domingo, 9 de fevereiro de 2020

TERCEIRO ANO: atividade para Expansão Marítima


Os marinheiros que partiram na longa viagem que os traria pela primeira vez à América, não tinham ideia de que dariam de cara com um mundo totalmente novo. Sua intenção era chegar ao Oriente para terem acesso aos mercados de especiarias e à riqueza que deles provinha.
Assim, quando Colombo e seus homens pisaram pela primeira vez em solo americano, embora não soubessem disso, estavam olhando para uma natureza até então desconhecida e para povos com quem não tinham nenhuma familiaridade. Como será que foi esse primeiro contato? O que chamou a atenção dos europeus? Como perceberam o Novo Mundo?


1. Antes de fazer as atividades adiante, faça uma pesquisa da biografia de Colombo e escreva um parágrafo sobre ela contendo os dados abaixo:
  • Em que ano e lugar Colombo nasceu? Quando e onde morreu?
  • Qual era a profissão de Colombo?
  • Que religião Colombo seguia?
  • Quem patrocinou a viagem de Colombo pelo Atlântico?
  • Qual era a intenção de Colombo com a viagem pelo Atlântico?
  • Em que região do continente americano Colombo chegou em sua primeira viagem pelo Atlântico?
2. Os textos abaixo foram extraídos do diário da primeira viagem de Colombo, escrito em 1492. Esse diário é um documento histórico importante, pois nos oferece informações sobre a chegada dos europeus à América. Leia-os com atenção e responda as questões que os acompanham. LEMBREM-SE DE FORMULAR RESPOSTAS COMPLETAS. AS RESPOSTAS DEVEM ESTAR À CANETA E LEGÍVEIS.

Quinta-feira, 11 de outubro
Às duas horas da madrugada surgiu terra, da qual estariam a apenas duas léguas de distância. (...) Logo apareceu gente nua, e o Almirante saiu rumo à terra no barco armado (...). Ao desembarcar viram árvores muito verdes, muita água e frutas de várias espécies. (...) Logo viram-se cercados por vários habitantes da ilha. O que se segue são palavras textuais do Almirante (...):
Eu – diz ele -, porque nos demonstraram grande amizade, pois percebi que eram pessoas que melhor se entregariam e converteriam à nossa fé pelo amor e não pela força, dei a algumas delas uns gorros coloridos e umas miçangas que puseram no pescoço, além de outras coisas de pouco valor, o que lhes causou grande prazer e ficaram tão nossos amigos que era uma maravilha. Depois vieram nadando até os barcos dos navios onde estávamos, trazendo papagaios e fio de algodão em novelos e lanças e muitas outras coisas, que trocamos por coisas que tínhamos conosco, como miçangas e guizos. Enfim, tudo aceitavam e davam do que tinham com a maior boa vontade. Mas me pareceu que era gente que não possuía praticamente nada. Andavam nus como a mãe lhes deu à luz; inclusive as mulheres, embora só tenha visto uma robusta rapariga. E todos os que vi eram jovens, nenhum com mais de trinta anos de idade: muito bem feitos, de corpo muito bonito e cara muito boa; os cabelos grossos, quase como o pelo do rabo do cavalo, e curtos; caem por cima das sobrancelhas, menos uns fios na nuca que mantêm longos, sem nunca cortar. Eles se pintam de preto, e são da cor dos canários, nem negros nem brancos, e se pintam de branco, e de encarnado, e do que bem entendem, e pintam a cara, o corpo todo, e alguns somente os olhos e o nariz. Não andam com armas, que nem conhecem, pois lhes mostrei espadas, que pegaram pelo fio e se cortaram por ignorância (...). Vi alguns com marcas de ferida no corpo e, por gestos, perguntei o que era aquilo e eles, da mesma maneira, demonstraram que ali aparecia gente de outras ilhas das imediações com a intenção de capturá-los e então se defendiam. E eu achei e acho que aqui vêm procedentes da terra firme para levá-los para o cativeiro. Devem ser bons serviçais e habilidosos, pois noto que repetem logo o que a gente diz e creio que depressa se fariam cristãos; me pareceu que não tinham nenhuma religião. Eu, comprazendo a Nosso Senhor, levarei daqui, por ocasião de minha partida, seis deles para Vossas Majestades, para que aprendam a falar (...).

Domingo, 14 de outubro
Ao amanhecer, mandei enfeitar o batel da nau e os barcos das caravelas e percorri a ilha pelo comprido, na direção do noroeste, para ver o outro lado, que ficava a leste, e também para ver os povoados e avistei logo dois ou três, e as pessoas que vinham todas à praia, chamando por nós e rendendo graças à deus. Uns traziam água; outros, coisas de comer; outros ainda, quando viam ninguém pretendia se aproximar da terra, lançavam-se ao mar e vinham nadando, e entendíamos que nos perguntavam se tínhamos vindo do céu. E também apareceu um velho na parte inferior batel e outros, em altos brados, chamavam todos os homens e mulheres:
- Venham ver os homens que chegaram do céu; e tragam-lhes de comer e beber.
Veio uma porção, com muitas mulheres, cada um trazendo algo, rendendo louvores a Deus, jogando-se ao chão e levantando as mãos para o céu e depois gritando para que fôssemos à terra.

Segunda, 15 de outubro
(...) E assim parti, mais ou menos às dez horas, com vento sudeste, e ia de sul para essa outra ilha, vastíssima, e onde todos esses homens que trago de San Salvador indicam que há verdadeiro esbanjamento de ouro; ostentando-o em feitio de argolas nos braços e pernas e orelhas, nariz e pescoço. São ilhas verdejantes, férteis e de clima mui brando, e podem conter uma porção de coisas que ignoro, pois não quero perder tempo com escalas destinadas a percorrer tantas ilhas a fim de achar ouro (...).

Colombo, Cristóvão. Diários da Descoberta da América: as quatro viagens e o testamento. Porto Alegre: LP&M, 1984, p. 43 a 49.

Parte A
1.  Para quem o diário de viagem de Colombo foi escrito? Transcreva em seu caderno um trecho dos textos que prove sua resposta.
2.   Como Colombo reagiu ao primeiro contato com as populações nativas da América?
3. Os povos que viviam na América falavam uma língua totalmente desconhecida dos europeus. Como eles conseguiam, então, se entender?

Parte B
1.  Repare que o contato de Colombo com os nativos e com as novas terras não era desinteressado. Que intenções você percebe que Colombo tinha em relação aos índios e às terras exploradas?
2.    O fato de Colombo não ter escrito esse diário de viagem para si mesmo, mas para outras pessoas – justamente, seus “patrocinadores” - pode ter influenciado seus relatos? Explique.
3.    Em sua opinião, podemos confiar em tudo o que Colombo nos diz? Por quê?



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