transição na Secretaria da Cultura, já previmos a criação do programa Museu de Arte na Rua. Ele será vivo e ganhará novas alas periodicamente, em diferentes regiões da cidade.
Dessa forma, vamos manter São Paulo como a capital mundial do grafite.
Isso sempre considerando o respeito aos cidadãos, a cidade, aos patrimônios publico e privado, responsabilidades inequívocas da gestão municipal.
Os detalhes serão anunciados em breve, mas já podemos adiantar que um edital público será lançado e uma comissão de curadores será responsável pela seleção.
Além disso, criaremos a Central do Grafite, um local para os artistas se encontrarem, ensinarem a jovens interessados, com espaço de convivência e experimentação.
Estar em um estado democrático é desafiador para todos os agentes da sociedade. O diálogo respeitoso, as manifestações, as visões diferentes sempre farão parte do dia a dia de uma cidade como São Paulo.

ANDRÉ STURM, cineasta, é secretário municipal de Cultura de São Paulo

Textos publicados no caderno Opinião, Tendências/ debates, do jornal Folha de São Paulo, em 28/01/2017