sexta-feira, 19 de julho de 2013

Trabalho História para segundo e terceiros anos

Povo, depois de pensar em alguma coisa que não fosse muito chata para ser feita nas férias, achei que vocês encarariam sem muito trauma a elaboração de um infográfico.
Para construir o infográfico, sigam as instruções adiantes. São as mesmas para todas as séries. O que muda é o tema.
Para os terceiros anos, os temas são os seguintes (escolha apenas UM):

  • A vida em São Vicente no século XVI
  • O tráfico negreiro
  • A mão-de-obra escrava nos engenhos do nordeste
  • A noite de São Bartolomeu
  • A publicação das 95 teses de Lutero
Para os segundos, os temas são (escolher apenas UM):
  • Revoltas plebeias em Roma
  • A guerra contra Cartago
  • Roma e suas províncias
  • A arena romana
  • Os bárbaros invadem o Império Romano
Para fazer o infográfico:


O infográfico
“Infografia ou infográficos são representações visuais de informação. Esses gráficos são usados onde a informação precisa ser explicada de forma mais dinâmica, como em mapas, jornalismo e manuais técnicos, educativos ou científicos. Pode utilizar a combinação de fotografia, desenho texto.”

e ainda,

Tudo deve ser explicado, esclarecido e detalhado - de forma concisa e exata, numa linguagem tanto coloquial e direta quanto possível [...] O didatismo deve estender-se também à disposição visual do que é editado. [...] A apreensão pelo leitor deve ser fácil, clara e rápida. [...] A rigor, tudo o que puder ser dito sob a forma de quadro, mapa, gráfico ou tabela não deve ser dito sob a forma de texto.

chttp://penta2.ufrgs.br/edu/ImagemEduc/o_infogrfico.htmlientíficos. Pode utilizar a combinação de fotografia, desenho e texto”






1.   O infográfico deve ser feito em uma cartolina. 
2.  Os infográficos podem ser feitos usando-se desenhos ou recortes, mas a composição geral deve ser original, criada pelo aluno (não copiar ideias de infográficos de revistas nem de internet). Os textos devem ser curtos e objetivos, digitados e colados em associação com as imagens às quais fazem referência (ver como os textos estão dispostos nos exemplos acima).
3.  Os alunos terão até dia 09 de gosto para finalizar o trabalho. Nesse dia, os cartazes devem estar prontos para serem exibidos e avaliados.
4.     Os cartazes serão avaliados segundo os seguintes critérios:
a)     Correção das informações históricas;
b) Pontualidade na entrega;
c)     Qualidade gráfica/ artística do trabalho.
d)     Clareza e objetividade das informações.

Qualquer dúvida, entrar em contato comigo pelo e-mail, pelos comentários do blog ou pelo face.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Trabalho de Filosofia - Segundo e Terceiro Anos

1.Para realizar o presente trabalho, você deverá assistir aos vídeos abaixo e ler o texto que se segue adiante.
2. Depois de ter feito o que foi solicitado, escolha um dos temas abaixo e desenvolva uma dissertação sobre ele.
3. A dissertação deve usar como referência as ideias do filósofo Michel Foucault.
4. Lembre-se que seu texto deve ter:
a) Uma introdução. Nela, você apresentará ao leitor o problema do qual se propôs a tratar. Coloque seu leitor a par do problema, estimule nele o interesse pela questão.
b) A argumentação. Aqui você vai desenvolver seus argumentos para convencer o leitor do seu ponto de vista. O texto deve ser cuidadosamente "bordado" para que as ideias se sucedam com lógica. Não pule nenhuma etapa do seu pensamento. Lembre-se de ir usando as ideias de Foucault para sustentar sua posição. Evite frases muito longas, pois é comum o aluno perder nelas o fluxo das ideias. Construa seu pensamento como se estivesse subindo uma escada: um degrau por vez. Cuidado com o vocabulário: evite "escrever difícil". Use palavras que você conheça bem e se tiver dúvida sobre o significado de alguma, use dicionário.
c) Conclusão. Na conclusão você deve "fechar" a discussão, chegando em algum lugar. Aqui deve estar claro para onde o leitor foi conduzido pelo seu raciocínio.
5. Ao terminar sua dissertação, releia o que escreveu e faça os ajustes necessários. Lembre-se de fazer isso só um ou dois dias depois de ter escrito a dissertação. O "teste da gaveta" é fundamental, OK?






