segunda-feira, 24 de junho de 2019

Recuperação Terceiros Anos - Segundo Período


Nesse segundo período, continuamos com o estudo das Revoluções Burguesas: A Revolução Inglesa, a Revolução Industrial, a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa (que ainda não concluímos). Estudamos também os 21 anos de Ditadura Militar no Brasil. Nessa Recuperação, você retomará os elementos mais importantes para que possa dar seguimento aos seus estudos no último período.

ATENÇÃO:
1)  A recuperação pode ser digitada, mas caso seja feita à mão, deve estar escrita à caneta preta ou azul, organizada e com letra legível;
2)  Todas as folhas da Recuperação devem estar grampeadas, tendo à frente esta ficha com as propostas, devidamente identificada com o nome completo do(a) aluno(a).
3)  O trabalho deve ser entregue até o dia determinado pela coordenação;
4)  QUALQUER INDÍCIO DE MERA CÓPIA de outros trabalhos ou de sites da internet implicará a anulação completa da questão e até da Recuperação inteira.

1.      Existem diferenças marcantes entre cada um dos acontecimentos que classificamos como Revoluções Burguesas. No entanto, existe entre eles algo em comum, que os aproxima e oferece a mais importante marca dos séculos XVII-XVIII na Europa. Para entender que “elo” é esse, leia o texto abaixo e responda as questões que o acompanham.

As revoluções burguesas
GERALDO TERUYA
especial para a Folha de S.Paulo

A primeira revolução burguesa foi a inglesa -puritana e gloriosa-, do séc. 17, que legou o parlamentarismo, a garantia dos direitos individuais, a liberdade de expressão e a tolerância religiosa asseguradas pela declaração dos direitos ("Bill of Rights").
A herança da Revolução Inglesa, as contradições entre Absolutismo e capitalismo, a sociedade de ordens e privilégios, a intolerância e o fanatismo religioso geraram no século 18 o Iluminismo, movimento filosófico, de caráter racional, antiabsolutista e anticlerical, que defendeu o fim do Absolutismo e sua substituição por governos liberais. O projeto iluminista-liberal influenciou a independência das colônias e as revoluções liberais burguesas dos séculos 18 e 19.
Com base no ideário iluminista, a Revolução Francesa substituiu o Absolutismo e o mercantilismo pelo liberalismo político e econômico, a aristocracia pela burguesia no poder. Conquistou a liberdade de imprensa, de expressão e de cultos. Ao estabelecer a igualdade perante a lei, trocou o nascimento pela riqueza como critério de divisão social.
A Revolução Industrial implantou a fábrica mecanizada, criou uma nova classe social, o proletariado, submetida à rígida disciplina e à intensa divisão do trabalho, gerando a fragmentação do conhecimento e a perda da criatividade pelo trabalhador. O sistema fabril desenvolveu o corpo em detrimento da mente; estimulou o progresso, mas agravou a exploração; fragmentou o trabalho, mas promoveu a concentração urbana e operária.
As revoluções Francesa e Industrial consolidaram o capitalismo e, com ele, produziu-se uma série de contradições. Com a transformação da riqueza, do dinheiro e da propriedade nas bases da nova sociedade, os setores populares foram excluídos. Sob as promessas de autonomia individual, foram impostas a massificação e a disciplina operária; sob os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, impôs-se a propriedade privada, o individualismo, o culto do "ter" em detrimento do "ser". Essas contradições que provocaram greves, protestos dos trabalhadores e o surgimento de novas ideologias como o socialismo e o anarquismo no século 19.

Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u6719.shtml. Acesso em 24 de junho de 2019

a)    Que mudanças a Revolução Inglesa produziu no cenário político inglês do século XVII?
b)    O que caracterizou o Iluminismo, movimento filosófico e cultural que se seguiu à Revolução Inglesa e marcou profundamente a intelectualidade europeia do século XVIII?
c)    A Revolução Francesa aconteceu sob inspiração do pensamento iluminista. Associe-as às transformações produzidas pela Revolução na França.
d)    De acordo com o texto, o Iluminismo afetou a organização econômica e política americana? Explique.
e)    Por que a Revolução Industrial é considerada uma Revolução Burguesa?
f)     Tendo em mente suas respostas anteriores, procure formular uma conceituação de Revolução Burguesa.

