quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Terceiro ano - Bateria de testes: economia açucareira e bandeirismo

1. (Enem) O açúcar e suas técnicas de produção foram levados à Europa pelos árabes no século VIII, durante a Idade Média, mas foi principalmente a partir das Cruzadas (séculos XI e XIII) que a sua procura foi aumentando. Nessa época, passou a ser importado do Oriente Médio e produzido em pequena escala no sul da Itália, mas continuou a ser um produto de luxo, extremamente caro, chegando a figurar nos dotes de princesas casadoiras.
CAMPOS, R. Grandeza do Brasil no tempo de Antonil (1681-1716). São Paulo: Atual, 1996.
Considerando o conceito do Antigo Sistema Colonial, o açúcar foi o produto escolhido por Portugal para dar início à colonização brasileira, em virtude de:
a) O lucro obtido com o seu comércio ser muito vantajoso.
b) Os árabes serem aliados históricos dos portugueses.
c) A mão de obra necessária para o cultivo ser insuficiente.
d) As feitorias africanas facilitarem a comercialização desse produto.
e) Os nativos da América dominarem uma técnica de cultivo semelhante.
2. Qual era a estrutura básica da produção de açúcar implantada por Portugal no Brasil?
a) policultura, trabalho assalariado e grande propriedade.
b) monocultura, trabalho escravo e pequena propriedade familiar.
c) monocultura, trabalho assalariado e pequena propriedade familiar.
d) monocultura, trabalho escravo e grande propriedade.
e) policultura, trabalho escravo e grande propriedade.

3. (Fuvest) A produção de açúcar, no Brasil colonial:
a) possibilitou o povoamento e a ocupação de todo o território nacional, enriquecendo grande parte da população.
b) praticada por grandes, médios e pequenos lavradores, permitiu a formação de uma sólida classe média rural.
c) consolidou no Nordeste uma economia baseada no latifundiário monocultor e escravocrata que atendia aos interesses do sistema português.
d) desde o início garantiu o enriquecimento da região Sul do país e foi a base econômica de sua hegemonia na República.
e) não exigindo muitos braços, desencorajou a importação de escravos, liberando capitais para atividades mais lucrativas.

4. (Uece) Sobre a estrutura social e econômica dos engenhos coloniais no Brasil, marque a opção certa:
a) a escravidão era a forma de trabalho predominante, fazendo com que não houvesse qualquer divisão técnica do trabalho
b) na agro-manufatura do açúcar, os escravos trabalhavam nas plantações de cana-de-açúcar enquanto os homens livres se ocupavam do trabalho nos engenhos
c) os engenhos mantinham uma divisão do trabalho muito desenvolvida, com escravos realizando tarefas simples e homens livres realizando atividades que exigiam maior conhecimento técnico
d) apesar de uma certa divisão do trabalho ser estabelecida nos engenhos, geralmente os homens livres se ocupavam das tarefas menos importantes e mais simples, em que se exigia somente a força física

5. (Unirio) A história econômica e social do Brasil Colonial está pontilhada de crises de abastecimento que podem ser explicadas por:
a) desvio da produção de alimentos para o consumo das tropas e abastecimento do Oriente.
b) maior atenção e investimento nos setores extrativos da economia colonial, durante o primeiro século da colonização.
c) predominância dos setores voltados para a produção de exportação.
d) baixa produtividade das lavouras indígenas responsáveis pelo abastecimento das cidades.
e) constantes ataques de piratas, que paralisavam a importação de gêneros alimentícios da Europa.

6. (Unisa-SP) O movimento das Bandeiras e a criação extensiva do gado, no período colonial, contribuíram para o(a):
a) declínio da exploração de metais preciosos.
b) ampliação territorial do Brasil.
c) desenvolvimento da cana-de-açúcar.
d) manutenção do Tratado de Tordesilhas.
e) fixação do homem no litoral brasileiro.

7. (UFU-MG) A atividade bandeirante marcou a atuação dos habi­tantes da capitania de São Vicente entre os séculos XVI e XVIII. A esse respeito, assinale a alternativa correta.
a) Buscando capturar o índio para utilizá-lo como mão-de-obra ou para descobrir minas de metais e pedras preciosas, o chamado bandeirismo apresador e prospector foram importantes para a ampliação dos limites geográficos do Brasil colo­nial.
b) As bandeiras eram empresas organizadas e mantidas pela metrópole, com o objetivo de conquistar e povoar o interior da colônia, assim como garantir, efetivamente, a posse e o domínio do território.
c) As chamadas bandeiras apresadoras tinham uma organização interna militarizada e eram compostas exclusivamente por homens brancos, chefiados por uma autoridade militar da Coroa.
d) O que explicou o impulso do bandeirismo no século XVII foi a assinatura do tratado de fronteiras com a Espanha, que redefiniu a linha de Tordesilhas e abriu as regiões de Mato Grosso até o Rio Grande do Sul, possibilitando a conquista e a exploração portuguesa.
e) Derivado da bandeira de apresamento, o serta­nismo de contrato era uma empresa particular, organizada com o objetivo de pesquisar indícios de riquezas minerais, especialmente nas regiões de Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais.

8. (UFSC) Foi(foram) muito importante(s) na expansão bandei­rante:
I. a riqueza das terras de São Paulo.
II. os rios perenes e navegáveis que correm para o interior.
III. a busca de mão-de-obra na própria colônia.
IV. a crescente prosperidade de São Vicente.

a) I e II estão corretas.
b) II e III estão corretas.
c) I e IV estão corretas.
d) II e IV estão corretas.
e) III e IV estão corretas.

9. (Mackenzie-SP) Como decorrência do caminho, constituiu-se a civiliza­ção paulista (…). Na faina sertaneja e predadora dos paulistas, desenvolveram-se hábitos próprios, tributá­rios dos indígenas e incorporados mesmo por aqueles que haviam nascido na Europa, como o alentejano Antonio Raposo Tavares.

Laura de Mello e Souza

O texto reporta-se às características da vida paulista no período colonial e a seu significado. Sobre esses fatos, não podemos dizer que:
a) o isolamento e a reduzida importância econômica da região resultaram num forte senso de autono­mia entre a gente paulista.
b) casas de taipa, móveis rústicos, tendo com idioma dominante o tupi-guarani até o século XVIII, esta era a vila de São Paulo.
c) mestiços rudes, os mamelucos paulistas vagavam pelos sertões apresando índios, buscando ouro ou atacando quilombos.
d) o alargamento da fronteira foi uma conseqüência inconsciente da luta destes homens pela sobre-vivência.
e) o prestígio do bandeirante deve-se à integração dos vicentinos à economia exportadora açucareira.

10. Os tropeiros foram figuras decisivas na formação de vilarejos e cidades do Brasil colonial. A palavra tropeiro vem de “tropa” que, no passado, se referia ao conjunto de homens que transportava gado e mercadoria. Por volta do século XVIII, muita coisa era levada de um lugar a outro no lombo de mulas. O tropeirismo acabou associado à atividade mineradora, cujo auge foi a exploração de ouro em Minas Gerais e, mais tarde, em Goiás. A extração de pedras preciosas também atraiu grandes contingentes populacionais para as novas áreas e, por isso, era cada vez mais necessário dispor de alimentos e produtos básicos. A alimentação dos tropeiros era constituída por toucinho, feijão preto, farinha, pimenta-do-reino, café, fubá e coité (um molho de vinagre com fruto cáustico espremido). Nos pousos, os tropeiros comiam feijão quase sem molho com pedaços de carne de sol e toucinho, que era servido com farofa e couve picada. O feijão tropeiro é um dos pratos típicos da cozinha mineira e recebe esse nome porque era preparado pelos cozinheiros das tropas que conduziam o gado.

(Disponível em http://www.tribunadoplanalto.com.br. Acesso em: 27 nov. 2008).

A criação do feijão tropeiro na culinária brasileira está relacionada à

a) atividade comercial exercida pelos homens que trabalhavam nas minas.
b) atividade culinária exercida pelos moradores cozinheiros que viviam nas regiões das minas.
c) atividade mercantil exercida pelos homens que transportavam gado e mercadoria.
d) atividade agropecuária exercida pelos tropeiros que necessitavam dispor de alimentos.
e) atividade mineradora exercida pelos tropeiros no auge da exploração do ouro.

GABARITO: 1. A / 2. D /3. C / 4. A/ 5. C/ 6. B/ 7. A/ 8. B/ 9. E/ 10. C


Primeiro Ano - A origem do homem - vídeo

Para a aula do dia 06 de fevereiro, você deve assistir ao vídeo indicado abaixo


Se você conseguir, é desejável que assista também essa entrevista com o paleoantropólogo Walter Neves


quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Registro de aula: seu amigo inseparável

Para aproveitar o ano, é importante garantir desde o início seu material organizado. Isso significa ter pastas onde guardar fichas, caderno em bom estado para anotar aulas, estojo completo, agenda. Mas significa também organizar cada informação nova. Para isso, é fundamental desenvolver o hábito de fazer registro das aulas. Como é essa história de fazer registros? Vamos lá entender isso.

Entender uma aula, uma palestra ou uma conferência é só o primeiro passo para a aprendizagem. Para que as informações entendidas sejam assimiladas e de fato aprendidas, é preciso retomá-las e “processá-las”. Quer dizer, as informações precisam se “encaixar” na rede de informações que cada indivíduo constrói para si.
Para isso, o ato de escutar é insuficiente. Ao escutar, eu entendo, mas não absorvo o que foi dito. A informação passa por mim, mas não fica. Assim, se eu quiser reter uma informação, se eu quiser me apropriar dela, preciso moldá-la conforme meu entendimento.
A melhor maneira de reter a informação, portanto, é fazendo registros dela. Mas como devem ser feitos esses registros?
1.   Todo registro deve ter título e data.
1.   O registro não é uma reprodução mecânica da fala do palestrante. O ouvinte deve filtrar dela aquilo que é fundamental de ser guardado. Assim, deve escutar, procurar entender a mensagem e registrar a ideia principal apreendida;
2.   Os registros são apenas lembretes. Portanto devem ser rápidos e objetivos. Para que a escrita não seja demasiadamente demorada, o ouvinte deve lançar mão de recursos de elaboração de esquema: abreviações, uso de setas e chaves, siglas, etc.
3.   Os registros não precisam ser lindos. É natural que, na pressa, a caligrafia fique feia, que regras de gramática e ortografia acabem atropeladas, que artigos sejam suprimidos e que gírias substituam termos mais precisos. Não faz mal. O importante é que você registre do jeito que entender melhor.
4.   Uso de canetas de cores diferentes pode ajudar a destacar palavras-chave e títulos. Mas não abuse! Trocar de caneta dezenas de vezes irá atrasar seus registros e produzir muita confusão. Por isso, basta usar duas cores.
5. Faça as anotações a caneta. Lápis, com o tempo, apaga e a legibilidade é pior. Se erra, risque o erro. Durante a anotação, você não terá tempo para ficar apagando. 
6.  
É útil anotar dúvidas ou ideias que passarem pela sua cabeça enquanto escuta a aula ou palestra. Para não confundir suas ideias com a do palestrante, é interessante diferenciar a fala dele de suas próprias reflexões. Isso pode ser feito com uso de cores diferentes para as duas situações ou com o uso de algum código. Eu, por exemplo, registro minhas ideias e dúvidas dentro de um “balão de pensamento”, como em histórias em quadrinho:
7.   Para melhor assimilar uma informação, o ideal é, na sua casa, com calma, retomar as anotações feitas em aula e produzir, a partir delas, um texto sobre o tema em questão. Para isso, leia suas anotações, lembre-se das explicações dadas sobre o assunto anotado e tente reproduzi-las com suas palavras. O texto produzido dessa maneira pode se tornar excelente material de estudo.

Veja um exemplo de como os registros de aula podem favorecer o aprendizado. Na página de caderno copiada, aparecem algumas anotações que fiz num curso sobre Cultura Africana, na USP, em 2011.


Apesar de eu ter assistido a aula acima há um ano e meio, graças aos registros, ainda posso recuperar as informações e produzir um texto com elas:

Nas sociedades africanas, o artista é o homem (muntu) capaz de manipular a força vital contida em todas as coisas vivas (kintu) e, a partir dela, produzir formas, sons e imagens belas e harmoniosas (kuntu).
A musicalidade é produzida pela articulação de sons e movimentos, já que na arte africana não existe especialização: música, canto, dança complementam-se e formam uma unidade. Assim, a ideia de integração está na base da concepção musical africana.
No que diz respeito à escultura, merece destaque a arte dogon (ao lado), típica da região do atual Mali. As peças são feitas em madeira dura, difícil de ser talhada.


Engana-se, portanto, quem imagina que a anotação de aula só será útil na vida de estudante secundarista! O hábito de fazer registros de exposições orais poderá favorecê-los muito na vida acadêmica e mesmo na vida profissional, quando vocês precisarem registrar atas de reunião, aulas de cursos de capacitação, etc. Por isso, vale a pena treinar o quanto antes essa habilidade!