Para aproveitar o ano, é importante garantir desde o início seu material organizado. Isso significa ter pastas onde guardar fichas, caderno em bom estado para anotar aulas, estojo completo, agenda. Mas significa também organizar cada informação nova. Para isso, é fundamental desenvolver o hábito de fazer registro das aulas. Como é essa história de fazer registros? Vamos lá entender isso.
Entender
uma aula, uma palestra ou uma conferência é só o primeiro passo para a
aprendizagem. Para que as informações entendidas sejam assimiladas e de fato
aprendidas, é preciso retomá-las e “processá-las”. Quer dizer, as informações
precisam se “encaixar” na rede de informações que cada indivíduo constrói para
si.
Para
isso, o ato de escutar é insuficiente. Ao escutar, eu entendo, mas não absorvo
o que foi dito. A informação passa por mim, mas não fica. Assim, se eu quiser
reter uma informação, se eu quiser me apropriar dela, preciso moldá-la conforme
meu entendimento.
A
melhor maneira de reter a informação, portanto, é fazendo registros dela. Mas como
devem ser feitos esses registros?
1. Todo
registro deve ter título e data.
1. O
registro não é uma reprodução mecânica da fala do palestrante. O ouvinte deve filtrar dela aquilo que é
fundamental de ser guardado. Assim, deve escutar, procurar entender a
mensagem e registrar a ideia principal apreendida;
2. Os registros são apenas lembretes.
Portanto devem ser rápidos e objetivos. Para que a escrita não seja
demasiadamente demorada, o ouvinte deve lançar mão de recursos de elaboração de
esquema: abreviações, uso de setas e chaves, siglas, etc.
3. Os registros não precisam ser lindos.
É natural que, na pressa, a caligrafia fique feia, que regras de gramática e
ortografia acabem atropeladas, que artigos sejam suprimidos e que gírias
substituam termos mais precisos. Não faz mal. O importante é que você registre do jeito que entender melhor.
4. Uso
de canetas de cores diferentes pode ajudar a destacar palavras-chave e títulos.
Mas não abuse! Trocar de caneta dezenas de vezes irá atrasar seus registros e
produzir muita confusão. Por isso, basta usar duas cores.
5. Faça as anotações a caneta. Lápis, com o tempo, apaga e a legibilidade é pior. Se erra, risque o erro. Durante a anotação, você não terá tempo para ficar apagando.
6.
É útil anotar dúvidas ou ideias que passarem pela sua cabeça enquanto escuta a aula ou palestra. Para não confundir suas ideias com a do palestrante, é interessante diferenciar a fala dele de suas próprias reflexões. Isso pode ser feito com uso de cores diferentes para as duas situações ou com o uso de algum código. Eu, por exemplo, registro minhas ideias e dúvidas dentro de um “balão de pensamento”, como em histórias em quadrinho:
É útil anotar dúvidas ou ideias que passarem pela sua cabeça enquanto escuta a aula ou palestra. Para não confundir suas ideias com a do palestrante, é interessante diferenciar a fala dele de suas próprias reflexões. Isso pode ser feito com uso de cores diferentes para as duas situações ou com o uso de algum código. Eu, por exemplo, registro minhas ideias e dúvidas dentro de um “balão de pensamento”, como em histórias em quadrinho:
7. Para
melhor assimilar uma informação, o ideal
é, na sua casa, com calma, retomar as anotações feitas em aula e produzir, a partir delas, um texto
sobre o tema em questão. Para isso, leia suas anotações, lembre-se das
explicações dadas sobre o assunto anotado e tente reproduzi-las com suas
palavras. O texto produzido dessa maneira pode se tornar excelente material de
estudo.
Veja um
exemplo de como os registros de aula podem favorecer o aprendizado. Na página
de caderno copiada, aparecem algumas anotações que fiz num curso sobre Cultura
Africana, na USP, em 2011.
Apesar
de eu ter assistido a aula acima há um ano e meio, graças aos registros, ainda
posso recuperar as informações e produzir um texto com elas:
Nas sociedades africanas, o artista é o homem
(muntu) capaz de manipular a força vital contida em todas as coisas vivas (kintu)
e, a partir dela, produzir formas, sons e imagens belas e harmoniosas (kuntu).
A musicalidade é produzida pela articulação de sons e movimentos, já que
na arte africana não existe especialização: música, canto, dança complementam-se
e formam uma unidade. Assim, a ideia de integração está na base da concepção
musical africana.
No que diz respeito à escultura, merece destaque a arte dogon (ao lado), típica da região
do atual Mali. As peças são feitas em madeira dura, difícil de ser talhada.
Engana-se,
portanto, quem imagina que a anotação de aula só será útil na vida de estudante
secundarista! O hábito de fazer registros de exposições orais poderá
favorecê-los muito na vida acadêmica e mesmo na vida profissional, quando vocês
precisarem registrar atas de reunião, aulas de cursos de capacitação, etc. Por
isso, vale a pena treinar o quanto antes essa habilidade!
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