2.      Em um evento acontecido no dia 15 de junho, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, o presidente Bolsonaro fez a seguinte fala:
"Nossa vida tem valor, mas tem algo com muito mais valoroso do que a nossa vida, que é a nossa liberdade. Além das Forças Armadas, defendo o armamento individual para o nosso povo, para que tentações não passem na cabeça de governantes para assumir o poder de forma absoluta. Temos exemplo na América Latina. Não queremos repeti-los. Confiando no povo, confiando nas Forças Armadas, esse mal cada vez mais se afasta de nós"

O argumento para defender o armamento da população foi inspirado na ideologia armamentista estadunidense.
a)    Mobilizando seus conhecimentos de História, explique por que razão nos EUA existe uma valorização tão marcante do direito de portar armas.
b)    Destaque com marca texto o trecho da Declaração de Independência dos Estados Unidos em que os colonos defendem o direito de resistir aos governantes. Depois, responda: de acordo com a declaração, que atitudes da Coroa inglesa levaram os colonos à decisão radical de romper com a metrópole? Responda com suas palavras, de maneira sintética, sem copiar trechos da Declaração.
c)    Você estudou em Sociologia as ideias políticas de John Locke. Explique as ideias desse pensador que serviram de fundamentação para a Carta de Independência dos Estados Unidos.

Declaração de Independência dos Estados Unidos:

“Quando, no curso dos acontecimentos humanos, se torna necessário a um povo dissolver os laços políticos que o ligavam a outro, e assumir, entre os poderes da Terra, posição igual e separada, a que lhe dão direito as leis da natureza e as do Deus da natureza, o respeito digno para com as opiniões dos homens exige que se declarem as causas que os levam a essa separação.
Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a procura da felicidade. Que a fim de assegurar esses direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seus justos poderes do consentimento dos governados; que, sempre que qualquer forma de governo se torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la e instituir novo governo, baseando-o em tais princípios e organizando-lhe os poderes pela forma que lhe pareça mais conveniente para realizar-lhe a segurança e a felicidade. Na realidade, a prudência recomenda que não se mudem os governos instituídos há muito tempo por motivos leves e passageiros; e, assim sendo, toda experiência tem mostrado que os homens estão mais dispostos a sofrer, enquanto os males são suportáveis, do que a se desagravar, abolindo as formas a que se acostumaram. Mas quando uma longa série de abusos e usurpações, perseguindo invariavelmente o mesmo objeto, indica o desígnio de reduzi-los ao despotismo absoluto, assistem-lhes o direito, bem como o dever, de abolir tais governos e instituir novos Guardiães para sua futura segurança. Tal tem sido o sofrimento paciente destas colónias e tal agora a necessidade que as força a alterar os sistemas anteriores de governo. A história do atual Rei da Grã-Bretanha compõe-se de repetidas injúrias e usurpações, tendo todos por objetivo direto o estabelecimento da tirania absoluta sobre estes Estados. Para prová-lo, permitam-nos submeter os factos a um mundo cândido.

Recusou assentimento a leis das mais salutares e necessárias ao bem público.

Proibiu aos governadores a promulgação de leis de importância imediata e urgente, a menos que a aplicação fosse suspensa até que se obtivesse o seu assentimento, e, uma vez suspensas, deixou inteiramente de dispensar-lhes atenção.

Recusou promulgar outras leis para o bem-estar de grandes distritos de povo, a menos que abandonassem o direito de representação no legislativo, direito inestimável para eles e temível apenas para os tiranos.

Convocou os corpos legislativos a lugares não usuais, sem conforto e distantes dos locais em que se encontram os arquivos públicos, com o único fito de arrancar-lhes, pela fadiga, o assentimento às medidas que lhe conviessem.

Dissolveu Câmaras de Representantes repetidamente porque se opunham com máscula firmeza às invasões dos direitos do povo.

Recusou por muito tempo, depois de tais dissoluções, fazer com que outros fossem eleitos; em virtude do que os poderes legislativos incapazes de aniquilação voltaram ao povo em geral para que os exercesse; ficando durante esse tempo o Estado exposto a todos os perigos de invasão externa ou convulsão interna.

Procurou impedir o povoamento destes estados, obstruindo para esse fim as leis de naturalização de estrangeiros, recusando promulgar outras que animassem as migrações para cá e complicando as condições para novas apropriações de terras.

Dificultou a administração da justiça pela recusa de assentimento a leis que estabeleciam poderes judiciários.

Tornou os juízes dependentes apenas da vontade dele para gozo do cargo e valor e pagamento dos respectivos salários.

Criou uma multidão de novos cargos e para eles enviou enxames de funcionários para perseguir o povo e devorar-nos a substância.

Manteve entre nós, em tempo de paz, exércitos permanentes sem o consentimento dos nossos corpos legislativos.

Tentou tornar o militar independente do poder civil e a ele superior.

