Para retomar o que estudamos em sala, segue primeiro um vídeo do Guia do Estudante que faz um bom resumo do conteúdo.
Mas, para aprender mesmo, nada como a leitura.
No site de Educação da uol, há um texto curto caracterizando a Primeira, a Segunda e a Terceira Revolução Industrial.
No site Brasil Escola há uma distinção entre o sistema doméstico, característico do período medieval na Europa, e do sistema fabril, que se desenvolve com a Revolução Industrial.
No site Planeta Educação, você encontra um texto curto descrevendo as condições de trabalho durante a Revolução Industrial.
Para quem quiser um filma que dá uma excelente ideia das condições de vida e luta dos trabalhadores do século XIX, eu sugiro o filme Germinal (1993), dirigido por Claude Berri, que pode ser encontrado legendado no YouTube em duas partes. O filme se baseia na obra de mesmo nome de Emile Zola e conta a história de um grupo de mineiros franceses, com ênfase na exploração a que eram submetidos os trabalhadores e na luta para conquistarem alguns direitos. Vocês podem assistir também pelo YouTube Oliver Twist (só tem legendada a última refilmagem, mas eu gosto mesmo é da de 1948) e Tempos Modernos, do Chaplin.
ATIVIDADES
O texto que você lerá adiante foi extraído de uma obra literária, Dombey and Son, escrita pelo inglês Charles Dickens. Para analisá-la, é importante ter alguma informação sobre
seu autor: onde e quando viveu, que experiências marcaram sua vida, se era
uma pessoa politicamente engajada, se tinha pretensões políticas em suas obras
e quais eram elas, a que escola literária costuma ser identificado e que fatos
históricos marcaram seu tempo. Faça essa pesquisa
em sites da internet e livros sobre
literatura, e registre as informações
mais significativas em seu caderno.
A seguir, tendo em
mente as questões abaixo, leia com atenção o texto e responda-as.
1. Que relações você
consegue perceber entre o texto abaixo, a biografia de Dickens e a época em que
ele viveu?
2. Dickens descreve nesse
trecho do livro Dombey and Son uma
série de transformações que se operam na cidade. Sintetize-as.
3. Qual é a inovação
tecnológica que está no epicentro dessas transformações? Explique.
4. O texto que se segue
testemunha a expansão do capitalismo na Inglaterra em meados do século XIX. Que
elementos do texto demonstram essa expansão? Justifique.
5. Em seu entendimento, Dickens
parece apreciar as transformações que vê ou demonstra apreensão diante delas?
Por quê?
6. A partir do trecho
abaixo, comente de que maneira a Revolução Industrial afetou a percepção que os
ingleses tinham do tempo e do espaço.
O
lamentável terreno baldio, onde antigamente o lixo era despejado, foi engolido
ou desapareceu; e em lugar daquela sujeira viam-se fileiras de armazéns cheios
de produtos nobres e mercadorias dispendiosas. As velhas ruelas agora
fervilhavam de passageiros e veículos de todos os tipos; as ruas novas que
antes paravam, desanimadas, na lama e nas marcas de rodas de carroças, formavam
agora cidades autônomas, gerando confortos e serviços que pertenciam a elas
próprias, jamais experimentados nem sequer concebidos antes de surgirem. Pontes
que antes não levavam a parte alguma agora davam acesso a solares, jardins,
igrejas, salubres alamedas. Os esqueletos de casas e inícios de novas avenidas
haviam brotado ao longo da ferrovia, com a velocidade do vapor, e disparavam em
direção ao campo, num trem monstruoso.
Quanto ao
bairro que de início relutara em aceitar a ferrovia, ele tornara-se ajuizado e
penitente, como o faria qualquer cristão em tais circunstâncias, e agora
gabava-se daquela sua parenta próspera e poderosa. Havia tecidos com estampas
que imitavam trilhos nas lojas de fancaria, e periódicos ferroviários nas
vitrines dos jornaleiros. Havia hotéis, escritórios, pensões ferroviárias;
plantas, mapas, vistas, papéis de embrulho, garrafas, caixas de sanduíches e
tabelas de horário da ferroviária; pontos de carruagens de aluguel perto da
estação ferroviária; ônibus, ruas e prédios para servir a estação ferroviária;
freqüentadores e parasitas da ferrovia, bem como bajuladores de todos os tipos.
