segunda-feira, 18 de maio de 2015

Trabalho de História para o Segundo Ano - dia 18 de maio

Na aula de hoje, vamos ver se ficaram bem entendidos os conceitos trabalhados na última aula sobre Renascimento Cultural. Para isso, forme uma dupla com um colega. A seguir, em uma folha de caderno, sem rebarba, à caneta, identificada com o nome completo da dupla, faça as atividades adiante:
1) Uma das duas imagens abaixo pertence à Idade Média e a outra, ao Renascimento. Identifique o período em que cada uma foi produzida em função de suas características e justifique sua resposta. Lembre-se de explorar o maior número de detalhes possível. 

FIGURA 1


FIGURA 2


2) Leia o seguinte texto. Aí é relatado o confronto entre o cientista Galileu Galilei e a Igreja Católica por causa das pesquisas feitas por Galileu sobre o movimento dos astros. Esse conflito evidencia o enfrentamento de duas maneiras diferentes de enxergar a realidade e o mundo: uma, ainda ligada aos valores medievais, e outra já marcada pela mentalidade moderna. Consulte suas anotações de aula e explique que conflito é esse.  (trecho extraído do site http://www.sbfisica.org.br/v1/novopion/index.php/publicacoes/artigos/466-galileu)

Querem me calar”
Em torno de 1612-1613, alguns padres e filósofos se manifestam contra Galileu, que passa a ser acusado de subverter a filosofia natural aristotélica e as Sagradas Escrituras. Naquela época, apenas os filósofos e os teólogos tinham autoridade para dissertar sobre o conhecimento do mundo. Com suas idéias e descobertas, Galileu reivindicava esse papel para um novo personagem, o cientista. Naquele momento histórico, isto redefinia os objetivos da ciência, da filosofia e da teologia.

As obras de Copérnico foram retiradas das bibliotecas e livrarias para serem “revistas e corrigidas”. Em 1616, Galileu foi advertido por Roberto Bellarmino, o inquisidor da Santa Inquisição responsável pela condenação de Giordano Bruno, a não sustentar os argumentos copernicanos. Nesse clima de tensão, Galileu é obrigado a se calar por um tempo

O inquisidor Bellarmino morre e em 1623, Urbano III, antigo admirador de Galileu, foi eleito o novo papa. O astrônomo acreditou que a política do Vaticano em relação à ciência fosse mudar. Com uma dedicatória ao novo papa, Galileu publica a obra O ensaiador em 1623, onde é destacada a importância da matemática como linguagem oficial da ciência. Ainda com receio de defender o sistema de Copérnico, Galileu expôs o conjunto de defeitos do sistema de Tycho Brahe (baseado no sistema de Ptolomeu) e da física Aristotélica.
O novo papa encoraja Galileu a retomar por escrito a comparação entre os sistemas de Ptolomeu e Copérnico. Segundo o papa, o modelo de Copérnico poderia ser tratado na obra, desde que ficasse claro que se tratava de uma análise puramente matemática, sem inferência com a realidade. Após o sinal verde, Galileu começa a escrever sua grande obra, Diálogos sobre os dois máximos sistemas do mundo ptolomaico e copernicano (fig. 10). Publicada em 1632, a obra apresenta diálogos entre três personagens - Simplício, Salviati e Sagredo. Enquanto Simplício defendia a filosofia aristotélica, Salviati e Sagredo eram defensores das idéias de Galileu.

Exemplar da obra Diálogos sobre os dois máximos sistemas do mundo ptolomaico e copernicano, publicada em 1632. Foto tirada pelo autor no museo Galileo, Florença, Itália.

Um dos principais argumentos usado para se defender uma Terra imóvel residia na nossa sensação de imobilidade da Terra. Como não sentimos o movimento da Terra? Nos Diálogos, Galileu usa o princípio da inércia e o princípio da relatividade para sustentar o movimento da Terra. Em um navio com velocidade constante, também não sentimos o movimento do navio. Essas ideias formarão a base da primeira lei de Newton.