Combinou com outros sujeitar-nos a uma jurisdição estranha à nossa Constituição e não reconhecida pelas nossas leis, dando assentimento aos seus actos de pretensa legislação:

para aquartelar grandes corpos de tropas entre nós;

para protegê-las por meio de julgamentos simulados, de punição por assassinatos que viessem a cometer contra os habitantes destes estados;

para fazer cessar o nosso comércio com todas as partes do mundo;

por lançar impostos sem nosso consentimento;

por privar-nos, em muitos casos, dos benefícios do julgamento pelo júri;

por transportar-nos por mar para julgamento por pretensas ofensas;

por abolir o sistema livre de leis inglesas em província vizinha, aí estabelecendo governo arbitrário e ampliando-lhe os limites, de sorte a torná-lo, de imediato, exemplo e instrumento apropriado para a introdução do mesmo domínio absoluto nestas colónias;

por tirar-nos nossas cartas, abolindo as nossas leis mais valiosas e alterando fundamentalmente a forma do nosso governo;

por suspender os nossos corpos legislativos, declarando-se investido do poder de legislar para nós em todos e quaisquer casos.

Abdicou do governo aqui por declarar-nos fora de sua proteção e fazendo-nos guerra.

Saqueou os nossos mares, devastou as nossas costas, incendiou as nossas cidades e destruiu a vida do nosso povo.

Está, agora mesmo, a transportar grandes exércitos de mercenários estrangeiros para completar a obra de morte, desolação e tirania, já iniciada em circunstâncias de crueldade e perfídia raramente igualadas nas idades mais bárbaras e totalmente indignas do chefe de uma nação civilizada.

Obrigou os nossos concidadãos aprisionados no mar alto a tomarem armas contra a própria pátria, para que se tornassem algozes dos amigos e irmãos ou para que caíssem em suas mãos.

Provocou insurreições internas entre nós e procurou trazer contra os habitantes das fronteiras os índios selvagens e impiedosos, cuja regra sabida de guerra é a destruição sem distinção de idade, sexo e condições.

Em cada fase dessas opressões solicitamos reparação nos termos mais humildes; responderam a nossas petições apenas com repetido agravo. Um príncipe cujo carácter se assinala deste modo por todos os atos capazes de definir um tirano não está em condições de governar um povo livre.

Tampouco deixamos de chamar a atenção de nossos irmãos britânicos. De tempos em tempos, os advertimos sobre as tentativas do Legislativo deles de estender sobre nós uma jurisdição insustentável. Lembramos-lhes das circunstâncias de nossa migração e estabelecimento aqui. Apelamos para a justiça natural e para a magnanimidade, e conjuramo-los, pelos laços de nosso parentesco comum, a repudiarem essas usurpações que interromperiam, inevitavelmente, nossas ligações e a nossa correspondência. Permaneceram também surdos à voz da justiça e da consanguinidade. Temos, portanto de aceitar a necessidade de denunciar nossa separação e considerá-los, como consideramos o restante dos homens, inimigos na guerra e amigos na paz.

Nós, por conseguinte, representantes dos ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, reunidos em CONGRESSO GERAL, apelando para o Juiz Supremo do mundo pela retidão das nossas intenções, em nome e por autoridade do bom povo destas colónias, publicamos e declaramos solenemente: que estas colónias unidas são e de direito têm de ser ESTADOS LIVRES E INDEPENDENTES; que estão desobrigados de qualquer vassalagem para com a Coroa Britânica, e que todo vínculo político entre elas e a Grã-Bretanha está e deve ficar totalmente dissolvido; e que, como ESTADOS LIVRES E INDEPENDENTES, têm inteiro poder para declarar a guerra, concluir a paz, contrair alianças, estabelecer comércio e praticar todos os atos e ações a que têm direito os estados independentes. E em apoio desta declaração, plenos de firme confiança na proteção da Divina Providência, empenhamos mutuamente nossas vidas, nossas fortunas e nossa sagrada honra.”

Disponível em http://www.arqnet.pt/portal/teoria/declaracao_vport.html. Acesso em 24 de junho de 2019.

3.      Durante o último mês, estudamos desde os fatores que levaram à instauração de uma ditadura militar no Brasil até as causas de seu declínio e derrocada. Consulte seus registros, pesquise mais sobre o Período e escolha um (apenas um) dos documentários abaixo (todos disponíveis no YouTube) para assistir e responder as questões que se seguem.

DOCUMENTÁRIO 1:
Cidadão Boilesen (Dir. Chaim Litewski, Brasil, 2009)

DOCUMENTÁRIO 2:
Caparaó (Dir. Flávio Frederico, Brasil, 2006)

DOCUMENTÁRIO 3:
O dia que durou 21 anos (Dir. Camilo Tavares, Brasil, 2013)

Propostas:
a)    Localize exatamente o lugar e tempo/ período de tempo em que a narrativa é ambientada;
b)    Faça um relato do que acontecia no Brasil e no mundo ocidental no período abordado pelo documentário.
c)    Explique de que maneira a história narrada se insere no contexto histórico.
d)    Elabore uma resenha crítica do filme, empregando corretamente os conceitos de “revolução”, “resistência”, “ditadura” e “repressão”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário