domingo, 4 de fevereiro de 2018

Segundos Anos FH1: O feudo

Durante nossas últimas aulas, estudamos a crise que se abateu sobre o Império Romano, fragilizando-o e tornando-o vulnerável à penetração bárbara. Vimos também que com o enfraquecimento do poder central, as pessoas abandonaram os centros urbanos, principais alvos das invasões, e se dirigiram para as zonas rurais, onde ofereciam seu trabalho para os grandes proprietários de terra em troca de proteção e do direito de uso de um pedaço de chão onde pudessem viver e cultivar seu alimento. É a partir dessas mudanças que acontecem na Europa Ocidental do século V, que se desenvolve lentamente uma nova organização social, política econômica e cultural a qual damos o nome de Feudalismo. Mas, afinal, o que vinha a ser um feudo?

TEXTO 1
Iniciaremos pelo termo feudo, cujos primeiros registros ocorrem em documentos da região de Borgonha, no leste da França, por volta de 881, com a forma feos, designando uma propriedade móvel, provavelmente um modo de pagamento com gado. A forma feudum, em latim, surgiu no final do século XI, designando o que entendemos hoje por feudo, isto é, uma extensão de terra concedida em troca de determinados serviços. Deve-se ressaltar, contudo, que o feudo podia ser também uma vila, um castelo, um cargo administrativo, ou mesmo uma certa quantia em dinheiro.
(Pais, Marco A. de O. – O Despertar da Europa. São Paulo: Atual, 1992, páginas 15 e 16)

TEXTO 2
         Feudo é o benefício dado pelo senhor a algum homem porque se tornou seu vassalo e lhe fez homenagem de ser-lhe leal, tomou este nome da fé que deve o vassalo guardar ao senhor. São duas as formas de feudo: uma é a outorga, uma vila ou castelo, ou outra coisa que constitua um bem de raiz e este feudo não pode ser tomado do vassalo a não ser se falecer o senhor com o qual tratou ou se fizer algum erro pelo qual o deva perder, assim como é mostrado adiante. Outra maneira é o chamado feudo de câmara; este se faz quando o rei doa maravedis* a algum vassalo seu todo ano em sua câmara, e este feudo tal pode o rei cancelar quando quiser.
(Afonso X, o Sábio. Citado por Pedrero-Sanches, Maria Guadalupe. História da Idade Média: textos e testemunhas. São Paulo: Editora UNESP, 2000, p. 97 – 98)
* maravedis: moeda castelhana.

TEXTO 3
Com o fim de assegurar uma proteção eficaz das terras, o senhor confia uma terra, o feudo, a um vassalo, do qual passa a ser suserano. Suserano e vassalo têm obrigações recíprocas. O senhor deve proteger o seu vassalo e preservar a integridade do feudo. O vassalo deve aconselhar seu suserano e ajuda-lo militar e financeiramente. Além disso, o vassalo jura fidelidade ao seu suserano através da cerimônia da homenagem. (...)
Por seu lado, um vassalo pode proceder da mesma forma e se tornar suserano de outro vassalo, cujo feudo será sempre menor do que o seu.
(Herman, Jacques. Guia de História Universal. Lisboa: Edições 70, 1998, página 90)


Refletindo sobre os textos:
1.  Com base nos textos acima, poderíamos afirmar que o termo “feudo” manteve, durante o correr de toda Idade Média, um mesmo o único significado? Por quê?
2.  Com suas palavras, tente definir “feudo”.
3.  Qual é a relação que existia entre suserania, feudo e vassalagem?

Nenhum comentário:

Postar um comentário