Havia até mesmo relógios que assinalavam os horários das ferrovias, como se o
próprio sol tivesse se submetido a ela. Entre os conquistados contava-se o
mestre limpador de chaminés, que já vimos descrente em Stagg’s Gardens, e agora
morava numa casa de três andares, com acabamento de estuque, e apresentava-se,
numa tabuleta envernizada cheia de floreios, como empreiteiro para limpeza à
máquina de chaminés ferroviárias.
Dia e
noite, sem parar, correntes humanas palpitantes iam e vinham do coração desta
grande transformação, incessantemente, como sangue vital. Multidões de gente e
montanhas de mercadorias, partindo e chegando dezenas de vezes a cada 24 horas,
produziam uma fermentação naquele lugar sempre em atividade. Mesmo
as casas pareciam prestes a fazer suas malas e viajar. Maravilhosos
parlamentares, que pouco mais de vinte anos antes haviam se divertido com as
teorias ferroviárias malucas dos engenheiros, atormentando-os em tantos
interrogatórios, agora iam para o norte de relógio na mão, tendo antes mandar
avisar, por meio do telégrafo elétrico, que estavam vindo. Dia e noite as
locomotivas conquistadoras roncavam ao longe, ou, chegando, tranqüilas ao final
da viagem, e deslizando como dragões mansos para dentro de seus abrigos
milimetricamente calculados para recebê-las, lá ficavam, fervilhantes e
trêmulas, fazendo paredes estremecerem, como se palpitassem com a consciência
secreta de grandes poderes ainda insuspeitos e tremendos objetivos ainda não
alcançados.
(Dickens, C. Dombey and Son. Citado in Williams, Raymond. O Campo e a Cidade. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 292-293.)
A Revolução Industrial dos séculos XVIII e XIX
produziu transformações profundas nas sociedades por onde se difundiu. Foi
responsável, por exemplo, pela aceleração do crescimento urbano, pela melhoria
dos sistemas de transporte e de comunicação, pelo aumento da produtividade
industrial e pela ativação dos negócios. Em função dessas inovações, muitos
pensadores da época entenderam que a humanidade caminhava para o ápice de seu
desenvolvimento, e o progresso científico e tecnológico produziriam, com o
tempo, uma situação de abundância e conforto para todos os seres humanos do
planeta.
Entretanto, esse otimismo contrastava com a dura realidade
vivida pelos operários das indústrias, muitos deles crianças e mulheres
submetidas a jornadas de trabalho extenuantes e a péssimas condições de vida e
de trabalho. Não faltou, na ocasião, quem denunciasse essa situação e
questionasse os benefícios trazidos pela industrialização. Escritores como o
inglês Charles Dickens e o francês Emile Zola trataram, em romances como Oliver Twist e Germinal, das dificuldades vividas pelos trabalhadores europeus. Os
pensadores Marx e Engels, por sua vez, concluíram que a industrialização
potencializou a exploração da mão-de-obra assalariada pela burguesia. Afinal, o
progresso significaria, em longo prazo, mais conforto para todos ou o
aprofundamento das desigualdades sociais?
Ainda hoje, a discussão sobre o papel da
tecnologia e os efeitos de seu desenvolvimento para as sociedades humanas e o
meio ambiente é tema polêmico. Ele aparece de maneira explícita ou implícita na
mídia, como pano de fundo de filmes, romances, peças de publicidade e em
quadrinhos, como as tirinhas do cartunista curitibano Chico Felix exibidas
acima.
Para refletir...
7.
Observe com atenção as tirinhas dessa página. Compare o
primeiro e o segundo quadrinhos.
a)
Para
o cartunista, a situação dos trabalhadores sofreu alguma alteração entre o
início do século XIX e o presente? Explique.
b)
A
tirinha acima nos autoriza a dizer que o cartunista Chico Félix concorda com a
visão otimista de que o desenvolvimento tecnológico beneficia a humanidade como
um todo? Por quê?
8.
Repare que os operários representados nas tirinhas
aparentemente são crianças. Consulte o Estatuto da Criança e do Adolescente e responda: a situação
representada pelo quadrinho pode acontecer, no Brasil, de maneira legal?
Justifique sua resposta com base nos artigos do Estatuto.
9. O Congresso Nacional está em vias de realizar uma grande reforma das leis trabalhistas no país. Você sabe o que deve mudar com ela? Pesquise e comente.
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