O surgimento dos homossexuais (adaptado)
Michel Foucault aborda o problema de se partir de um conceito biológico para explicar o gosto por pessoas do mesmo sexo, a diferença entre homossexual e gay e a importância da militância que vai além dos direitos partidários

(...)  Um dos pontos mais provocativos da obra de Foucault está em sua afirmação de que “o homossexual” enquanto categoria tem data de nascimento: 1870, com o artigo de Carl Westphal (1833-1890), As Sensações Sexuais Contrárias. Aqui, é importante salientar o que Foucault não disse, a fim de dirimir eventuais mal entendidos: ao dizer que o “homossexual” tem data de nascimento, isto não significa que homens não faziam sexo com homens antes de 1870. A diferença fundamental é que, a partir do século XIX, o discurso vigente falava a respeito de “uma espécie”, “uma categoria” de criaturas a quem chamamos de “o homossexual”. Antes de 1870 havia a recriminação contra atos homossexuais, mas supostamente não se aventava que existisse algo como o homossexual substantivado. Um indivíduo que praticasse o coito homoerótico não era rotulado como pertencente a uma subclasse específica da humanidade, e bastava a ele que – após o ato confessional – se redimisse a partir de algumas práticas que o “purificariam” do ato. O sujeito não era algo, ele tinha feito algo. O investimento das instituições de poder vigentes (a Igreja, mais especificamente) nesta direção se limitava a prescrever orações como forma de redenção contra o ato dito “pecaminoso” (embora nos séculos XVI e XVII muitos tenham sido mortos pela Inquisição, por conta de práticas homossexuais). A partir de 1870, ocorre uma mudança de paradigma, nasce o conceito de “o homossexual”, uma entidade singular essencialmente determinada, alguém com uma diferenciação de desejo que abarcava toda a inteireza de seu ser.

Hoje, a questão da homossexualidade vai além do desejo, e se vincula a uma ideologia que gira em torno de interesses de um grupo, criando uma identidade universal para os homossexuais
Quando Foucault afirma que “o homossexual” é construído, ele não está afirmando que as pessoas se tornam homossexuais por conta de influências ambientais. O fato é que se descobrir desejando o mesmo sexo a partir da década de 1870 passou a ter uma implicação diferenciada: o sujeito não estava apenas tendo um desejo, mas ele se descobria parte de um subconjunto da humanidade. Esta marca, este estigma, recaía sobre o sujeito como um ferro de marcar gado. Afinal, ele pertencia a uma classe que havia se tornado alvo de estudo científico. Não era ele quem dizia de si, de seu desejo, e sim as autoridades.
O começo do século XX foi marcado pelo surgimento de diversas “tecnologias do sexo” e “ciências da sexualidade”, que se encontravam assaz comprometidas com o objetivo de preservar e promover a força laboral produtiva e procriadora, servidora de um sistema capitalista em desenvolvimento cujo centro fundamental era a família burguesa. Deste modo, homossexuais evidentemente incomodavam por constituírem uma anomalia no sistema que exigia a procriação. O homossexual foi transformado numa “espécie” ameaçadora da máquina – como se uma minoria que não se reproduz ao praticar sexo fosse realmente induzir a humanidade à extinção!
Com a psiquiatrização da homossexualidade no fim do século XIX, surgiu o pensamento equivocado de que tudo no homossexual se resume ao sexo, ele está imerso em sua própria sexualidade e, deste modo, as identidades são construídas a partir desta crença. Tudo se resume a este pequeno detalhe. Conforme diz Foucault:
“O homossexual do século XIX torna-se um personagem: um passado, uma história, uma infância, um caráter, uma forma de vida; também é morfologia, com uma anatomia indiscreta e, talvez, uma fisiologia misteriosa. Nada daquilo que ele é, no fim das contas, escapa à sua sexualidade. Ela está presente nele todo: subjacente a todas as suas condutas, já que ele é o princípio insidioso e infinitamente ativo das mesmas; inscrita sem pudor na sua face e no seu corpo já que é um segredo que se trai sempre. É-lhe consubstancial, não tanto como pecado habitual, porém como natureza singular.”
Foucault não nega eventuais indícios biológicos para as preferências sexuais. Ele jamais afirma que não existe um fator biológico; o que ele rejeita é a militância pautada e justificada na Biologia. A questão é: a que serve este conhecimento? Com qual ideologia ela está implicada? São perguntas que não permitem uma atitude ingênua.
(...)

HOMOSSEXUAL VERSUS GAY
“Homossexual”, conforme já vimos, é um termo que surge no contexto do final do século XIX, e ilustra uma suposta categoria de indivíduos portadores de uma doença misteriosa. A construção conceitual “colou” com tamanha força, que apenas no final do século XX a homossexualidade foi retirada do rol de distúrbios listados pelo Catálogo Internacional de Doenças. Até a década de 1960, “homossexual” foi o termo utilizado, carregado de implicações médicas, legais, psicológicas.
Mas, nos anos 1960, paulatinamente alguns homens e mulheres passaram a se referir a si mesmos como gays, do inglês “alegre”, o que provocou consternação em muitas pessoas de sexualidade dita “normal”, uma vez que um vocábulo comum tinha sido “sequestrado” por um assim dito “grupo pervertido”. A diferença mais substancial entre os termos “gay” e “homossexual” está no fato de que, enquanto a categoria “homossexual” era um objeto de conhecimento das biociências, os gays eram um grupo específico que afirmava ostensivamente um posicionamento político. Um grupo que lutava por seus direitos, pela descriminalização, um grupo que lutava em prol do respeito às diferenças. “Ser gay”, portanto, seria questão de orgulho, e não de patologia. Seria uma postura de resistência contra as normatividades, uma resistência na qual o sujeito, dizendo-se gay, está a dizer: sou feliz desejando o que desejo, e não me sinto mal por isso. Do mesmo modo que os movimentos feministas conquistaram espaço para as mulheres ao longo dos mesmos anos 1960, os movimentos gays se negaram a assumir para si a representação de sujeitos portadores de uma patologia. A partir deste ponto de vista, nem toda pessoa que deseja o próprio sexo é gay. Ela é alguém que deseja o próprio sexo, e apenas isso: um homossexual. Mas ser gay é uma conquista pessoal, é assumir uma postura política, é lutar por um mundo em que as diferenças são respeitadas. Para Foucault, nem todo homossexual é gay, e não o será enquanto permanecer paralisado em sentimentos de culpa e submisso a um discurso patológico.

Para Foucault, ser gay está além de simplesmente ser ativista e lutar pelo seu espaço. Mas é aproveitar a sua diferença para criar diferentes estilos de viver a vida e novas relações
Ao longo de Ditos e Escritos, Foucault aponta para o fato de que é preciso procurar ser gay, ou seja, assumir uma postura ativista, militante, que luta por um lugar ao sol. Mais do que simplesmente copiar os modelos heteronormativos, “ser gay”, segundo Foucault, é se aproveitar de sua diferença a fim de criar novas formas de relação, inventar novos estilos de vida. “Ser gay” não se resumiria, portanto, a batalhar por uma inserção no estado vigente das coisas, e sim uma forma de alterar este estado vigente. O filósofo, em momento algum, pretende limitar sua abordagem à conquista de direitos existentes, como o direito ao casamento entre homossexuais, mas como uma militância sem fim, que vai além do que existe atualmente. Sobre a questão do casamento gay, por exemplo, Foucault reconhece que tal conquista é importante, mas que limitar a luta à mera reprodução do modelo conjugal heteronormativo seria um empobrecimento, uma perda de oportunidade de realizar mudanças significativas. O que ele propõe é algo muito mais revolucionário do que muitos militantes gays poderiam sequer aventar: a utilização da própria condição marginal como uma forma de não apenas ser aceito pela sociedade, mas como uma forma de transformar a estrutura da sociedade.



Temas para a dissertação:

1. O corpo desobediente dos loucos
2. A penetração das relações de poder na intimidade
3. A violência escancarada e a violência dissimulada
4. Vigiar ou punir?