Em sala, começamos nossos estudos sobre Estética com um debate em torno da polêmica em torno do combate ao "pixo" e ao grafite em São Paulo. A partir dele, estudamos diferentes concepções de Arte e Beleza, da Antiguidade Clássica até o século XX.
Agora, de posse dessas informações todas, observem os trabalhos artísticos abaixo, leiam os textos que os acompanham, e discutam:
Afinal, o que determina nossa percepção de Belo?
Comentário 1
A respeito do debate que se iniciou depois que o prefeito João Dória mandou apagar os grafites dos muros de arrimo da Avenida 23 de Maio, é categórico: “Eu acho que grafite é arte, claro”. Garante, também, que “o prefeito não é contra o grafite, claro que não é”. Mas tudo tem limites: “Pichação é vandalismo. É outra história”.
André Sturm, secretário municipal de Cultura (2007)
Comentário 2
A pichação despe-se de qualquer referência artística e, inerente à sua vocação clandestina, invade as ruas com palavras hostis e símbolos agressivos de uma cultura de transgressão. A grafitagem, por sua vez, estruturada por grupos comprometidos com a arte, busca o espaço urbano para trabalhar com sua tinta spray e criar paisagens, gravuras e painéis harmônicos, extremamente coloridos. É muito frequente o pedestre parar e admirar a arte exposta na rua, sem falar do interesse interpretativo dos críticos especializados na modalidade, que já conseguiram entronizar a street art nos grandes museus.
Eudes Quintino de Oliveira Junior, mestre em Direito Público, Promotor de Justiça aposentado e reitor do Centro Universitário do Norte Paulista
Design
A partir de diversas expedições visuais pela cidade de São Paulo e de uma pesquisa conceitual sobre a pixação, criei o meu próprio “alfabeto” e escolhi peças de mesa - pratos, taças e toalhas – como alvo do meu pixo. A técnica utilizada foram bordados e decalques, e foi usada a cor azul cobalto para remeter aos ornamentos da porcelana tradicional.
As frases escolhidas, como “Revolte-se ainda hoje” ou “Toda criação é antes de tudo um ato de destruição” são uma mescla de escritos das ruas e ditos que abordam a relação conflituosa e polêmica entre as artes e o pixo, numa tentativa de contato com esta forma de expressão tão presente nas cidades brasileiras.
Andrea Bandoni
Arte
Mathieu Tremblin, um designer e artista francês que se formou na academia de belas artes da França, resolveu criar um projeto de intervenção urbana chamado Tag Clouds em cima de outra intervenção, o pixo.
Mathieu resolveu apagar algumas pichações de tags – aquelas com as siglas dos grupos aos quais os pixadores pertencem – presentes na França, Holanda e Bélgica e substituir suas fontes, que são ilegíveis pra maioria da população, por tags com fontes legíveis.
Design
O grafite está em alta. Depois da Gucci ter feito parcerias com street artists e ter consolidado o nicho como fonte de inspiração para as grandes grifes, é a vez da Calvin Klein entrar na onda e lançar também sua colaboração. Para a iniciativa, a marca americana elegeu o brasileiro Pixote que, radicado em Nova York há 15 anos, ficou mundialmente conhecido por seu lettering.
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