Conforme orientação do papa, Galileu poderia discutir o modelo copernicano em um contexto puramente matemático, sem inferência com a realidade. Durante toda obra, Salviati e Sagredo, defensores das idéias de Galileu e do modelo de Copérnico, apresentam argumentos que triunfam sobre os argumentos de Simplício. No final dos diálogos, Simplício argumenta que a ciência, enquanto fonte de fantasias, não podia aspirar ao conhecimento da realidade. Se tentasse fazê-lo, cairia no pecado de querer impor limites ao poder de Deus. Salviati dá uma simples resposta: “Eis aí uma doutrina admirável e angelical”. Galileu acrescenta que se pode discutir a constituição do mundo sem o objetivo de desvendar a obra fabricada por Deus. Com esse desfecho, Galileu simula abandonar a inferência com a realidade.

O papa ficou irritado e os inimigos de Galileu viram na obra uma ameaça direta contra a aliança entre a teologia e a filosofia tradicional. Para piorar, a obra era escrita em italiano e na forma de divulgação científica, o que permitia uma amplitude maior de leitores. Acusado de ter defendido os argumentos Copernicanos na obra, Galileu é julgado pela Santa Inquisição em 1633 (fig. 11). Em sua defesa, Galileu argumenta que a obra tinha passado pela censura e que ele poderia falar do modelo Copernicano em um contexto puramente matemático. Os inquisidores acusaram Galileu de ser verdadeiramente Copernicano e que a análise presente na obra não seria puramente matemática. A situação não estava fácil para Galileu, que admitiu ter cometido falhas e se dispôs a corrigir a obra. A defesa chegou a pedir que a idade avançada do réu, 70 anos, fosse levada em consideração na pena.
Pintura do julgamento de Galileu. Fonte: www.historiadigital.org.

Até 1624, Galileu contava com a proteção do grão duque Cosme II. No ano do julgamento, o posto de grão duque era ocupado por Fernando II, que se submeteu à autoridade pontifícia sem defender Galileu. Em 22 de junho de 1632, o livro Diálogos sobre os dois máximos sistemas do mundo ptolomaico e copernicano foi proibido e Galileu, condenado à prisão domiciliar, foi obrigado a ler em público um ato de abjuração:

“com sinceridade e fé verdadeira abjuro, amaldiçôo e esconjuro os citados erros e heresias e, de modo geral, quaisquer que sejam, outros erros, heresias e seitas contrárias à Santa Igreja, e juro que no futuro nunca mais direi nem afirmarei, verbalmente nem por escrito, nada que proporcione motivo para semelhante suspeita a meu respeito de heresia, denunciá-lo-ei a este Santo Ofício ou ao Inquisidor ou Ordinário do lugar em que me encontrar.

Galileu foi enviado a Siena em residência vigiada no palácio episcopal. Meses mais tarde, foi autorizado a permanecer em sua casa em Arcetri. A saúde de Galileu piorou e, em 1638, ficou cego. Posteriormente, ele foi autorizado a mudar-se para Florença. Mesmo nestas condições, Galileu redigiu mais um livro, Discursos e demonstrações matemáticas sobre duas novas ciências, em que o cientista redige seus estudos sobre o movimento dos corpos, que servirá como base para a construção da Mecânica Newtoniana. Galileu morre em Florença em janeiro de 1642, coincidentemente, no mesmo ano em que nasce na Inglaterra uma criança com o nome de Isaac Newton. Em 1737, pouco antes do fim da dinastia Medicis, a família manda erguer um túmulo monumental para Galileu na Basílica de Santa Croce, em Florença (fig. 12). Em 1992, o papa João Paulo II lamentou o tratamento dispensado ao grande astrônomo italiano Galileu Galilei.


 Túmulo de Galileu, Basílica de Santa Croce, Florença, Itália. Fotografia tirada pelo autor.




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